Para chamar a atenção para esta crise silenciosa, Fernando Rosas participou no passado dia 9 na colocação de um cartaz com a sua imagem num mupi perto da estação ferroviária das Caldas da Rainha. Um gesto simbólico, mas que pretende denunciar esta situação “dramática”. “Estamos a falar de jovens que querem estudar, que têm médias para entrar no ensino superior, mas não têm dinheiro para pagar um quarto”, sublinhou.
O candidato do BE, numa visita à ESAD.CR, ouviu relatos preocupantes de jovens que se veem obrigados a deixar os cursos por não conseguirem encontrar lugar nas residências ou quartos a preços comportáveis.
Além da falta de oferta, o cabeça de lista por Leiria denunciou que “não encontrámos nenhum estudante que tenha recibo do quarto que paga. Isto é um descontrolo total, uma situação que não pode continuar”, alertou.
Fernando Rosas foi mais longe e revelou que estiveram a “estudar um pouco o problema e verificámos que, nos últimos dois anos há uma transferência de quase 10% da oferta de habitação para estudantes para o mercado geral, ou seja, para a especulação imobiliária”.
O candidato do BE defende medidas concretas para combater este cenário, começando por uma intervenção imediata nas rendas. “Fazemos questão em apresentar as medidas que nós temos para a habitação. Defendemos a criação de um teto para as rendas de casa — naturalmente não é um teto absoluto, mas um valor que varia de acordo com a qualidade, o tamanho e a localização das casas”, explicou, dando como exemplo o modelo já existente no programa Porta 65, que apoia o arrendamento jovem. Para Fernando Rosas, esta é uma medida urgente e de aplicação imediata.
Mas o plano do BE para a habitação vai mais longe, tendo o candidato revelado que há medidas que são “igualmente importantes, mas que só se concretizam a médio prazo, como a construção pública de habitação a preços controlados. Isso é fundamental”. “Tem que haver oferta pública. Mas, sejamos claros, isso demora dois, três anos a concretizar, na melhor das hipóteses”, contou.
Durante a sua passagem pelo concelho, o candidato do BE identificou ainda outra questão crítica, que é o atraso na modernização da Linha do Oeste. “Constatámos, com alguma surpresa, que há cerca de nove anos que se espera pela conclusão da ligação ferroviária entre as Caldas e Leiria”, lamentou. “O distrito tem um problema muito sério de acessibilidade, tanto no transporte ferroviário como, em algumas zonas do norte do distrito, no transporte rodoviário, onde pura e simplesmente não há oferta”, afirmou.
Para Fernando Rosas, a falta de transportes públicos é também uma forma de exclusão social. “A acessibilidade ao transporte público é uma forma de inclusão ou de exclusão. E neste momento, a exclusão é real para muitas pessoas neste distrito”, apontou.
O cabeça de lista do BE por Leiria concluiu anunciando que nos próximos dias vai participar num encontro dedicado à questão ambiental no distrito. “Devo dizer que fiquei absolutamente surpreendido com o nível de desastre ambiental que vai por este distrito fora”, adiantou, prometendo dar voz a estas preocupações.