Elsa Baião, administradora do Centro Hospitalar do Oeste
A responsável relatou que, nos próximos fins de semana, “a urgência geral de adultos da unidade das Caldas está a funcionar normalmente, sendo os doentes triados para atendimento pela especialidade cirurgia geral encaminhados para a unidade de Torres Vedras, a qual tem as dotações completas, visto que os respetivos médicos não manifestaram indisponibilidade para trabalho extra”.
“A urgência pediátrica não irá funcionar, dado que é uma urgência autónoma da urgência geral, sendo os doentes encaminhados para a unidade de Torres Vedras, visto que os respetivos médicos também não manifestaram indisponibilidade para trabalhar mais horas”, disse a administradora.
A centralização do serviço de cirurgia do CHO em Torres Vedras acontece “devido à apresentação de declarações de indisponibilidade para a realização de horário suplementar pela totalidade dos especialistas em cirurgia geral e de pediatria do hospital de Caldas da Rainha, as quais implicaram constrangimentos na escala de outubro desta unidade hospitalar”, indicou Elsa Baião.
“Estes constrangimentos terão lugar enquanto se mantiver a indisponibilidade referida”, adiantou a administradora, revelando que a situação atual “não é estrutural, mas sim conjuntural, na sequência das manifestações de indisponibilidade referidas, sendo neste momento transversal a vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
“Não há intenção de encerrar o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico”
“Tem vindo a ser desenvolvido um significativo esforço para dotar as escalas de urgência das dotações definidas, contratando para o efeito os recursos humanos médicos necessários”, informou a responsável.
A administradora garantiu que “não há intenção alguma de encerrar o serviço de urgência médico-cirúrgico do hospital de Caldas da Rainha ou qualquer outro serviço do CHO”. Existe sim “a intenção de reforçar as valências existentes, como é o caso da hospitalização domiciliária, das equipas comunitárias em saúde mental e do internamento de psiquiatria”.
Quanto à crise política que o país está a viver, Elsa Baião considera que “não tem impacto direto no normal funcionamento do CHO, visto que o respetivo órgão de gestão e direções intermédias se mantêm em funções, acautelando as diligências e os ajustamentos necessários ao regular funcionamento dos serviços”.
Elsa Baião não aponta uma localização para o novo hospital, no entanto defende que a sua construção é “uma emergência, reconhecida por vários Governos e alvo de ações concretas pelos executivos mais recentes, que vão para além da questão da localização”.
“Não dispomos de informação sobre o que sucederá no futuro. De qualquer forma, a proposta de Orçamento de Estado já apresentada contempla verbas para a realização de um estudo sobre o modelo de financiamento da nova unidades hospitalar”, contou a responsável.
Segundo a administradora, o CHO “enfrenta dificuldades na prestação assistencial hospitalar que decorrem da distribuição da atividade dos seus profissionais por três instituições – Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras – que asseguram duas urgências médico-cirúrgicas, duas urgências pediátricas, uma urgência de ginecologia-obstetrícia, uma urgência básica e dois blocos operatórios”.
Para além da distância, “estão em causa instalações vetustas, estruturalmente limitadas, que se afigura impossível reconverter e que condicionam, definitivamente, a capacidade dos serviços de internamento e a atividade de ambulatório bem como a possibilidade de responder às necessidades de criação de novas valências”.
O médico e membro da Assembleia Municipal (AM) pelo Vamos Mudar, António Curado, que na última sessão da AM apelou que a comissão de saúde reunisse devido à centralização do serviço de cirurgia do CHO em Torres Vedras, que considera ter “um impacto negativo nas Caldas”, declarou ao JORNAL DAS CALDAS que já reuniram e que pediram uma reunião urgente com a presidente do Conselho de Administração do CHO.