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António Trindade em luta pelos ex-combatentes

No ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos, as bandeiras que levaram à conquista da liberdade estão, de novo, ameaçadas. Guerra, Pão, Saúde, Habitação e Educação eram as grandes causas de um povo oprimido por um Estado que levava ao extremo a expressão do “estarmos orgulhosamente sós”. Muitos jovens perderam […]

No ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos, as bandeiras que levaram à conquista da liberdade estão, de novo, ameaçadas. Guerra, Pão, Saúde, Habitação e Educação eram as grandes causas de um povo oprimido por um Estado que levava ao extremo a expressão do “estarmos orgulhosamente sós”.

Muitos jovens perderam a vida nas antigas colónias, outros regressaram mutilados, sonhos de vidas perdidas, das vidas que se perderam de um lado e do outro por causa de uma guerra em que os soldados portugueses não queriam combater.

António Trindade, ex-combatente, luta, agora, por um suplemento para os ex-combatentes no ultramar, dirigindo uma proposta ao Presidente da República para incluir no Orçamento do Estado em discussão no Parlamento.

No documento, pode ler-se a sua posição, chamando a atenção para “A FALTA de dever moral dos governos chamados democráticos que continuam a tratar os seus antigos ex-combatentes do Ultramar, que cumpriram o Serviço Militar Obrigatório nas ex-províncias ultramarinas atribuindo-lhes uma migalha anual de cerca de 100,00 euros, valor este contabilizado para efeitos de IRS.” No mesmo formulário, recorda ainda que “esta informação/Proposta DEVERIA SER objeto de reflexão por parte de todos os Partidos Políticos e que vai estar em debate no próximo Orçamento de Estado.”

Após a receção da resposta do Presidente da República, através da Casa Militar, Trindade dirigiu-se ao Primeiro- Ministro, após tentativas falhadas de contacto com o Ministério da Defesa.

As suas missivas ainda aguardam resposta e os ex-combatentes aguardam o devido respeito há mais de 50 anos.

                                                                                              Clara Bernardino

MAIS DE 50 ANOS NUMA LUTA CONTRA A PERMISSÃO DE INJUSTIÇAS DOS GOVERNANTES

 A MINHA PROPOSTA/INFORMAÇÃO DIRIGIDA AO ATUAL GOVERNO.

Enquanto Cidadão e Ex-combatente do Ultramar que cumpri o Serviço Militar Obrigatório nas ex-províncias Ultramarinas, assim como milhares de ex-militares em todas as frentes das ex-províncias ultramarinas. Como dever de cidadania, considerei enviar ao atual Ministro da Defesa Nacional e Presidente da República uma proposta para incluir no Orçamento de Estado, atualmente em discussão na Assembleia da República, no sentido de procederem às alterações do valor do Suplemento Especial Pensão de cerca de 10€ mensais, aos ex-combatentes que cumpriram o serviço em zonas 100% consideradas de guerra e aos restantes em zonas de 50% cerca de 5€ mensais, abrangendo as viúvas desses militares. A natureza desta proposta é também para alertar toda a classe política deste país a refletirem esta realidade, assumindo um gesto de solidariedade perante todos estes casos, e reconhecerem que estas missões foram cumpridas obrigatoriamente num período crítico de ditadura.

Passados que foram mais de 50 anos após o 25 de Abril

Apela-se deste modo a toda a classe política concretamente aos partidos da governação que não se remetam ao silêncio perante tão grande injustiça.

É importante refletir sobre o facto de mais de 80% destes militares regressaram com “traumas de guerra” e cerca de 75% já faleceram, continuando as viúvas que foram também vítimas de todos estes problemas/traumas continuando a viver com muita ansiedade sem apoios.

NÃO nos podemos esquecer que um dos objetivos do golpe de Estado no dia 25 de Abril de 1974 feito pelos Capitães de Abril, foi de facto trazer a liberdade e a democracia ao país e libertar o povo da repressão, mas também colocar o fim da guerra do ultramar.

Finalmente, depois desta introdução aqui vão as minhas palavras dirigidas ao Senhor Ministro da Defesa Nacional e ao Senhor Presidente da República Portuguesa, para serem analisadas:

“Uma Proposta/informação de um cidadão Ex-combatente do Ultramar para incluir no Orçamento do Estado atualmente em discussão na Assembleia da República”

Na nossa opinião consideramos que 50 anos sem resolverem os nossos problemas revelam o seguinte:

A FALTA de dever moral dos governos chamados democráticos que continuam a tratar os seus antigos ex-combatentes do Ultramar que Cumpriram o Serviço Militar Obrigatório nas ex-províncias ultramarinas atribuindo uma migalha anual de cerca de 100,00 euros valor este contabilizado para efeitos de IRS.

Esta informação/Proposta DEVERIA SER objeto de reflexão por parte de todos os Partidos Políticos que vai estar em debate no próximo Orçamento de Estado.

24/07/2024

Ex-combatente,

A. Trindade