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Alunos da Rafael Bordalo Pinheiro vão conversar em direto com astronauta a bordo de estação espacial

Alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, preparam-se para viver uma experiência única: Conversar com um astronauta em tempo real, a 400 quilómetros de distância da Terra, a partir da Estação Espacial Internacional (EEI).

Alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, preparam-se para viver uma experiência única: Conversar com um astronauta em tempo real, a 400 quilómetros de distância da Terra, a partir da Estação Espacial Internacional (EEI).

A ligação vai acontecer no âmbito do programa ARISS (Amateur Radio on the International Space Station), que oferece a possibilidade de radioamadores de todo o mundo entrarem em contacto com a Estação. Esta iniciativa permitirá aos jovens do ensino secundário da escola das Caldas fazer perguntas a um astronauta sobre a vida no espaço e as operações diárias a bordo da estação orbital.

O radioamador Eduardo Dias, conhecido pelo indicativo CT7AXW, lançou o desafio ao Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (AERBP). O entusiasmo foi partilhado pelas professoras de Física e Química do ensino secundário, Michel Pimenta e Conceição Vidigal, a docente de Inglês, Ana Guerra, e ainda o diretor do AERBP, Jorge Pina, que não hesitaram em aceitar o desafio e fizeram a candidatura ao projeto, que foi aprovada.

É a primeira vez que esta experiência vai acontecer numa escola nas Caldas da Rainha e vai oferecer aos estudantes uma perspetiva única sobre o papel das comunicações na exploração do espaço. A “Inflight Call”, comunicação ao vivo estabelecida entre astronautas em órbita, a bordo da EEI, terá uma duração de cerca de dez minutos e está prevista para ocorrer no dia 22 de novembro, no auditório da ESRBP. O astronauta que irá contactar com os alunos responder às questões é Donald Pettit, de 69 anos, o mais velho em atividade. No entanto, a transmissão em direto entre astronautas em órbita e os alunos em terra poderá não se concretizar devido a possíveis problemas técnicos.

Foi na passada sexta-feira que os docentes e o radioamador explicaram o evento, numa conferência de imprensa que decorreu na ESRBP com a presença do diretor do AERBP. “A candidatura foi submetida no ano passado, onde foi elaborada uma proposta educacional no âmbito da implementação deste projeto”, explicou a professora Conceição Vidigal, destacando a complexidade e os timings do projeto.

“O ARISS permite que os estudantes vivenciem a emoção de falar diretamente com os membros da tripulação da EEI, inspirando-os a seguir carreiras nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, ao mesmo tempo que os envolve com a ciência e tecnologia de rádio”, referiu Michel Pimenta. “Os jovens estão a perder o interesse pelas áreas científicas. Muitos fazem o curso de Ciências e Tecnologias e depois na universidade escolhem outas áreas e estas iniciativas têm como objetivo motivá-los”, indicou Conceição Vidigal.

“Existem fatores técnicos que podem interferir na realização do contacto, incluindo a instabilidade das comunicações de rádio e condições atmosféricas que podem afetar a ligação”, admitiu a docente. Segundo as professoras, os estudantes desempenharam um papel ativo na preparação deste evento, onde elaboraram as dezanove perguntas que vão ser colocadas ao astronauta.

Vinte alunos do 11º e 12º de física vão conversar ao vivo com o astronauta durante aproximadamente dez minutos. O último jovem fará a despedida. As questões dos estudantes foram enviadas há cerca de um mês para a NASA (agência do governo dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial), para preparar respostas objetivas e rápidas, dinamizando assim o contato.

A professora Conceição Vidigal salientou o entusiasmo com que os jovens encararam o projeto. “Quando lançámos o desafio, os olhos deles brilharam logo. Imaginaram a oportunidade de falar diretamente com alguém que está fora da terra e isso é absolutamente fascinante para eles”, salientou. Os alunos estão a preparar-se ativamente para este contacto com o apoio das professoras de Inglês e de Ciências, que orientaram a formulação de perguntas interessantes e criativas.

A professora de Inglês, Ana Guerra, acompanhou a preparação dos estudantes. Os alunos trabalharam em pares e individualmente para criar perguntas que abarcassem tanto aspetos técnicos como curiosidades sobre a vida no espaço. “Cada aluno criou uma questão científica e uma genérica, o que nos deu uma diversidade enorme de temas. Selecionámos as mais interessantes, com o objetivo de abordar temas diferentes, que vão desde o funcionamento da estação até ao impacto do espaço na saúde humana”, relatou a professora.

Os alunos selecionados para fazer as perguntas na sessão de contacto direto com astronautas foram aqueles com maior facilidade com a língua inglesa. “Escolhemos os jovens que demonstram maior competência e confiança na língua inglesa, uma vez que o contacto será realizado exclusivamente neste idioma. O objetivo é facilitar a fluidez da comunicação, permitindo que os jovens possam colocar questões de forma direta, percebendo integralmente as respostas”, adiantou.

Para que os alunos estejam preparados existirão dois ensaios gerais. Este evento conta também com a colaboração dos professores e dos alunos do curso profissional de Técnico de Audiovisuais, que vão assegurar a cobertura audiovisual do momento, com transmissão em streaming para todas as salas de aula, possibilitando que todos os alunos acompanhem a interação em tempo real.

Radioamador foi o motor da candidatura

Eduardo Dias, radioamador com Classificação 1, uma das mais elevadas concedida pela ANACOM (autoridade reguladora em Portugal no âmbito das comunicações), foi o motor desta candidatura e do processo rigoroso que garantiu à escola esta rara oportunidade. A representação da ARISS em Portugal é da responsabilidade da REP – Rede dos Emissores Portugueses, com sede em Lisboa.

Eduardo Dias disse que começaram este processo em outubro do ano passado, submetendo uma candidatura muito completa para a NASA. “A complexidade desta operação requer precisão técnica e Alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, preparam-se para viver uma experiência única: Conversar com um astronauta em tempo real, a 400 quilómetros de distância da Terra, a partir da Estação Espacial Internacional (EEI). coordenação para maximizar o breve tempo de contacto com a estação. O momento da comunicação vai corresponder com a passagem da EEI sobre Portugal a uma altitude média de 420 km a uma velocidade de 7,66 km por segundo, ou seja, 28 mil km/h.

A EEI faz 15 voltas por dia ao nosso planeta”, contou. Os alunos da ESRBP vão comunicar com a Expedição 72, que foi para o espaço a 23 de setembro e termina na primavera de 2025. Os residentes orbitais estão a explorar uma variedade de fenómenos espaciais com o objetivo de beneficiar a humanidade tanto na Terra como no espaço, incluindo a produção farmacêutica, sistemas avançados de suporte à vida, sequenciamento genético em microgravidade e muito mais.

Para Eduardo Dias, a preparação técnica é fundamental e no que se refere ao radioamadorismo vão ser colocadas no auditório antenas rotativas e equipamentos de radioamadorismo específicos, que vão ser operados pelo especialista radioamador Luís Califórnia, coordenador da ARISS Portugal, para garantir a comunicação estável com a EEI durante a sua passagem”.

“Vai haver um callsign aprovado pela ANACOM e eu falo primeiro com o astronauta e depois os estudantes vão fazer as suas perguntas com uma precisão que permita que o astronauta responda ao maior número possível”, adiantou. Caso o contacto com os astronautas não possa ser estabelecido na data marcada, devido a dificuldades técnicas, a organização do evento vai procurar reagendar. Este momento é o culminar de muito trabalho e dedicação: “A ciência é essencial para a nossa compreensão do universo.

O contacto direto com astronautas é, para os estudantes, uma oportunidade única de entender melhor o mundo e o espaço, reforçando o seu interesse pelas ciências”, referiu, Eduardo Dias. Jorge Pina salientou que enfrentar desafios faz parte da missão da escola e que o AERBP está habituado a “agarrar os desafios com motivação e levá-los até à sua conclusão”.

O diretor destacou também o orgulho e a responsabilidade do agrupamento em preservar e melhorar a qualidade do ensino, um legado que, segundo ele, tem sido reforçado ao longo dos anos. “O AERBP é procurado por alunos que se identificam com o serviço educativo que oferecemos”, afirmou, sublinhando o facto de que a escola é uma das que mais alunos têm inscritos no ensino secundário na região Oeste.

ARISS 2
Os alunos da Escola vão comunicar com a Expedição 72

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