Da mostra, intitulada “Exploring Memory” (Explorando a Memória), fazem parte pinturas, esculturas, cerâmicas e outras formas de arte, criadas por artistas dos Estados Unidos, Portugal, Ucrânia, Alemanha e Holanda.
No total são 19 artistas representados, oriundos de vários locais do país (embora alguns sejam artistas), incluindo alguns das Caldas da Rainha, como Zélia Évora e Mário Reis.
Segundo Franchesca Melendez, proprietária da galeria, esta é uma exposição “sobre o papel que a memória desempenha nas nossas vidas e as histórias que transportamos connosco”.
O tema surgiu quando pensava na forma como se relacionava com as suas próprias memórias, sejam elas negativas ou positivas. “Há memórias que queremos guardar e outras que afastamos. Quis perceber como é que diferentes artistas geriam essas memórias”, explicou.
Orientada pela ideia de que “a memória é um ato de criação”, uma citação atribuída à escritora Toni Morrison, a exposição explora as formas como a memória é fragmentada, reconstruída e incorporada na nossa vida quotidiana.
Os artistas apresentados representam uma secção transversal dinâmica de vozes contemporâneas que abordam temas de autorreflexão, cura, nostalgia e transformação.
“Cada obra oferece uma meditação pessoal, mas universalmente ressonante, sobre o poder da memória para moldar os nossos mundos interior e exterior”, explicou a galerista.
Todas as obras estarão disponíveis para compra e serão entregues após o encerramento da exposição.
Para Franchesca Melendez, é importante que as pessoas percebam que não é só uma elite que pode adquirir peças de arte, mas que é possível para qualquer poder comprar e ter em casa.
Natural de Porto Rico, a galerista veio dos Estados Unidos para as Caldas da Rainha há cerca de um ano, com o seu marido e filho de oito anos. “Foi por acaso, temos uma amiga que mora aqui e convidou-nos a vir conhecer Caldas da Rainha” e acabaram por se mudar.
Ao deparar-se com o ambiente artístico das Caldas, teve a ideia de abrir esta galeria para criar uma comunidade em volta da arte e ajudar os artistas a apresentarem os seus trabalhos à comunidade. “Há aqui um ótimo ambiente para a criatividade”, referiu.
Como ambos trabalham remotamente conseguem conciliar a vida profissional com a possibilidade de morarem numa cidade em Portugal.
A galeria, não sendo a sua atividade principal, é a continuação do projeto Bohío Creative que começou por ser uma plataforma de divulgação de artistas de Porto Rico “que estavam a usar a arte como forma de resistir ao ambiente político do país”.
O projeto cresceu e começou a envolver a comunidade artística em geral do seu país de origem.