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Suspeito de homicídio de idoso capturado mais de quatro anos após o crime

Os habitantes em Fervença, no concelho de Alcobaça, onde há mais de quatro anos João Valentim, um idoso de 75 anos, foi assassinado, respiram de alívio por ter sido detido no passado dia 12 o suspeito da autoria do crime, que chocou a localidade.

A vítima estava estendida no pátio da sua casa, tinha as mãos e os pés amarrados, a boca amordaçada e um saco de plástico na cabeça para o sufocar. Apresentava ainda marcas de agressão. Foi este o cenário encontrado pelos inspetores da Polícia Judiciária quando fizeram a recolha de vestígios para investigar o caso, ocorrido a 23 de novembro de 2020.

A população fica aliviada com a detenção do suspeito, Carlos Sousa, de 58 anos, e agora espera que seja feita justiça. “Foi um crime macabro e andava um assassino à solta. Fico muito aliviada porque a vítima era uma pessoa boa e de facto merece que se faça justiça, quatro anos depois, seja quando for”, manifestou Piedade Neto, que conhecia a vítima.

“Cheguei a perder a esperança de que viesse a ser encontrada a pessoa que matou o João Valentim, mas no fundo tinha confiança na nossa Polícia Judiciária e na altura ouvi dizer que havia muitos vestígios e atualmente há muitos meios de cruzar informação, nomeadamente o ADN. E parece que foi isso que aconteceu”, afirmou.

Carlos Coelho, dono de um talho a poucas dezenas de metros da casa onde o idoso foi assassinado, recordou que “ficámos todos chocados, porque o homem não fazia mal a ninguém, e na expetativa de um dia saber quem é que fez aquilo”.

O suspeito, que chegou a viver nas proximidades da vítima, foi residir para a zona de Lisboa após o homicídio em Alcobaça e foi detido no restaurante onde trabalhava, em Cascais, pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária, após um trabalho que “permitiu a recolha de um relevante acervo de prova, nomeadamente vestígios suscetíveis de tratamento e análise científica”.

A identificação do suspeito foi possível “em resultado da tecnicidade que pautou a realização dos exames no local e das perícias efetuadas pelo Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, tendo sido produto de uma coincidência a nível internacional, com a colaboração do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e das autoridades francesas, no âmbito da cooperação internacional”, uma vez que o suspeito “era já procurado pelas autoridades de França pela prática de um crime de roubo agravado, ocorrido em 2016”.

A duração prolongada da investigação sugere que a Polícia Judiciária foi meticulosa na sua abordagem, garantindo que fossem obtidas evidências sólidas antes de fazer a detenção.

Apesar da vítima ser uma pessoa humilde, com uma reforma de cerca de 300 euros mensais, ganhando ainda algum dinheiro com venda de ovos e galinhas, na origem da agressão terá estado o facto do suspeito “saber que o idoso guardava todo o seu dinheiro em casa”. Há relatos que anos antes tinha sofrido um assalto na habitação, numa altura em que estava ausente e até levaram uma arca com carne.

Vivia sozinho mas a casa situava-se numa zona de passagem numa das artérias principais da aldeia de Fervença, o que causou estupefação. Não havia memória deste tipo de crime na povoação e a junta de freguesia fez na altura um apelo à população idosa para estar vigilante, não abrir portas a estranhos e contactar a GNR em caso de suspeitas.

O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Leiria e ficou em prisão preventiva.

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