José Bernardo, presidente da Câmara Municipal
Jornal das Caldas: O Cadaval celebra mais um Feriado Municipal. Que mensagem tenciona transmitir aos munícipes este ano?
José Bernardo: Com o início de um novo ano renova-se a esperança de um futuro melhor e é essa mensagem que pretendo transmitir aos nossos munícipes.
Embora devamos estar conscientes das atuais dificuldades económicas e sociais que o país atravessa e às quais, obviamente, o concelho do Cadaval não é imune, julgo que ter uma atitude positiva perante os problemas e as dificuldades ajuda sempre a superar esses momentos.
No dia 13 de janeiro comemoramos os 126 anos da restauração do concelho, que conta já com mais de 650 anos de existência, após a sua fundação no ano de 1371, por isso só um povo resiliente e empreendedor é que consegue persistir num território que, ao contrário de muitas paisagens por esse país fora, tem bem marcada a presença humana, sinónimo de uma evidente atividade económica e social.
Jornal das Caldas: O que destaca das comemorações deste ano?
José Bernardo: Tal como referido no programa, iremos apresentar a programação de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com uma agenda de eventos que abarcará todo o ano de 2024. Para além disso, será ainda inaugurada uma galeria com todos os presidentes de câmara que desempenharam funções desde abril de 1974, bem com os respetivos presidentes das assembleias municipais eleitas em cada um dos mandatos.
Este ano o programa será mais aligeirado, pois com o feriado municipal a ocorrer ao sábado, 13 de janeiro, coincide com um convívio de cadavalenses que se realiza há quase 60 anos, sempre no sábado a seguir ao 13 de janeiro, para permitir que mesmo aqueles que trabalham fora do concelho e não possam usufruir do feriado possam estar presentes, facto que nos levou a não agendar programa para a tarde.
Jornal das Caldas: Como é que está a correr este que será o seu último mandato? É diferente dos anteriores? Quais as principais dificuldades que atravessa?
José Bernardo: Continuamos a trabalhar como desde o primeiro dia do primeiro mandato, verdadeiramente empenhados em dar às pessoas as respostas que elas precisam por parte da autarquia.
Sempre que possível e dentro do âmbito das nossas competências, temos tentado ir sempre ao encontro dos anseios da população, desde as coisas mais básicas como um passeio novo ou um pequeno arranjo urbanístico até aos desafios mais recentes da transferência de competências da administração central para o município.
Quanto a dificuldades, elas existem e existiram sempre, agora o que importa é dar a resposta ao que nos é pedido.
Jornal das Caldas: Quais são as apostas da Câmara para 2024? Qual é a situação financeira do Município?
José Bernardo: Como temos feito uma gestão muito rigorosa dos recursos disponíveis, a situação financeira do município é robusta e tem permitido vir a baixar progressivamente os impostos municipais, como o IMI e até a nossa participação no IRS, estando neste momento a devolver aos contribuintes metade do valor que caberia à autarquia.
Isso tem-nos permitido avançar com investimentos que são necessários, como o novo edifício de apoio aos serviços urbanos, que se traduzirá numa melhoria dos diversos serviços que prestamos à população, ou o novo EcoCentro que virá dar uma resposta mais assertiva, do ponto de vista ambiental, à gestão de resíduos que todos temos em casa mas que não têm resposta nos contentores de lixo normais ou nas baterias de ecopontos.
Para além disso temos em curso a preparação de um plano de intervenção nas vias de comunicação do concelho que visa a sua melhoria e/ou reparação, sendo que mantenho o compromisso de, até final deste último mandato, deixar todas as habitações do concelho, sem exceção, com acesso a uma via devidamente pavimentada.
Jornal das Caldas: Quais são as principais reivindicações e pretensões dos habitantes do concelho? Como pretende responder a autarquia?
José Bernardo: Um dos objetivos e ambições que tenho e que se tem revelado de extrema dificuldade em implementar é a criação de mais emprego, essencialmente de emprego qualificado na área do concelho
Não sendo uma atribuição ou competência da autarquia, deverá ser, no entanto, um desígnio municipal, a atração de empresas ou o apoio às já existentes para que a criação de emprego de valor acrescentado seja uma realidade.
Um dos principais entraves ao desenvolvimento desse desígnio tem sido o PDM que, infelizmente, continua emperrado nos organismos da administração central.
Felizmente temos um tecido empresarial que é empreendedor, temos empresas que têm crescido. A principal atividade económica, que é a agricultura, tem sabido modernizar-se, mas efetivamente falta-nos acrescentar valor aos nossos produtos e emprego mais qualificado e, por consequência, mais bem pago.
Da nossa parte, continuamos a ter um dos serviços de obras particulares mais rápidos da região, temos um gabinete de apoio ao empresário disponível para responder a todas as questões, não lançamos derrama sobre o lucro das empresas, etc.
Julgo que esta área será aquela que mais preocupa os nossos habitantes, pois na área social, em que a autarquia não depende de terceiros, temos estado a responder em todas as frentes, bem como naquelas que são novas competências, como a educação, em que não temos poupado esforços para atender às reivindicações das pessoas.
Jornal das Caldas: Como carateriza o concelho no contexto da região Oeste?
José Bernardo: A região Oeste tem-se vindo a afirmar cada vez mais no panorama nacional e isso tem dado notoriedade aos municípios que a compõem, como é o caso do Cadaval.
É notória a escolha do Concelho do Cadaval por novos residentes, o mercado da habitação apresenta uma dinâmica evidente um pouco por todo o concelho e julgo que isso possa ser um sinal de que as pessoas reconhecem no Cadaval um bom local para viver.
Portanto é isso que nos interessa, ser um concelho onde as pessoas se sintam bem, para viver, trabalhar, constituir família, educar os seus filhos e, até, viver a sua reforma, no meio de uma paisagem rural a dois passos da capital do país.