Uma exposição e venda de natal com o bordado das Caldas abre portas ao público na Galeria do Espaço Turismo no dia 10 de dezembro.
Esta exposição, organizada pela Associação do Bordado das Caldas da Rainha ou Bordado Rainha D. Leonor, irá estar patente até 30 de dezembro e pode ser visitada de segunda a domingo das 10h às 13h e 14h às 18h, exceto dia 24, em que estará aberta só de manhã. Também estará encerrada nos dias 25 e 26 de dezembro. As entradas são livres.
O bordado das Caldas da Rainha carateriza-se por ser executado com linha em tons de canela sobre tecido de linha, daí resultando uma imagem harmoniosa sobre o tecido, onde a linha colorida parece ter o efeito do ouro trabalhado em filigrana.
Segundo a tradição, remonta ao tempo da Rainha D. Leonor, na época em que ainda se procedia à construção do Hospital Termal, que ela quis erguer no local onde teria visto gente a banhar-se e a sair curada das águas sulfurosas. Reza a lenda que a rainha lutava com falta de dinheiro para a construção, tendo resolvido vender as suas jóias e os alamares de ouro do seu manto para que pudesse concretizar-se.
As suas aias (ou as gentes da vila, segundo outras versões), de tão sensibilizadas que ficaram, bordaram-lhe um manto com linhas de cores que imitavam o ouro. Assim terá nascido o bordado das Caldas da Rainha ou bordado da rainha D. Leonor.
É necessário ter em conta de que não há evidências do mesmo antes das primeiras décadas do século XX, quando começa a ser reconhecido graças à ação de Maria Margarida Franco dos Santos, professora de lavores na Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro (1924).
Em 1948, funcionou o curso técnico de formação feminina, na Escola Industrial e Comercial, que pretendia preparar as mulheres para desempenharem as funções de donas de casa. Deste curso, desaparecido com a instituição do ensino secundário, já depois do 25 de abril, constava a aprendizagem das técnicas de bordar usadas em todo o país, mas realçava-se que as alunas deveriam cultivar as tradições locais.
Mais tarde, nos anos 80, o bordado teve novo renascimento. Nessa altura, foi criado um curso de formação profissional promovido pela autarquia em conjunto com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Algumas alunas deste curso e do curso de formação feminina juntaram-se e criaram, em 2013, o Núcleo de Bordadeiras do Bordado das Caldas da Rainha, com o propósito de dar continuidade a este bordado. É esse Núcleo que está na origem da criação da Associação do Bordado das Caldas da Rainha ou Bordado Rainha D. Leonor, em 2016, da qual fazem parte treze bordadeiras que trabalham na associação e mantêm viva a tradição.