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Caminhada mobiliza mais de 100 pessoas em defesa das vítimas de violência

No dia 25 de novembro, mais de 100 pessoas, entre mulheres e homens, uniram-se numa caminhada pelas ruas das Caldas da Rainha, como parte das comemorações do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A iniciativa, sob o lema “Nós caminhamos por elas”, foi organizada pelo Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD) do Município das Caldas da Rainha, que no dia 4 de dezembro vai assinalar uma década de existência como estrutura de apoio essencial às vítimas.

No dia 25 de novembro, mais de 100 pessoas, entre mulheres e homens, uniram-se numa caminhada pelas ruas das Caldas da Rainha, como parte das comemorações do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A iniciativa, sob o lema “Nós caminhamos por elas”, foi organizada pelo Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD) do Município das Caldas da Rainha, que no dia 4 de dezembro vai assinalar uma década de existência como estrutura de apoio essencial às vítimas.

A caminhada contou com o dinamismo do grupo de bombos da ETEO – Escola Técnica Empresarial do Oeste, que liderou o percurso. Os participantes, empunhando cartazes com mensagens como “Amor não é abusivo” e “Na luta contra a violência na mulher estamos todos juntos”, reforçaram a urgência de combater um flagelo que continua a crescer em Portugal e nas Caldas da Rainha.

Marta Tempero, responsável do serviço de ação social revelou que, até à data, o gabinete já atendeu 74 mulheres vítimas de violência doméstica este ano, incluindo dois casos reabertos de anos anteriores.

Atualmente, está a acompanhar 42 vítimas, das quais 38 são mulheres e 4 são homens, com idades médias entre os 31 e os 51 anos.

Segundo esta responsável, as formas de violência mais frequentemente denunciadas são a psicológica e a física, embora haja um aumento das denúncias de violência sexual.

Referiu também que os números e violência doméstica aumentaram em relação ao ano passado, onde em 2023 atenderam por violência doméstica 54 mulheres e 5 homens. 

Outra realidade, segundo Marta Tempero, são os “pedidos de ajuda por parte de idosos que sofrem de crueldade praticada pelos filhos, nomeadamente a prevalência de violência financeira contra as pessoas idosas, muitas vezes associada aos consumos do estupefaciente e álcool”.

A responsável explicou que “há mais denúncias e as pessoas também têm outra predisposição para recorrerem aos nossos serviços”. Há ainda todas aquelas vítimas que não recorrem aos serviços e que por vezes chamam a polícia quando são atacadas, mas depois não dão continuação ao processo e que não passam pelo GAVVD.

Construir confiança para fomentar denúncias

A caminhada foi mais um passo na luta contra a violência, demonstrando que a união da comunidade é essencial para combater este problema.

Em declarações à imprensa, o vice-presidente da Câmara Municipal, Joaquim Beato, destacou a importância desta iniciativa e a necessidade de continuar a combater este flagelo social. “Este é um assunto que me toca muito de perto. Na minha família houve exemplos de violência doméstica, e, por isso, trata-se de uma causa muito próxima do coração”, afirmou o responsável, sublinhando que esta luta continua a ser imperativa, mesmo em pleno século XXI.

Joaquim Beato salientou que a Câmara não podia ficar indiferente a esta problemática e que através do GAVVD tem vindo a desenvolver esforços significativos na prevenção, sensibilização e apoio às vítimas. “Com uma equipa dedicada a prestar apoio social, psicológico e jurídico, o GAVVD, que na próxima semana celebra dez anos de existência, é um pilar essencial na nossa política de proximidade”, afirmou.

O vice-presidente disse ainda que a abordagem da autarquia passa por uma política de proximidade, procurando ouvir e estar disponível para todos. “Não estamos fechados nos gabinetes. Queremos escutar as pessoas e dar-lhes a confiança necessária para superarem o medo ou a vergonha que muitas vezes sentem ao procurar ajuda”, explicou.

Para o autarca, um dos pilares mais importantes do trabalho realizado pelo GAVVD é a criação de uma relação de confiança com as vítimas. “Os registos começam a ser diferentes porque as pessoas já não se sentem tão reticentes em recorrer ao gabinete. Sabem que encontram um espaço seguro, ajuda e um ombro amigo”, salientou.

Apelou ainda à coragem das vítimas e da sociedade civil para combater a violência doméstica. “Este é um trabalho de formiguinha, mas é essencial para mostrar que existe um local onde as pessoas podem encontrar apoio. É urgente transmitir a mensagem de que é necessário denunciar estes crimes, que são de natureza pública. Sem denúncias, não conseguimos agir”, frisou.

No seu entender, ações como a caminhada ajudam a dar “visibilidade à problemática e a encorajar denúncias”.

Uma década de apoio às vítimas

Com dez anos de trabalho no apoio a vítimas de violência doméstica, o GAVVD tem sido uma referência na sensibilização, prevenção e acompanhamento de casos na região. Presta assistência nas vertentes social, jurídica e psicológica, sendo um pilar fundamental para quem enfrenta situações de violência doméstica.

Para assinalar o Dia de Violência Contra as Mulheres e os dez anos do GAVVD, o Centro de Alto Rendimento Badminton está iluminado de cor roxa até 29 de novembro. No dia 5 de dezembro, pelas 18h00, no Museu Leopoldo de Almeida, vai decorrer a tertúlia “À conversa sobre violência contra mulheres”.

Vai haver formação dirigida a professores e pessoal não docente sobre a temática “Violência Doméstica na Mulher e de Género”, em colaboração com o Centro de Formação de Associação de Escolas Centro-Oeste.

Vai igualmente decorrer a ação de sensibilização “Violência Doméstica na Mulher”, em parceria com o Clube Soroptimist Internacional de Caldas da Rainha, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.

Ações de sensibilização dirigidas aos alunos do 10º ano, sobre a temática “Violência Doméstica”, terão lugar na Escola Secundária Raul Proença.

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