Os deputados do Partido Socialista recomendaram ao Governo o reforço dos meios da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária para aplicação das medidas de contenção da doença que afeta a pera rocha na região Oeste, vulgarmente designada por fogo bacteriano, assim como o reforço dos meios de investigação do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e de outras entidades do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia dedicadas ao estudo do fogo bacteriano e da estenfiliose.
Os parlamentares recomendaram ainda que o Governo avalie a eficácia de substâncias ativas até agora não homologadas em Portugal no combate à doença, crie uma linha de crédito específica para apoiar a replantação dos pomares afetados e implemente um sistema de monitorização fitossanitária rigoroso, para a deteção precoce do fogo bacteriano e estenfiliose.
Nos últimos anos, o cultivo da pera rocha tem apresentado um declínio face a condições climáticas adversas e a questões fitossanitárias, como o fogo bacteriano e a estenfiliose, com produções em queda: 225 mil toneladas em 2021 para 128 mil em 2024.
Entretanto, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, o deputado social-democrata Marco Claudino manifestou preocupação pelo facto do “fogo bacteriano e a estenfiliose dizimarem pomares de pêra rocha, gerando significativas perdas de produção e de rendimentos e levando a que os produtores comecem a substituir as culturas”.
Lamentando que o Governo anterior “pouco mais tenha feito do que aprovar uma portaria que se revelou letra morta”, o social-democrata pediu respostas ao Ministro da Agricultura “desde logo ao nível dos fitofármacos admitidos, da investigação para termos produções mais resistentes, da limpeza de terrenos e arranque de pomares infetados e dos apoios para o restabelecimento do potencial produtivo”.