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Crescimento de associados estrangeiros na ACCCRO

Nos últimos anos, a ACCCRO – Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste tem registado um aumento significativo no número de associados estrangeiros, refletindo a crescente internacionalização da economia local. A adesão de empresários de outros países à associação tem contribuído para o fortalecimento das relações comerciais. Segundo o presidente da ACCCRO, Luís Gomes, cerca de 3% dos associados são de outros países.

“A ACCCRO tem vindo a apoiar a integração destes novos membros, oferecendo um conjunto de serviços adaptados às necessidades dos negócios, facilitando o acesso a redes de contactos e promovendo a troca de experiências e boas práticas”, indicou o presidente da associação.

Este aumento de associados de fora, tanto da União Europeia como de outras regiões do mundo, refletiu a abertura do país ao mercado global.

A ACCCRO tem registado, nos últimos anos, um aumento significativo no número de associados estrangeiros, com destaque para empresários indianos que têm investido no comércio local. O presidente da associação empresarial destacou que são já vários os espaços comerciais na cidade abertos ou prestes a abrir por empresários da Índia. Muitos desses investidores procuram o apoio da ACCCRO, especialmente para se familiarizarem com a legislação portuguesa, ainda desconhecida para muitos.

Luís Gomes referiu que, inicialmente pensou que muitos empresários indianos pagariam apenas as primeiras quotas da associação e depois deixariam de ser associados. No entanto, o presidente destacou que, ao longo do tempo, muitos desses empresários têm demonstrado um compromisso contínuo com a associação, mostrando-se dispostos a cumprir as normas legais e a integrar-se melhor no comércio local. “A ACCCRO serve precisamente para apoiar os comerciantes, e esse papel tem sido fundamental para garantir que os novos empresários cumpram as regras, como qualquer outro”, afirmou Luís Gomes.

O presidente sublinhou que a ACCCRO tem sido inclusiva e não discriminatória. A associação tem trabalhado para apoiar os empresários estrangeiros, ajudando-os a entender a legislação portuguesa, que é mais rigorosa, especialmente nas áreas de higiene, limpeza e contratos de trabalho. Além disso, tem orientado os novos associados sobre questões como a segurança no trabalho e a obrigatoriedade de manter os livros de reclamações atualizados.

Luís Gomes também mencionou que a integração de novos comércios tem apresentado desafios. Alguns comerciantes estrangeiros, como os empresários indianos e paquistaneses, enfrentam dificuldades de adaptação, principalmente devido à diferença nas regulamentações e à barreira linguística. “A legislação em Portugal é mais apertada em muitos aspetos, e eles vêm de países onde as regras são muito mais facilitadas. Sabem que precisam de se adaptar e têm recorrido à nossa ajuda para garantir o cumprimento das normas”, explicou.

Ainda assim, este responsável reconheceu que esse novo tipo de comércio, mais diversificado e internacional, não é o modelo idealizado pela ACCCRO. “Nós gostaríamos de uma cidade com mais comércio tradicional, que é o que sempre tivemos, mas reconhecemos que as mudanças estão a acontecer, como já ocorreu em outros países europeus. Este é um processo que não depende da ACCCRO, nem do município, embora a câmara tenha um papel regulador quando surgem situações que precisam de ser corrigidas”, manifestou.

O presidente destacou que, apesar de não ser o modelo desejado para a cidade, a ACCCRO continuará a apoiar os empresários estrangeiros para que possam operar de acordo com a legislação e contribuir para o desenvolvimento económico da região, sem discriminações, mas com o compromisso de todos em cumprir as regras estabelecidas.

 

Investidores indianos

 

Om e Joti Parkash, um casal originário da Índia, estabeleceram-se nas Caldas da Rainha há cerca de sete meses e têm vindo a consolidar a sua presença na cidade com um investimento que une a sua experiência empresarial ao desejo de integrar-se numa nova comunidade. Antes de decidirem mudar-se para Portugal, a dupla fez uma viagem exploratória ao país, com o intuito de avaliar se gostariam de viver e investir aqui. Já com uma carreira consolidada no ramo de cosméticos em Singapura, e após passarem por países como o Canadá e França, encontraram em Portugal a sua nova casa e o lugar ideal para desenvolver o seu projeto.

A decisão de investir nas Caldas da Rainha surgiu após terem identificado uma oportunidade de negócio na Internet – um supermercado no Bairro da Ponte que estava disponível para trespasse. A análise cuidadosa da cidade levou-os a concluir que Caldas seria o local perfeito para viver. “Ficámos cá a residir duas semanas e vimos que era o local ideal para investir”, relatou Om Parkash.

Com um investimento de cerca de 150 mil euros, reabriram o supermercado Super Mimo (Amanhecer), situado no Largo Frederico Ferreira Pinto Bastos. O espaço inclui uma mercearia, padaria, cafeteria e charcutaria, e o casal pretende investir na melhoria do serviço e da oferta. Entre os planos para o futuro, destacam-se a introdução de vários produtos brasileiros e uma aposta crescente em produtos locais, com legumes de produtores e agricultores da região. “Queremos apoiar a comunidade e ajudar no desenvolvimento local”, afirmou Joti Parkash, que também destacou a criação de seis novos postos de trabalho, incluindo os próprios.

Além do negócio, o casal estabeleceu a sua residência na Foz do Arelho e matriculou o filho de seis anos no Colégio Rainha D. Leonor. Afirmam ter feito a escolha certa ao se mudarem para as Caldas da Rainha, destacando a simpatia e o respeito da comunidade local. “As pessoas aqui são espetaculares, respeitadoras e bondosas. Estamos a aprender a comunicar com as pessoas e tem sido uma experiência maravilhosa”, disseram.

Om Parkash, que é contabilista e membro da Association of Chartered Certified Accountants, compartilhou ainda o seu desejo de expandir o negócio na cidade. “A nossa visão é abrir talvez outro supermercado noutra freguesia. O Grupo Amanhecer tem sido fundamental no apoio ao nosso negócio e à possível expansão”, contou, afirmando que a interação com a comunidade local tem sido extremamente positiva, com muitos clientes partilhando histórias com eles, tornando-se parte das suas vidas. O casal também se associou à ACCCRO, destacando a ajuda constante.

O supermercado que gerem tem conquistado não só os clientes, mas também os seus empregados, que destacam as boas condições de trabalho proporcionadas pelo casal indiano. Patrícia Gomes, que já trabalhava no supermercado há 15 anos, lembrou a mudança com a nova administração. “Quando soube que seriam estrangeiros a assumir o negócio, fiquei assustada, mas estou muito satisfeita. Criam boas condições de trabalho e somos uma família”, afirmou, refletindo a sensação de união e respeito que permeia o ambiente de trabalho.

Cláudia Valadas, que entrou para a equipa há quatro meses, partilha da mesma opinião e considera que “trabalhar com o casal indiano tem sido ótimo. Eles são extremamente carinhosos e corretos”, revelou, destacando a boa relação entre a equipa e a gestão.

A mudança do supermercado também foi bem recebida pelos clientes da área. Fátima Santos e Amélia Santos, residentes do Bairro da Ponte há muitos anos, não pouparam elogios. “O espaço está mais bonito e com mais clientes”, disseram, referindo-se à renovação do local e ao aumento da popularidade entre os moradores.

Outro exemplo de integração de empresários estrangeiros na cidade é Satwinder, natural da Índia, que vive nas Caldas da Rainha há quatro anos. Sugerido por amigos, escolheu o concelho para abrir o Sunny Mobile Hub, uma loja de telemóveis e som na Rua Heróis da Grande Guerra, que também oferece serviços de reparação. Com um ano de funcionamento, Satwinder já criou três postos de trabalho e considera os portugueses muito simpáticos. “A cidade tem sido muito acolhedora e estou grato pela oportunidade de contribuir para a comunidade”, comentou.

Jamine Ganesh, também da Índia, está nas Caldas há três anos e trabalha como treinador de ténis, tendo passado pela Nuno Mota Tennis Academy e pelo Bom Sucesso. Destacou a cidade como um excelente lugar para viver e trabalhar, com um ambiente acolhedor e uma comunidade que o recebeu bem.

 

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