A Escola Secundária Raul Proença por ser uma pública e obter resultados acima da média (lidera ranking distrital no secundário) e o Colégio Rainha D. Leonor (CRDL) pela discrepância entre os resultados das notas finais e dos exames nacionais (o que a direção contesta por entender que a análise é feita de forma enganadora).
Os sindicatos de professores e outras entidades ligadas ao ensino sublinham que os rankings não devem ser encarados como uma avaliação definitiva das escolas, mas sim como um instrumento complementar de análise e diagnóstico.
A sua leitura deve ser contextualizada e conjugada com outras formas de avaliação interna que permitam um conhecimento mais aprofundado e realista das especificidades de cada instituição de ensino.
Numa entrevista à SIC, David Rodrigues, membro do Conselho Nacional de Educação, questionou a validade de comparar realidades tão diferentes entre ensino público e privado, e argumenta que a avaliação das escolas deveria ser contínua e não baseada num único momento.
Pelos mesmos motivos, Manuel António Pereira, presidente da direção Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), disse ao Diário de Notícias estar totalmente contra a divulgação dos rankings. ““Há escolas que fazem milagres com os recursos que têm, mas não figuram no ranking”, disse.
No entanto, a Raul Proença destaca-se por estar entre as 10 escolas públicas com melhores médias no país.
Colégio teve média de 13,62 nos alunos internos
Numa reportagem da Rádio Renascença sobre os resultados no ensino privado, é destacado o Colégio Rainha D. Leonor. “O último ano letivo terminou com resultados de sonho: entre as notas finais dos alunos do secundário que foram a exame, não houve nenhuma negativa e a média interna ultrapassou os 17 valores”, escreve o autor da notícia, Diogo Camilo.
O jornalista acrescenta depois que “junho chegou e a realidade foi bem diferente: nas provas nacionais, mais de metade das notas foram negativas e a média de exames ficou nos 9,6 valores – a quase oito da média interna.”.
Segundo a diretora do CDRL, Sandra Santos, “os diversos rankings de escolas, que são divulgados pelos órgãos de comunicação social, estão muitas vezes enviesados devido aos critérios utilizados”.
A diretora salienta que, se só forem considerados os seus alunos internos, a média do colégio nos exames nacionais foi de 13,62 valores.
Os alunos internos são aqueles que estão matriculados no CRDL, portanto alunos que frequentam a disciplina, obtêm uma nota interna e, no final do ano, fazem o exame nacional, que teve uma ponderação de 30% na nota final da disciplina.
Os alunos externos são aqueles que não estão matriculados no colégio nas disciplinas alvo de exame nacional, mas se propõem a exame como autopropostos, portanto alunos que não frequentaram a disciplina ou ainda alunos que, tendo frequentado a disciplina, apenas realizam o exame como prova de ingresso, ou seja, não interferindo com a ponderação da nota final.
“A esmagadora maioria dos órgãos de comunicação social incluem alunos internos e externos na construção dos respetivos rankings. Ora, isto poderá não ser muito relevante numa escola com um grande universo de alunos internos. Mas numa escola em que o universo de alunos externos é muito superior ao número de internos, como é o caso do CRDL, pode afetar a leitura dos dados”, refere Sandra Santos.
Como alguns órgãos de comunicação consideraram todas as provas realizadas na escola, independentemente da proveniência de cursos e das disciplinas realizadas (inclusive disciplinas que não são lecionadas na escola) os resultados acabam por ser bastante mais negativos.
Em 2024 realizaram-se 31 provas de alunos internos, contudo, no ranking da SIC foram consideradas103 provas realizadas.
Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos com bons resultados
O Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos obteve bons resultados em todos os rankings elaborados.
Ao nível do ensino secundário, por exemplo, ficou em 1º lugar distrital e 21º lugar nacional no Ranking de Superação do jornal Público.
No Ranking Geral Nacional (Expresso) ficou em 115º lugar nacional e 5º lugar no distrito de Leiria, e no Jornal de Notícias melhorou da 176ª posição em 2023 para a 163ª em 2025, alcançando o 10º lugar no distrito.
As disciplinas em destaque são o Português: 50º lugar nacional (Sábado) e 54º lugar nacional (Público) com média de 13,85 valores, o Filosofia 53º lugar nacional (Público) com média de 13,20 valores, História 32º lugar nacional (Sábado) e Geografia 52º lugar nacional (Sábado).
No Ensino Básico obteve o 4º lugar distrital e 68º nacional no Ranking de Superação do Público).
No Indicador de Sucesso do Expresso foram indicados no estado Positivo, com 5,4 pontos, posicionando-se em 19º no distrito de Leiria.