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Suspeito de homicídio terá sido ajudado

Luís Lopes, o homem acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado e profanação de cadáver do seu companheiro, em abril do ano passado, em Adão Lobo, no concelho do Cadaval, não será o único arguido a sentar-se no banco dos réus, no início do julgamento, a 18 de março, às 14h00, no Tribunal de Loures, sede da Comarca de Lisboa Norte.

Luís Lopes, o homem acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado e profanação de cadáver do seu companheiro, em abril do ano passado, em Adão Lobo, no concelho do Cadaval, não será o único arguido a sentar-se no banco dos réus, no início do julgamento, a 18 de março, às 14h00, no Tribunal de Loures, sede da Comarca de Lisboa Norte.

A seu lado estará Ana Penha, suspeita de ter ajudado Luís Lopes, não tendo sido até agora divulgado o grau de envolvimento no caso.

O arguido, de 53 anos, foi formalmente acusado em outubro de ter assassinado e desmembrado o corpo de Valdene Mendes, de 47 anos, natural do Brasil. Ambos conheciam-se desde 2007, quando o suspeito o ajudou a tratar do seu processo de legalização em Portugal, tal como fazia com outras pessoas.

A vítima ocupava há pouco tempo um quarto na casa do suposto homicida, que pretenderia manter com ele uma relação amorosa. Na sequência de um desentendimento, Luís Lopes ter-se-á munido de uma marreta e, enquanto o companheiro dormia, desferiu com força pelo menos três pancadas na sua cabeça, causando-lhe várias lesões e hemorragia cerebral e, por conseguinte, a morte, refere a acusação do MP, citada pela agência Lusa.

A discussão terá acontecido após o suspeito se ter convencido que Valdene Mendes “apenas mantinha a relação para poder obter benefícios económicos”.

Por se encontrar em “situação económica débil”, a vítima pedia com frequência dinheiro ao arguido para pagar a pensão de alimentos de duas filhas menores, a prestação do empréstimo do seu veículo e despesas de alimentação, ameaçando terminar a relação se não o ajudasse.

Segundo o MP, Luís Lopes matou o companheiro, que chegou a residir nas Caldas da Rainha e no Bombarral, e trabalhou no talho de um hipermercado no Cadaval. O arguido aproveitou a experiência adquirida no manuseamento de cadáveres quando foi coveiro no cemitério do Cadaval e esquartejou o corpo “para dele se desfazer de forma mais fácil” e colocou várias partes em sacos de plástico, que transportou no seu veículo, desembaraçando-se deles em diferentes locais isolados em espaços florestais nas redondezas e inclusive numa habitação em ruínas na própria aldeia onde morava, assim como escondeu num terreno parte do colchão manchado de sangue onde a vítima se encontrava a dormir.

Lavou a viatura, roupas, o chão e as paredes da casa, os móveis, as facas e o serrote que usou, para tentar esconder as provas do crime.

Foi um caçador de javalis quem se deparou com os restos mortais, atraído pelo cheiro nauseabundo do corpo em avançado estado de decomposição, numa zona de mato em Pero Moniz.

A descoberta de um saco com parte do corpo alertou a Polícia Judiciária, que começou a investigar o caso, sendo depois encontrados mais sacos, um deles a poucas dezenas de metros de distância.

A cabeça da vítima seria encontrada posteriormente, a par das coxas, nas ruínas de uma habitação próxima da casa do arguido. Ao todo, foram descobertos cinco sacos com os restos mortais e luvas utilizadas pelo suspeito, que, de acordo com o MP, agiu “com total desprezo pela vida”.

Durante a autópsia foram descobertas tatuagens em várias partes do corpo, uma das quais com referências à bandeira nacional do Brasil, permitindo às autoridades identificar a nacionalidade da vítima, que veio a ser “identificada pelas impressões digitais, através de perícia efetuada pelo Laboratório de Polícia Científica”.

O suspeito encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

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