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Associação Empresarial da Região Oeste assinala duas décadas de aceleração de empresas

A AIRO - Associação Empresarial da Região Oeste celebrou, no passado dia 28, duas décadas dedicadas à aceleração de empresas, com uma sessão especial que reuniu representantes do ecossistema empresarial da região. O evento, que decorreu ao longo de todo o dia, incluiu a apresentação do novo projeto Startup Oeste, reforçando o compromisso da associação em promover a cooperação regional e impulsionar a atratividade do Oeste como polo de desenvolvimento económico.

A AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste celebrou, no passado dia 28, duas décadas dedicadas à aceleração de empresas, com uma sessão especial que reuniu representantes do ecossistema empresarial da região. O evento, que decorreu ao longo de todo o dia, incluiu a apresentação do novo projeto Startup Oeste, reforçando o compromisso da associação em promover a cooperação regional e impulsionar a atratividade do Oeste como polo de desenvolvimento económico.

 

 

Fundada em 2004, a AIRO foi amplamente elogiada pela sua atuação enquanto incubadora de projetos de empreendedorismo, sendo responsável “pelo aceleramento, crescimento e desenvolvimento de algumas empresas da região Oeste”.

Entre 2011 e 2024, a associação apoiou mais de dois mil empreendedores, assegurando anualmente cerca de 300 atendimentos e viabilizando 781 projetos que mobilizaram aproximadamente 11 milhões de euros em investimento. Este esforço culminou na criação de mais de 900 novos postos de trabalho, sublinhando o impacto significativo da AIRO no progresso económico e social da região.

O secretário-geral da AIRO, Sérgio Félix, anunciou na sessão o lançamento do projeto StartUP Oeste, uma iniciativa que pretende dinamizar o ecossistema empreendedor da região Oeste. “Queremos aumentar a oferta disponível. Acelerar mais negócios e apoiar mais startups e empresas”, salientou.

“O objetivo é unir as várias entidades da região, universidades, centros de formação, empresas, incubadoras e municípios com o objetivo de aumentar a competitividade do Oeste a nível nacional e internacional”, adiantou.

Deverá estar operacional em fevereiro do próximo ano e entre as ações previstas estão a criação de uma plataforma com “toda a oferta existente, em termos de espaços de incubação de empresas na região”, bem como “um programa de aceleração de empresas e um programa conjunto de atração de nómadas digitais”.

O nómada digital “não procura apenas uma rua para se fixar, procura experiências”, disse o secretário-geral da AIRO, elencando potencialidades regionais como “praias, surf, termas ou pegadas de dinossauro”, entre outros atrativos, para a fixação destes profissionais nos vários concelhos do Oeste.

Sérgio Félix realçou as vantagens da nova região NUT Oeste Vale do Tejo, sublinhando a proximidade a Lisboa e as boas vias de comunicação, além da diversidade cultural e económica. “A região tem uma competitividade interessante e uma história rica, com ecossistemas evoluídos e uma oferta diversificada”, explicou.

O projeto vai incluir a assinatura de um protocolo de cooperação entre municípios, associações empresariais, incubadoras e outras entidades do ecossistema, com o objetivo de garantir uma ação coordenada e complementar.

Segundo Sérgio Félix, “a ideia não é sobrepor-se às iniciativas já existentes, mas agregar valor, complementar a oferta e alavancar o tecido empresarial. Quando apresentamos o StartUP Oeste, não estamos a apresentar um projeto da AIRO, mas sim de toda a região”.

“Por exemplo, se tivermos uma ação a decorrer nas Caldas da Rainha, não vamos ter outra em Óbidos no mesmo dia. Queremos planear as atividades de forma integrada para maximizar os recursos”, esclareceu.

A gestão e a implementação do site e das iniciativas vão contar com a contratação de dois recursos humanos, com as primeiras formações a iniciarem-se em janeiro de 2025.

Já o espaço de coworking e as melhorias nos espaços de incubadora estarão operacionais no primeiro trimestre de 2025.

Para garantir a sustentabilidade do projeto, o Startup Oeste vai operar com um modelo de partilha e otimização de recursos. Segundo Sérgio Félix, “a ideia é que os empreendedores possam usufruir dos recursos de forma colaborativa, utilizando espaços e serviços de acordo com as suas necessidades reais”.

“Aqui na Expoeste o nosso objetivo é potenciar a utilização dos espaços numa perspetiva de coworking. Podemos ter uma pessoa a utilizar o espaço pela manhã e outra à tarde, ou mesmo alguém que esteja nas Caldas da Rainha às segundas-feiras e na Lourinhã às quartas. A flexibilidade é essencial para multiplicarmos os empreendedores e maximizarmos os recursos disponíveis”, relatou

O Município de Caldas da Rainha vai apoiar o ecossistema disponibilizando quatro horas mensais gratuitas de utilização dos espaços para cada empreendedor, enquanto os associados da AIRO terão condições especiais, incluindo duas horas adicionais por mês sem custos.

O secretário-geral da AIRO disse ainda que o projeto vai incluir uma “bolsa de vantagens para empreendedores, mentores e consultores”, com acesso a serviços especializados, como contabilidade e consultoria. “Queremos que os empreendedores da região tenham acesso a tudo o que precisam para crescer, incluindo suporte técnico e uma rede de mentores e consultores,” frisou.

O objetivo é criar um ecossistema integrado onde os empreendedores não só beneficiam, como também contribuem. Por exemplo, “quem está incubado pode, além de receber, oferecer consultoria, fortalecendo a comunidade”, acrescentou.

O evento de assinatura dos protocolos e apresentação do plano de atividades vai realizar-se no dia 22 de janeiro de 2025. Até lá, a AIRO e os parceiros vão continuar a trabalhar para consolidar a rede de colaboração e promover o desenvolvimento económico e social da região Oeste. “Estamos a criar um projeto que é de todos nós. Juntos, podemos tornar o Oeste um dos principais ‘players’ no ecossistema empreendedor português”, concluiu Sérgio Félix.

 

Investimento no edifício da Expoeste

 

O vice-presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Joaquim Beato, anunciou um investimento significativo no edifício da Expoeste, que vai complementar a criação do StartUP Oeste. “Este investimento de 400 mil euros permitirá potenciar e qualificar a oferta, com melhorias nos gabinetes de incubação, na climatização e nos equipamentos”, afirmou.

O autarca destacou ainda que, além de funcionar como sede da AIRO, a Expoeste continua a ser um pavilhão de feiras e exposições, onde o intuito é ciar ali mais dinâmicas empresariais. “Prevemos que, dentro de quatro a cinco anos, todo o espaço esteja como novo,” relatou.

Algumas melhorias foram já realizadas, incluindo no auditório e no espaço dedicado aos serviços municipais de eventos.

Daniela Félix, técnica da AIRO, descreve-se como a “fada madrinha dos negócios”, afirmando que “ajudamos as pessoas a concretizá-los”. Sublinhou ainda que a AIRO, enquanto incubadora de projetos de empreendedorismo, já prestou apoio a muito mais de dois mil empreendedores, reforçando o impacto significativo da associação na dinamização do tecido empresarial.

 

Expansão de empresas na Zona Industrial

 

O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Vitor Marques, destacou a estratégia do Município para incentivar o empreendedorismo, reforçando o compromisso com o apoio ao tecido empresarial.

Apelou aos empreendedores para que se adaptem às novas tendências, superem a zona de conforto e criem valor. “O risco é maior para as empresas que estão estagnadas do que o risco de inovar e fazer diferente”, afirmou. O autarca sublinhou ainda a importância de um pensamento dinâmico. “Tudo mudou. Se fizer a mesma coisa, não vai ter sucesso. Temos que nos reinventar todos os dias”, salientou.

Revelou ainda que a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) está na fase final e que “vai permitir o aumento do espaço das zonas empresariais, como forma de atratividade das empresas ao concelho, porque hoje temos uma oferta muito limitada”.

O autarca recordou ainda que “algumas empresas na Zona Industrial enfrentavam dificuldades para crescer devido ao índice de construção que limitava as possibilidades de expansão. Conseguimos alterar essa situação, permitindo que empresas que estavam a considerar abandonar o nosso concelho agora possam ampliar as suas instalações. Algumas já concluíram essas ampliações, aumentando a faturação e contratando mais recursos humanos”.

Vitor Marques sublinhou ainda que a intervenção foi crucial para evitar a perda de empresas locais. Reforçou igualmente a necessidade de adaptação e planeamento estratégico num contexto de constantes transformações. “Acredito na nossa região, mas temos que fazer caminho. Um plano estratégico para dez anos já não faz sentido, porque tudo muda muito rápido e hoje o nosso território é muito diferente”, salientou.

Dora Ribeiro, diretora do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), e Cláudia Gomes, também do IEFP explicaram as medidas de apoio às empresas.

Pedro Manuel, diretor da AIRO, fez um balanço positivo do trabalho da associação empresarial.

 

Estruturas de apoio às empresas

 

O primeiro painel da parte da tarde, moderado pelo chefe de redação do Jornal das Caldas, Francisco Gomes, foi dedicado às estruturas de apoio ao empreendedorismo na região Oeste. Durante a sessão, os convidados abordaram em pormenor as iniciativas que estão a ser desenvolvidas em vários municípios da região.

Teresa Leal, pivot do CRINOVE Sub-Região do Oeste, destacou o trabalho em curso para identificar soluções tecnológicas existentes no sistema científico da Região Centro, que inclui universidades, institutos politécnicos e startups. “Temos, neste momento, uma base de dados com um vasto conjunto de soluções tecnológicas em várias áreas. Levamos estas soluções às empresas que as procuram, mas também trabalhamos no sentido inverso: analisamos os desafios de inovação apresentados pelas empresas e canalizamos esses problemas para as universidades da Região Centro, que desenvolvem as soluções necessárias”, explicou. Teresa Leal sublinhou que esta articulação entre o sistema científico e o tecido empresarial já gerou um conjunto significativo de resultados positivos.

Miguel Silvestre, diretor executivo do Parque Tecnológico de Óbidos, apresentou as iniciativas em curso no parque, destacando o apoio prestado às empresas tecnológicas na definição de modelos de negócio inovadores e com elevado potencial de crescimento. “Atualmente, contamos com cerca de 60 empresas na nossa rede, sendo que 40 estão instaladas fisicamente no parque. Nos últimos dois anos vendemos cerca de dez lotes a empresas que decidiram estabelecer-se aqui”, contou.

Raquel Luz, Pedro Pestana e Luís Correia, representantes dos municípios de Torres Vedras, Lourinhã e Alenquer, respetivamente, também detalharam os projetos que estão a ser desenvolvidos para apoiar as empresas locais, contribuindo para o fortalecimento do empreendedorismo na região.

No segundo painel, moderado pelo jornalista Joel Ribeiro, empreendedores e empresários que recebem apoio da AIRO partilharam testemunhos de sucesso das suas empresas e evidenciaram o impacto positivo do trabalho da AIRO no desenvolvimento económico da região, em particular no apoio às pequenas empresas, que, sem este suporte, teriam dificuldade em concretizar os seus projetos.

 

 

 

 

 

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