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Menopausa/Andropausa em debate no CCC

A tertúlia Menopausa/Andropausa - Mitos e Verdades, organizada pelo Município das Caldas da Rainha, reuniu cerca de 100 mulheres e também alguns homens no pequeno auditório do Centro Cultural e de Congressos. A iniciativa foi organizada pelo Município das Caldas da Rainha, com a participação da Unidade Local de Saúde do Oeste (ULSO) e da VIDAs – Associação Portuguesa de Menopausa e da Comunidade de Saúde em Menopausa.

Com uma abordagem que uniu saber científico, contada por médicos e outros especialistas, foi sobretudo uma partilha de experiências sobre a menopausa. O evento focou-se principalmente na importância da reflexão sobre um tema natural e não uma doença. Apesar da sua relevância, a menopausa continua a ser rodeada de mitos e a carecer de informação clara e acessível.

Joana Louro, coordenadora da Unidade Funcional de Diabetes de Caldas da Rainha e Peniche da ULSO, foi a moderadora da tertúlia. Durante a sessão, convidou a plateia a refletir sobre o envelhecimento, utilizando-o como ponto de partida para a discussão. “O envelhecimento é o processo mais democrático e transversal que existe na vida. No entanto, é o processo mais individualizado que existe, fruto da nossa genética, dos nossos hábitos e comportamentos. Ninguém envelhece da mesma maneira”, afirmou.

Joana Louro destacou que, assim como o envelhecimento, a menopausa é uma etapa inevitável e que o seu desejo é que as “futuras gerações de mulheres consigam lidar com a menopausa de forma mais informada e preparada”, ressaltando a importância de iniciativas como esta para promover o conhecimento e a partilha de experiências, porque esta fase “fisiológica da vida da mulher exige (auto)conhecimento, para ser vivida com qualidade e plenitude”.

Isabel Ramos, médica de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar Rainha Dona Leonor, em Caldas da Rainha, afirmou que, “por vezes, as utentes abordam o tema da menopausa durante a consulta, mas na maioria das vezes somos nós que temos de perguntar sobre questões de caráter mais íntimo”. No entanto, sublinhou que as queixas mais comuns que recebem são relacionadas com o calor excessivo, ou seja, com a sensação repentina de calor.

Teresa Ramos é médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, coordenadora do serviço de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Privado de Braga. A médica vincou a importância de estar ciente das mudanças que acompanham a menopausa, uma fase que pode representar mais de um terço da vida das mulheres. Destacou que, para as mulheres que apresentam sintomas, é importante procurar ajuda médica, revelando que “existem várias opções de tratamento disponíveis para melhorar a qualidade de vida, nomeadamente a terapêutica hormonal da menopausa, que deve ser considerada quando indicada”.

Além disso, Teresa Ramos adiantou que é fundamental que as mulheres saibam que há soluções para lidar com “as mudanças da menopausa e manter uma boa qualidade de vida”.

Ana Pires, nutricionista do Município de Caldas da Rainha, e Vítor Ilharco, fisiologista do exercício, falaram da importância de uma dieta equilibrada e do exercício físico regular que podem ajudar a aliviar os sintomas da menopausa. Além disso, evitar o tabagismo é crucial, devido ao aumento do risco de doença cardiovascular, já mais frequente nesta fase da vida da mulher.

Cristina Mesquita de Oliveira, fundadora da VIDAs, começou por revelar que menopausa não é doença. É, somente, uma etapa na vida da mulher, tal como a puberdade. No entanto, continua a ser alvo de preconceitos e de muita informação contraditória, daí que decidiu criar a associação.

 

Discussão na Assembleia da República

 

Pela primeira vez discutiu-se no plenário da Assembleia da República o tema da menopausa, mas nem todos os projetos de lei avançaram. Três medidas importantes aguardam promulgação pelo Presidente da República. “Estas incluem a participação dos medicamentos prescritos para a menopausa e suplementos, a introdução de consultas gratuitas de menopausa a partir dos 45 anos no Serviço Nacional de Saúde e a cobertura de cremes e hidratação vaginal e vulvar. Todas estas medidas visam tornar o acesso a tratamentos mais acessível e inclusivo”, referiu.

Além disso, Cristina Mesquita de Oliveira defendeu a necessidade urgente de “incluir informações sobre a menopausa nos organismos institucionais, como já acontece com a gravidez e a maternidade”. “A associação tem insistido que as informações sobre a menopausa estejam facilmente acessíveis, sem que seja necessário um esforço extra para encontrá-las, como acontece com outros temas relacionados à saúde”, relatou.

A associação, constituída em 2021, tem promovido diversas ações e foi a primeira vez que esteve nas Caldas, destacando o crescente interesse e participação do público em debates sobre menopausa, que têm vindo a ganhar visibilidade.

O presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, iniciou o evento, destacando que a iniciativa visava promover o conhecimento a reflexão conjunta sobre temas de grande relevância para a promoção da saúde.

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