ETEO estimula debate sobre violência no namoro

A Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO), nas Caldas da Rainha, assinalou a 25 de novembro o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres com um alerta contra o crime de violência doméstica e do namoro, deixando a mensagem que “quem ama não agride”. 

A Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO), nas Caldas da Rainha, assinalou a 25 de novembro o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres com um alerta contra o crime de violência doméstica e do namoro, deixando a mensagem que “quem ama não agride”. 

“Violência e namorar não pode combinar”, foi como se designou a palestra dinamizada pelos alunos do 3º ano do curso técnico de serviços jurídicos orientada pela professora e coordenadora do curso, Sandra Mónica Correia, que decorreu no passado dia 25 no auditório da escola.

A atividade, que teve na plateia os estudantes das turmas do 1º ano, provocou um debate onde os estudantes tiveram espaço para se manifestar sobre o tema.

Todos os anos a docente, que também faz parte do Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD) da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, tem estimulado o debate na ETEO sobre a violência no namoro e envolveu na organização os finalistas do curso técnico de serviços jurídicos. “São eles próprios que apresentam e discutem com os colegas o tema”, explicou a professora. Até porque muitos destes estudantes já fizeram os seus estágios no tribunal ou na polícia e já têm uma perceção da violência doméstica.

Perante várias questões, como por exemplo, “tenho o direito de ver as mensagens do telemóvel do meu/minha namorado/a” ou “quem tem muitos ciúmes tem uma grande paixão”, os alunos da plateia levantavam o cartão verde (concordo), cartão amarelo (não sei) e cartão vermelho (discordo) com o intuito de estimular o debate e a partilha de comportamentos e opiniões. “Eles acabam por refletir e até mesmo contar situações vividas por eles ou por amigos”, referiu Sandra Mónica Correia, adiantando que é uma “forma de os colocar a discutir”.

A docente considera que estas ações proporcionam a “reflexão nos papéis sociais, de modo a que possamos fazer com que o número de práticas machistas e violações de direitos diminua”.

“Eu sou sempre surpreendida com elementos muito jovens que continuam a achar que há determinadas situações que se resolvem recorrendo à violência ou que certos comportamentos são normais”, disse a professora, acrescentando que “não conseguem vislumbrar certas condutas que são atos obsessivos, de perseguição ou sinais vermelhos de controlo e humilhação que não podem ser aceites”.

Segundo esta responsável, “é assim que começam as relações de violência, com pequenas coisas que vão escalando”.

Numa fase em que a “autoestima e personalidade dos jovens se encontra em construção, a vivência de relacionamentos saudáveis é um fator de extrema importância”. “Estes alunos de 15, 16 e 17 anos precisam de ser alertados porque continuam a existir determinadas ideias e certas normalizações que não são aceitáveis”, adiantou. 

Segundo Sandra Mónica Correia, a gravidade da ocorrência de violência entre pares e, especialmente, na relação de namoro, cria danos. “É preciso insistir na realização deste tipo de iniciativas porque sozinhos eles não conseguem”. Defendeu “o debate para dentro das escolas de forma a educar para que eles não criem preconceitos e reconheçam os limites dentro das relações”. 

De acordo com esta responsável, foram contabilizadas, entre 1 de janeiro e 15 de novembro deste ano, 23 mulheres mortas, 13 das quais no contexto de relações de intimidade, segundo os dados divulgados pelo Observatório de Mulheres Assassinadas.

Desde que estas ações são feitas na ETEO, a docente disse que “houve alunos que estavam ou tinham amigos a sofrer situações de violência no namoro e tiveram coragem de vir falar connosco, e nós conseguimos ajudar, e isso para mim é essencial”.

Os jovens do 3º ano do curso técnico de serviços jurídicos que dinamizaram o evento explicaram o que é a violência no namoro e como se manifesta. “Esta acontece quando, no contexto das relações de namoro, um dos parceiros, ou até mesmo os dois, recorre à violência com o objetivo de marcar a sua posição como um lugar de dominância, poder e controlo”, contaram.

A violência pode tomar várias formas: tanto pode ser física, psicológica, emocional, verbal, económica ou sexual.

“Todas as formas de violência no namoro têm a intenção de magoar, humilhar, controlar e assustar”, disseram, lembrando que “a violência nunca é uma forma de expressar amor ou paixão, os ciúmes não servem de justificação para qualquer comportamento violento”.

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