Segundo Elsa Baião, presidente do Conselho de Administração da ULSO, esta será uma nova era nos cuidados de saúde e representa uma grande alteração no modelo de funcionamento dos serviços de urgência (inclusive na pediátrica).
“Vamos garantir que todos tenham acesso aos cuidados de que necessitam, no momento certo e no local certo”, referiu.
A ULSO aderiu ao projeto “Ligue antes, salve vidas” que consiste numa triagem, através da linha SNS24, que orienta as pessoas a recorrerem a autocuidados, a dirigirem-se para o centro de saúde ou para um serviço de urgência.
Lançado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o apoio da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde), o projeto pretende libertar as urgências para os casos mais graves e emergentes.
Em maio, foi criado o projeto piloto em Póvoa de Varzim e Vila do Conde, mas face ao sucesso que terá sido conseguido, o SNS decidiu alargá-lo rapidamente a mais regiões do país.
Assim, a linha SNS 24 passa a ser o ponto de entrada para a avaliação de qualquer situação de doença aguda não emergente. Nesta linha telefónica, estará um profissional disponível que faz a triagem e encaminha o utente para os cuidados de saúde mais adequados.
Depois da triagem realizada pelos profissionais de saúde da linha SNS24, os utentes podem ser encaminhados para um centro de saúde, para os serviços de urgência hospitalar, ou recomendada a permanência em casa, com conselhos de autocuidado.
Segundo Elsa Baião, mais de 45% dos atendimentos diários dos Serviços de Urgência Geral (Adultos) da ULSO não têm critérios para atendimento hospitalar (pulseiras “azuis” e verdes”).
Na urgência pediátrica, o peso médio de atendimentos por doença não aguda atinge os 67%. Estas “falsas urgências” acabam por sobrecarregar as urgências sem necessidade e fazem aumentar a insatisfação dos utentes.
“Com este projeto, pretendemos garantir que os nossos serviços de urgência estejam sempre disponíveis para os casos mais graves, melhorando a qualidade do atendimento e reduzindo os tempos de espera para todos os utentes”, explicou Pedro Carvalho, diretor clínico dos Cuidados de Saúde Hospitalares da ULSO.
Da parte do utente também há bastantes vantagens, uma vez que através do telefone pode ser informado onde e quando pode ser tratado, em vez de ficar à espera numa sala de urgências. Também deixa de ser necessário ir de madrugada para conseguir uma consulta num centro de saúde. “As pessoas vão acabar por aderir e perceber que esta é a melhor forma de serem atendidos”, comentou Pedro Carvalho.
Elsa Baião também acredita que os utentes vão perceber que é a melhor solução. “Se o processo for bem sucedido, para a próxima vez já não vão diretamente as urgências, porque sabem que assim vão ser melhor atendidos”, afirmou.
Rodrigo Marques, diretor Clínico dos Cuidados de Saúde Primários da ULSO salientou que os centros de saúde vão garantir atendimento dos utentes no próprio dia ou nas 24 horas subsequentes. “Quando desligam a chamada, no caso de ser essa a indicação, os utentes terão já uma consulta marcada”, adiantou. No caso de serem encaminhados para os cuidados de saúde primários, os utentes terão acesso ao atendimento complementar dos centros de saúde para casos agudos.
Para que toda a população esteja informada sobre esta nova forma de acesso aos cuidados de saúde nos concelhos da área de abrangência da ULS Oeste, vai ser lançada uma ampla campanha de comunicação e publicidade multimeio.
De salientar que, tal como anteriormente, em situações de risco de vida iminente deve-se ligar para o 112.
