A sessão, que contou com 42 participantes, focou-se numa abordagem integrada ao setor da fruta, com especial destaque para o combate ao fogo bacteriano e à estenfiliose.
Segundo nota da organização, esta ação insere-se num projeto de âmbito nacional que decorre até junho deste ano e que visa “disseminar informação técnica, económica e organizacional sobre competitividade, organização da produção, ambiente, clima e desenvolvimento dos territórios rurais”.
Entre os oradores estiveram José Nazário, técnico de fruticultura, Renato Luz, engenheiro agrónomo especializado em produção integrada e biológica, e o médico e agricultor Joaquim Cândido.
José Nazário alertou para “métodos práticos inadequados que aumentam os custos sem resultados visíveis”, sublinhando ainda que algumas práticas “potenciam a resistência dos frutos aos produtos aplicados”.
Por sua vez, Renato Luz abordou a origem das doenças e destacou a importância de evitar “medidas práticas que favorecem o aumento da resistência das culturas”, enquanto Joaquim Cândido apelou a uma abordagem científica no tratamento das doenças agrícolas, comparando com a medicina. “Tal como na medicina humana, não se deve usar apenas uma substância, é necessário um plano diversificado e fundamentado”, referiu.
O encerramento ficou a cargo de Luís Saldanha Miranda, presidente da CNJ, que recordou algumas das medidas de apoio previstas no anterior quadro comunitário europeu (PDR2020) e a sua relevância na resposta à problemática do fogo bacteriano. No debate final, defendeu ainda que “deveriam ser aplicadas medidas de apoio para compensar os agricultores pelos prejuízos decorrentes das podas obrigatórias em zonas infetadas”.
Também José Manuel Paz, presidente da Direção do CDCL, reforçou a importância económica e social da cultura da pera rocha na região Oeste, alertando para o impacto que estas doenças têm na sustentabilidade da produção local.
A iniciativa demonstrou a importância da partilha de conhecimento técnico e científico no setor agrícola, sobretudo num momento em que os desafios fitossanitários exigem respostas eficazes e coordenadas.