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“Fronteiras” será o tema do Fólio em 2025

A 10ª edição do Fólio - Festival Literário Internacional de Óbidos vai ter como tema “Fronteiras”, o qual pretende ser “uma reflexão sobre os limites que cruzamos, questionamos e superamos”, segundo explicou o presidente da Câmara, Filipe Daniel, na cerimónia oficial de encerramento do evento, que terminou a 20 de outubro.

A 10ª edição do Fólio – Festival Literário Internacional de Óbidos vai ter como tema “Fronteiras”, o qual pretende ser “uma reflexão sobre os limites que cruzamos, questionamos e superamos”, segundo explicou o presidente da Câmara, Filipe Daniel, na cerimónia oficial de encerramento do evento, que terminou a 20 de outubro.

“Após 11 dias intensos e de grande celebração literária e cultural, é com imensa satisfação que faço um balanço extremamente positivo desta edição”, disse o edil obidense, que revelou que durante este período terão estado na vila de Óbidos mais de 100 mil visitantes. Afinal, a vila já é habitualmente visitada por milhares de turistas diariamente e o Fólio contribuiu para um aumento desse número.

Filipe Daniel salientou ainda a ligação com as escolas, “onde o Fólio se expande e fortalece a sua relação com a comunidade estudantil e civil, plantando sementes de conhecimento e cultura para as próximas gerações”.

Para o autarca, o festival “tem-se afirmado como um elevador não só cultural, mas acima de tudo social, em Óbidos, permitindo-nos aproximar pessoas, estimular o diálogo e promover uma partilha de saberes que transcende fronteiras”.

Quanto ao tema da edição deste ano, Inquietação, “deu o mote para um festival dinâmico e diversificado”. A celebração dos 50 anos do 25 de Abril e dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões permitiu “momentos de profunda reflexão e homenagens a estas figuras e datas incontornáveis”.

Numa programação com mais de 600 iniciativas, destaque para a participação de autores nacionais e estrangeiros e cerca de uma centena de ilustradores.

Para além das várias participações do humorista e escritor Ricardo Araújo Pereira, sempre com sessões que esgotaram, o escritor Mia Couto foi quem mais terá tido público a assistir, na apresentação do seu romance “A Cegueira do Rio”.

A propósito deste livro, o editor da Caminho, Zeferino Coelho, lembrou que os rios têm um lugar muito importante no conjunto da obra de Mia Couto, como se fossem seres vivos.

O escritor lembrou ser de origem africana, pelo que seria impossível sentir de outra forma. “Os rios são como veias, como artérias, que põem em ligação territórios distantes”, disse.

Mia Couto falou ainda da situação do seu país natal, Moçambique. “Não há uma guerra em Moçambique, há várias guerras que estão a acontecer”, sublinhou.

Participação da Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão

A secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, esteve presente, no dia 17, na sessão de abertura do seminário “A inquietação da leitura para Tod@s”.

A governante anunciou que irá reunir, em breve, com várias organizações ligadas à temática da inclusão, para recolher contributos para a adoção de medidas nesta área.

Clara Marques Mendes salientou que há medidas que não dependem apenas do dinheiro, mas da vontade política, e da articulação entre todos.

Intervir em edifícios públicos para que se tornem acessíveis a todos, e permitir que qualquer pessoa tenha o direito de assistir a espetáculos, sem dias especiais para o efeito, foram alguns exemplos deixados, para tornar a sociedade mais inclusiva.

“Quando falamos em acessibilidade, não estamos a falar apenas das barreiras físicas, mas de melhorar a situação de empregabilidade para as pessoas com deficiência, para garantir condições para exercerem a sua função como os demais colegas”, adiantou.

A governante felicitou o município de Óbidos por promover um “festival da inclusão”, envolvendo a comunidade e os agentes de várias áreas, para encontrar as melhores soluções para a nossa sociedade.

Na mesma sessão, o presidente da Câmara disse estar empenhado em “desconstruir as barreiras para as pessoas com dificuldades”, dando como exemplo a colocação de uma rampa de acesso ao auditório da Casa da Música, onde estava a decorrer o seminário. Comprometeu-se ainda a tornar os museus e as galerias da vila acessíveis.

Quarta edição do curso de Turismo Literário

O Fólio recebeu também, a 15 de outubro, a apresentação da quarta edição do curso de Turismo Literário, que se inicia a 21 de novembro e termina a 5 de março, mantendo o formato online, às terças e quintas-feiras, entre as 19 e as 23 horas.

Promovido pela Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), o curso já contou com cerca de 90 participantes nas três edições.

O diretor do EHTO, Daniel Pinto, salientou como estes formandos podem “ajudar a desenvolver Portugal” na área do turismo literário, por serem “pessoas muito interessadas e muito interessantes, e com uma grande riqueza e histórico profissional”.

“O Curso de Turismo Literário não termina ao fim dos três meses”, sublinhou Lídia Monteiro, diretora de marketing do Turismo de Portugal. “Queremos construir convosco mais inquietações e criar novos projetos, que possam ser uma mentoria de negócios, na área do turismo literário”, afirmou, dirigindo-se aos potenciais alunos.

Durante a apresentação do curso, a vereadora da Cultura revelou terem sido identificados 33 espaços, que serão incluídos num mapa destinado a dar a conhecer os espaços literários de Óbidos: hotéis, restaurantes e cafés, uma barbearia, uma paragem do autocarro, biblioteca municipal, bibliotecas escolares e minibibliotecas da Sancheira, do Vau, da Amoreira e, mais recentemente, da Usseira.

“São espaços identitários onde as pessoas, incluindo as mais idosas, se encontram para ler o jornal, trocar livros e conviver”, explicou Margarida Reis.

A nova rota irá integrar o roteiro da música, constituído por vários coretos do concelho, e o roteiro da poesia, em que várias poesias de autores portugueses se encontram “espalhadas pelo território”.

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