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Dupla apanhada nas Caldas por burla e falsificação

A Divisão de Investigação Criminal de Lisboa da PSP deteve em flagrante delito, nas Caldas da Rainha, no passado dia 23, dois homens estrangeiros, pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, num caso que mostra como a ganância em ver grandes quantidades de dinheiro “multiplicadas” leva a acreditar em histórias rocambolescas e cheias de esquemas, e em que as próprias vítimas podem ser acusadas de pactuar com falsidades.

A Divisão de Investigação Criminal de Lisboa da PSP deteve em flagrante delito, nas Caldas da Rainha, no passado dia 23, dois homens estrangeiros, pelos crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, num caso que mostra como a ganância em ver grandes quantidades de dinheiro “multiplicadas” leva a acreditar em histórias rocambolescas e cheias de esquemas, e em que as próprias vítimas podem ser acusadas de pactuar com falsidades.

Segundo descreveu a PSP, foi recebida a informação de que se encontravam dois indivíduos num hotel em Lisboa a tentar burlar uma pessoa, tendo sido montado um dispositivo no terreno que permitiu “recolher mais dados sobre os crimes que estavam na iminência de ocorrer” e que tinham a ver com o esquema conhecido como “euros negros”.

A PSP relatou ser “habitual” os indivíduos fazerem abordagens exploratórias, em vários locais até à concretização, que se prende com “aberturas de supostas sociedades de negócios em território nacional para as quais convidam as vítimas a serem sócios, demonstrando para o efeito que têm vários milhões de euros para investir, desviados de governos ou de associações de ajuda humanitária de países em conflito”.

“Montado o enredo e convencida a vítima, surge a segunda parte do plano que consiste em fazer uma demonstração com um líquido milagroso que limpa as notas marcadas, seja com carimbos de determinado país ou associação humanitária, permitindo desta forma a introdução no circuito financeiro legal através das empresas supostamente criadas e das quais a vitima será o gestor”, pormenorizou, adiantando que “feita a transação os suspeitos saem de cena e a vítima vê-se despojada do dinheiro que investiu, restando-lhe uma mala cheia de papéis e garrafas com o suposto liquido milagroso que apenas contém água e corante”.

Os dois burlões poderão ter feito várias vítimas, a quem pediam dinheiro para transformar as notas que eram falsas, uma vez que os crimes já estariam sob investigação há algum tempo, tendo agora sido montada uma operação para detê-los.

Foi marcado um segundo encontro nas Caldas da Rainha, pista que os agentes policiais seguiram e que permitiu a detenção dos suspeitos “na posse de fortes indícios”.

Para além de 24 molhos de papéis semelhantes a maços de notas, houve a apreensão de três garrafas de “líquido milagroso”, dois documentos identificativos falsificados e outros artigos (pratas, rolos, secador) usados para potenciar o ilícito.

Foram também apreendidos um cofre, dois relógios, oito telemóveis, 250 euros em notas e uma viatura.

Os detidos foram presentes no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa para primeiro interrogatório judicial, tendo ficado com termo de identidade e residência enquanto decorre o processo criminal. É a menos grave das medidas de coação, implicando que os arguidos são obrigados a comparecer perante as autoridades sempre para tal forem notificados e não podem mudar de residência nem dela se ausentar por mais de cinco dias sem previamente comunicar o local onde possam ser encontrados. Contudo, os detidos não têm morada fixa em Portugal.