Teresa Serrenho, presidente da associação MVC, descreveu que no ano passado a iniciativa foi realizada em Tornada, num espaço que se revelou pequeno para a ocasião, mudando este ano para a Expoeste.
A MVC surgiu em 2013 e conta atualmente com 200 sócios inscritos. “A nossa associação pretende-se aberta, com espaço para integrar toda a gente que tenha projetos interessantes e com o objetivo principal do bem comum”, referiu a presidente.
Este ano a associação lançou a “RICA – Rede de Intervenção Comunitária Associativa”, para agregar associações, instituições e cidadãos.
No Mercado de Natal estiveram presentes associações como a Crappa, Rede Leonardo, the Kitten Connection, e projectos como Suzi Qs e Ermesinda Silva CA.
Suzy Qs é o nome do projecto de Susana Santos que confeciona e vende bolos caseiros, estilo americano, sem glúten nem lactose. A proprietária é voluntária na associação e faz bolos há três anos, divulgando o projeto através do Facebook e Instagram.
Esteve também presente no mercado de Natal uma criação de produtos com base na resina. Ermesinda Silva desenvolveu um conjunto de peças utilitárias em resina epóxi, resina jesmonite e madeira.
O negócio começou por motivos de saúde que a impediram de fazer oito horas de trabalho diário. Assim, desenvolveu o seu artesanato, que já vinha de um gosto pessoal, estando a implementar o projeto há cinco anos na cidade das Caldas da Rainha:
“Sempre fiz artesanato para oferecer até que decidi realizar um estudo de mercado há cinco anos sobre a resina e descobri que não havia nas Caldas da Rainha”, relatou. É possível encontrar o catálogo no Facebook “Ermesinda Silva CA”.
O dia foi marcado ainda pela apresentação do mais recente trabalho do artista e escultor Carlos Oliveira, que é membro da MVC. “Nas Palhinhas Deitado” é uma obra de expressão plástica, formada por um conjunto de três peças: “Temos o filho, o Mundo da Alta Velocidade, com a construção de grandes prédios e centrais nucleares, uma vida sempre acelerada, a mãe, o Mundo da Ganância, com a riqueza toda no hemisfério norte e ostentações, e o pai, O Mundo do Terror, o mundo do medo porque o meu pai para ter liberdade ia sendo preso antes do 25 de Abril”, indicou o artista. Esta intervenção artística pretende levar à reflexão sobre a sociedade onde vivemos.
Trabalha sobretudo para memoriais e monumentos e define-se como um artista de “sentimentos, afetos e memórias”. “Sinto que tenho de deixar uma marca em relação ao que a minha alma diz”, manifestou.
Foi ainda apresentada a peça “Fragmentos”, da sua autoria, baseado num capítulo de Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”, que estima ter o valor de 1200 euros e que será leiloada num evento futuro para angariação de fundos para a associação.
Estiveram presentes um quarteto de cordas do Conservatório das Caldas da Rainha, que tocou ao vivo.
