A Centra – Associação dos Amigos do Centro de Artes, com o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e no âmbito do Programa da UNESCO: Caldas da Rainha, Cidade Criativa, volta a reunir um conjunto de ações à volta do fogo, nesta que já é uma celebração anual com presença assídua na agenda cultural da cidade e que anuncia o arranque da primavera.
O início do festival, no dia 28 de março, será com o momento simbólico do atear da fogueira, pelas 16h00. Pelas 17h00 será inaugurada a exposição de cerâmica contemporânea intitulada “Cerâmica XL”, que conta com peças criadas a partir de talhas tradicionais, um trabalho desenvolvido pelo grupo informal “Convergências”, que fazendo uso das técnicas tradicionais do fabrico de talhas, utensílio histórico que remonta ao neolítico, apresenta dez peças de grande formato que dão corpo à integração do conhecimento tradicional e das técnicas ancestrais na produção plástica contemporânea.
No mesmo dia, pelas 19h30, serão acesas as brasas comunitárias.
E como moldar o ferro vai além da produção artesanal de instrumentos de corte, no dia 29 de março a cutelaria artesanal dá lugar ao trabalho de forja com demonstrações do modelar o ferro sob o calor e o bater do martelo. Uma viagem ao passado e à origem dos processos ancestrais à moda dos ferreiros à antiga, com os cuteleiros Fábio Santos e Paulo Xande.
Haverá uma demonstração da delicada arte do sopro do vidro pelas mãos do artista e investigador Robert Willey. Um método ancestral de fabricação de peças que surge no Séc. I a.C. e que praticamente se mantém inalterado até aos dias de hoje.
“Domar o Fogo” vai reunir também as associações locais Doca, Armazém Zero, Lombo do Ferreiro e Colectivo19, para dar a conhecer os artesãos que mantêm a identidade e cultura tradicionais ativas, numa mostra do fazer artesanal. Será uma oportunidade para ter acesso a peças únicas comercializadas localmente no Mercado do Artesão.
Como já é habitual, a gastronomia ao lume não podia faltar. Iguarias a fumegar sairão do forno tradicional, pelas mãos de Paulo Santos (Forno do Beco), acompanhado dos já repetentes Ruben Ferreira e Archil Shinjikashvili (Geo Wine & Supra). Em estreia, a mostrar os seus dotes culinários, estará o Restaurante Maratona, com propostas para todos os gostos.
A música irá animar os dois dias de evento. No primeiro, com os sons experimentais de Paulo Vicente, com a apresentação do álbum “O martelo dança e canta antes de se levantar”. No segundo, a animação será feita pelo acordeão de Victor Pastor e a música eletrónica dos Djs 27 Pablo, Torso e João Paulo Feliciano.
Do ferro ao barro, no “Domar o Fogo” todos são convidados a pôr as “mãos na massa”. O foco é promover a transmissão e partilha de conhecimento, técnicas, métodos e tradições.
