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A ação mais imediata para mudar o mundo é a redução do desperdício alimentar

Catarina Barreiros, uma influenciadora dedicada à sustentabilidade e seguida por mais de 111 mil pessoas no Instagram, marcou presença na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), nas Caldas da Rainha, no passado dia 9, defendendo a adoção de um estilo de vida com “menos desperdício”.

Durante uma palestra de cerca de uma hora, procurou sensibilizar os presentes para o impacto das nossas ações no mundo e como pequenas mudanças no dia a dia podem contribuir para um planeta mais sustentável. Defensora de um estilo de vida com menos desperdício e sempre fundamentada em bases científicas, Catarina destacou a urgência em agir contra as alterações climáticas. Referiu, inclusive, que o Project Drawdown identifica a redução do desperdício alimentar como a ação mais imediata e eficaz que qualquer pessoa pode adotar para fazer a diferença.

A palestra, com o tema “Mudar o Mundo Começa na Cozinha (sustentável)”, foi uma iniciativa do Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário (NRDC) das Caldas da Rainha em pareceria com a EHTO.

Durante a sua intervenção, Catarina Barreiros referiu que o projeto Drawdown “mede o impacto de tudo o que existe na Terra e apresenta uma lista das cem ações mais significativas”. A influencer enfatizou que a redução do desperdício alimentar e a adoção de dietas ricas em vegetais ocupam os dois primeiros lugares do ranking deste projeto, sendo consideradas medidas com alto impacto, fácil implementação e baixos custos. “Uma alimentação de base vegetal não significa que todos tenhamos de ser veganos ou vegetarianos, mas sim que devemos priorizar o consumo de vegetais, tornando-os a base das nossas refeições”, explicou.

“Já no que toca ao desperdício alimentar, podemos poupar imenso ao planearmos melhor as refeições, escolhermos alimentos que estão perto do fim de validade nos supermercados e evitarmos deitar comida fora”, afirmou.

 

A dieta mediterrânica é a opção mais sustentável

 

Catarina Barreiros destacou a Comissão EAT-Lancet sobre Alimentação, Planeta e Saúde, que aborda a questão de “como podemos alimentar uma futura população de dez mil milhões de pessoas com uma dieta saudável dentro dos limites planetários?”.

“Chegamos a uma conclusão que muitos de nós já aprendemos desde o quarto ano. A dieta mais saudável e sustentável é a mediterrânica. Esta forma de alimentação, que os nossos avós praticavam, contrasta com os hábitos da chamada “geração McDonald’s”. A dieta mediterrânica baseia-se, sobretudo, no consumo de produtos de origem vegetal, sendo complementada por pescado, ovos e laticínios, com um consumo moderado e ocasional de carne”, relatou.

A influenciadora vincou a importância de respeitar a validação científica, independentemente de preferências pessoais. “Eu não consumo carne, mas nunca vou dizer a alguém que não deve consumir, porque isso não é o que a ciência indica. A ciência defende que a carne deve ser consumida, mas em menores quantidades e com mais qualidade”, afirmou.

O estudo EAT-Lancet categoriza os alimentos em três grupos: os que devem ser enfatizados (vegetais, frutas, legumes, cereais e leguminosas), os opcionais (ovos, aves e laticínios, consumidos com moderação) e os que devem ser limitados (carnes vermelhas e processadas, além de amidos refinados).

Segundo a oradora, o consumo de vegetais é 40% inferior ao recomendado para uma alimentação saudável, enquanto os laticínios são consumidos em excesso, cerca de 45% acima do ideal. “Metade do prato deveria ser composto por vegetais, em termos de peso”, salientou.

Em Portugal, existem exemplos de produção de carne de alta qualidade tanto para o planeta quanto para as pessoas. Catarina Barreiros alertou para a importância de preferir carne produzida localmente. Em Portugal, por exemplo, optar por carne nacional, mesmo em menor quantidade, pode reduzir emissões e apoiar os produtores locais.

Apesar do elevado impacto ambiental da carne vermelha, a influencer reforçou que esta não deve ser eliminada. “As vacas têm um papel a desempenhar. O desafio é produzir de forma cada vez mais sustentável”, sublinhou.

A oradora abordou ainda o tema de como comer peixe de forma sustentável.

Catarina Barreiros estudou arquitetura e gestão. Trabalhou na indústria da moda, depois numa farmacêutica e agora investiga temas na área da sustentabilidade e comunica na Internet e em escolas através do Projeto Do Zero.

Faz parte do grupo de jovens que se reúne periodicamente com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa para discutir o futuro do país.

 

“São estas ações que mudam o mundo”

 

Antes da palestra, o diretor da EHTO, Daniel Pinto, destacou a importância da iniciativa, afirmando que acredita “ser através destas ações que se consegue mudar o mundo”. Manifestou ainda que, na escola, procuram desenvolver boas práticas ambientais, recordando que há dez anos ostentam a Bandeira Verde Eco-Escolas.

Ana Pinto Machado, do NRDC, explicou que o núcleo é composto por um grupo de dez voluntários e que a sua missão é melhorar as condições de vida da população.

Referiu ainda que a 27 de dezembro o NRDC organizou uma iniciativa destinada a proporcionar um dia memorável para as crianças do Centro de Acolhimento Nossa Senhora da Conceição (Paróquia das Caldas da Rainha). A atividade incluiu uma visita ao evento “Óbidos Vila Natal”, complementada com a oferta de livros infantis e um lanche, tendo como objetivo proporcionar às crianças uma experiência única durante as férias de natal.

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