A Câmara Municipal do Cadaval defendeu que a corrida de galgos realizada no passado dia 21 no concelho “não infringiu qualquer normativo legal em vigor”, pelo que a autarquia não se revê na forma nem no conteúdo dos comentários proferidos, que a acusavam de pactuar com uma iniciativa que maltratava os animais.
A autarquia considerou ser “uma reação por parte de pessoas isoladas no contexto das redes sociais”, explicando que organização da iniciativa foi privada, a cargo da Associação Galgueira do Centro, e “no contexto de uma lógica associativa por parte de uma instituição com sede no concelho, é apoiada como qualquer outra que desenvolva a sua atividade no nosso território”.
“A Câmara Municipal do Cadaval está – e sempre esteve – ao lado dos interesses e direitos dos animais, preocupando-se com a saúde e bem-estar dos mesmos, na sua integração e interação, quer com os humanos, quer com a natureza. Factos que se comprovam com a lógica dos investimentos disponibilizados pela autarquia, designadamente no canil municipal onde se demonstra a extrema preocupação e cuidado com os direitos dos animais, tendo para o efeito celebrado acordo com uma associação de proteção animal local, que gere e cuida dos animais recolhidos no âmbito da competência do município”, vincou a autarquia.
“É bem longa a ligação da Câmara Municipal do Cadaval à proteção e defesa dos animais, nomeadamente no apoio há várias décadas a um centro de recuperação de aves, também com sede no concelho; na construção de um moderno canil intermunicipal, partilhado com um concelho vizinho, que significou um investimento bastante elevado suportado essencialmente pelo orçamento próprio da autarquia, ou os investimentos em espaço urbano com infraestruturas de apoio ao bem estar dos animais, como o parque de recreio para cães no Parque de Lazer da Mata da Misericórdia, a adesão aos programas de esterilização de gatídeos, entre outros”, referiu.
A corrida de galgos, que decorreu na zona industrial do Cadaval, tinha levado várias organizações, como a SOS Animal Portugal e a Animal e até o partido PAN a pedir o cancelamento do evento.
Para o PAN, “as corridas de galgos são responsáveis por perpetuar a exploração e o sofrimento dos animais, sujeitando-os a treinos particularmente difíceis, bem como ao abandono e a condições de vida indignas”.
As corridas de cães, referem as duas organizações de defesa animal, “além da exploração e crueldade óbvia contra os animais que estão à vista de qualquer indivíduo minimamente empático, ainda têm a agravante de resultarem muitas vezes em ferimentos graves e/ou mortes”. “Estamos em 2024, é absolutamente inaceitável que se continue a ver como aceitável utilizar animais desta forma, divertir-se e ainda ganhar (por vezes bastante) dinheiro com tal barbaridade, e, por cima, ainda haver um organismo público a promover e apoiar”, manifestaram.