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Alunos do Cenfim e da Rafael Bordalo Pinheiro trocam aulas em nova parceria

O Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (AERBP) e o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (Cenfim), Núcleo de Caldas da Rainha, assinaram, no dia 13 de fevereiro, um protocolo de intercâmbio formativo com o objetivo de fortalecer as competências técnicas e formativas de ambas as instituições.

O intercâmbio formativo, já em vigor, envolve 20 alunos do 1º ano do curso de Mecatrónica Automóvel do AERBP, que têm uma vez por semana aulas no Cenfim. Simultaneamente, 20 formandos do curso de Técnico de Manutenção Industrial do Cenfim estão a ter formação na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.

Jorge Pina, diretor do AERBP, explicou que o protocolo de intercâmbio formativo começou a ser idealizado “há cerca de um ano com as opiniões informais que fomos tendo”, visando complementar os currículos de ambas as instituições.

Segundo este responsável, o AERBP oferece o curso de “Mecatrónica Automóvel, que já é histórico aqui na nossa escola”, enquanto o Cenfim possui o curso de Mecatrónica Industrial”. A parceria surgiu como uma forma de proporcionar aos alunos do AERBP uma vertente mais “industrial no âmbito da Mecatrónica Industrial”, e aos alunos do Cenfim uma abordagem mais voltada para o “setor automóvel, que é algo que eles não têm”. Jorge Pina destacou que isso permitirá ampliar as “saídas profissionais” dos formandos.

“O projeto funciona uma vez por semana, às terças-feiras, das três horas até às seis e meia”, explicou Jorge Pina. “Os 20 alunos do Cenfim vêm para ter aulas aqui na Bordalo Pinheiro, com os professores de Mecatrónica, enquanto os alunos da Bordalo Pinheiro vão, nesse mesmo horário, para o Cenfim, para ter aulas de Mecatrónica Industrial, com os formadores do Cenfim”, relatou.

Jorge Pina fez questão de salientar a importância da colaboração da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, que providencia o transporte dos alunos entre as duas instituições. “Este apoio é uma mais-valia muito grande, permitindo que a parceria seja possível e consiga funcionar corretamente”, afirmou.

Vítor Lapa, diretor do núcleo do Cenfim das Caldas da Rainha e Peniche, afirmou que o intercâmbio formativo está a ser concretizado neste ano letivo com os alunos do primeiro ano de ambos os cursos, mas a ideia é que, no futuro, o projeto possa abranger também o segundo e terceiro anos”.

O diretor do Cenfim destacou que, no contexto dos cursos profissionais, o foco é essencialmente na prática. “Estamos a falar de cursos profissionais, onde os alunos têm de aprender a teoria, mas, sobretudo, têm de saber fazer as coisas na prática”, vincou.

Sublinhou que, “apesar de o curso oferecido pelo Cenfim ser de Mecatrónica Industrial, os alunos da Bordalo Pinheiro, ao frequentarem o Cenfim, terão a oportunidade de trabalhar com práticas oficinais de Metalomecânica, como serralharia mecânica, serralharia civil e soldadura”. A ideia é que, no segundo ano, os alunos possam avançar para “circuitos eletromecânicos” e, eventualmente, para a “automação industrial”, áreas diretamente ligadas à Mecatrónica Industrial.

“Permite aos alunos adquirir competências que, de outra forma, não conseguiriam. A parceria também contribui para “potenciar a utilização dos equipamentos modernos e de ponta” disponíveis graças ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), aproveitando o investimento feito nas instituições de ensino”, acrescentou.

“Estamos a criar um marco de colaboração entre duas instituições que, teoricamente, poderiam ser concorrentes, mas que, na realidade, estão a enriquecer a formação dos alunos de formas complementares”, salientou Vítor Lapa.

O diretor do AERBP aproveitou também para reforçar uma ideia importante, mencionando as palavras de Vítor Lapa: “É essencial deixarmos de ver a educação no concelho como uma competição e começarmos a encarar as diferentes instituições como parceiras”. Jorge Pina explicou que todas as instituições têm um objetivo comum que é “dar a melhor resposta possível aos nossos alunos e aos alunos do nosso concelho”.

Os alunos iniciaram as aulas práticas no começo de fevereiro, com a realização de duas sessões.

O protocolo contempla a possibilidade de se expandir para o segundo e terceiro ano.

Jorge Pina destacou que a escola está agora a concluir a execução dos projetos dos Centros Tecnológicos Especializados (CTE) no âmbito do PRR, e comentou o investimento em equipamentos de ponta. “Vamos ter uma vertente relacionada com a mobilidade elétrica, com simuladores reais de veículos elétricos e híbridos. Vamos também contar com uma oficina que tem um investimento significativo”, explicou.

“Esperamos que os alunos consigam aproveitar o máximo possível esses ótimos recursos que lhes podemos proporcionar”, salientou.

 

Mercado de trabalho quase 100%

 

Os dois diretores destacaram que a perceção dos cursos profissionais tem evoluído, deixando de ser vista como uma opção “mais fácil” pelos alunos. Alegam que não é uma vertente de ensino mais facilitada: “Existe exigência e rigor, e os alunos têm de se esforçar para concluir os cursos com sucesso”. Além disso, ressaltaram que, atualmente, esses cursos oferecem uma formação sólida e direcionada ao mercado de trabalho.

Falando sobre a realidade do Cenfim, Vítor Lapa revelou que a instituição realiza um acompanhamento contínuo após a formação. “A taxa de empregabilidade não posso garantir que seja 100%, mas é muito próxima disso”, afirmou. “No Cenfim, o estágio é feito em alternância, ou seja, desde o primeiro ano os nossos alunos têm períodos de estágio nas empresas”, apontou, destacando que a maior parte dos estagiários acaba sendo contratada pelas empresas onde realizaram a sua formação.

Vítor Lapa também mencionou que, para os alunos que não ficam na empresa onde estagiaram, a inserção no mercado de trabalho é facilitada, dado o grande número de ofertas de emprego disponíveis. “Temos mais ofertas de emprego do que pessoas para entregar à indústria, o que faz com que os nossos alunos sejam, no fundo, privilegiados no mercado de trabalho”, concluiu.

Jorge Pina destacou que a realidade dos cursos profissionais tem mudado ao longo dos anos. “Nos últimos anos, cerca de 45% a 50% dos nossos alunos dos cursos profissionais continuam os estudos no ensino superior”, afirmou.

“Hoje, temos uma grande parte dos alunos que vem com o objetivo de seguir para o ensino superior, mas com a consciência de que, ao concluírem os cursos profissionais, estão muito mais bem preparados tecnicamente do que se seguissem um currículo normal do ensino científico-humanístico”, salientou.

No que diz respeito à empregabilidade, Jorge Pina disse que muitos dos alunos só não ficam a trabalhar nas empresas se “não quiserem”. Também mencionou que alguns alunos, após a formação, já são proprietários de suas próprias oficinas de automóveis.

“Os nossos cursos profissionais preparam os alunos tanto para o mercado de trabalho quanto para o prosseguimento dos estudos, caso optem por isso. É a chamada dupla certificação, o que, sem dúvida, é uma grande vantagem”, disse.

Em relação à valorização dos cursos profissionais, Jorge Pina destacou que o Governo tem realizado uma forte campanha publicitária para promover essa vertente de ensino, dada a crescente demanda por profissionais em áreas técnicas.

 

Erasmus nos cursos profissionais

 

O diretor do AERBP anunciou que, pela primeira vez, o agrupamento obteve a certificação Erasmus especificamente para os cursos profissionais. “Isso vai permitir cumprir um dos nossos objetivos, que é garantir que, no próximo ano, pelo menos 8% dos nossos alunos do ensino profissional possam estagiar no estrangeiro”, afirmou.

O processo já está em andamento, com muitos contatos estabelecidos, e acredita que, em breve, cerca de 30 a 35 alunos possam estar a fazer estágios internacionais, o que considera uma “mais-valia”.

 

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