Na época natalícia há tradições que se repetem, como o presépio, a árvore enfeitada, o pai natal, a troca de prendas à meia-noite, o bacalhau na ceia. Mas há também tradições típicas de vários concelhos. Em Peniche, o presidente da Câmara, Henrique Bertino, destacou ao JORNAL DAS CALDAS os presépios à janela.
JORNAL DAS CALDAS: Qual a tradição típica de Peniche no natal?
Henrique Bertino – A tradição é juntar a família à volta da mesa na noite de natal e o cantar das janeiras porta a porta aos vizinhos. Hoje já não acontece tanto, mas ainda temos quem mantenha essa tradição. Outro costume é a de colocar o presépio nas janelas.
J.C.: Quais são os pratos e doces tradicionais no natal em Peniche?
H.B. – Existem vários pratos e doces. Desde as tradições comuns ao resto do país, como o bacalhau ou o borrego, a tradicionais mais específicas como comer o peixe cozido. Os peixes mais caros normalmente comiam-se na noite de natal. Quanto a doces temos as filhós, coscorões, também tradicionais de várias zonas do país, os pastéis de Peniche e os “Esses”, estes doces tradicionais do concelho e que também são comidos nesta época. Os pastéis de Peniche, pela semelhança com as azevias, são também uma tradição natalícia. Antigamente faziam-se biscoitos como bolo seco, que é menos perecível e depois podia ser levado para a faina. Antigamente havia, ainda, a tradição de fazer e comer o pão de ló de Peniche, sendo que hoje já poucas pessoas o fazem.
J.C.: A Câmara Municipal de Peniche proporciona às famílias todos os anos um programa diversificado para celebrar esta quadra. O que destaca deste natal?
H.B. – Destaca-se o envolvimento e a promoção dos nossos artistas locais, o investimento na iluminação de natal e na criação de dinâmicas associadas ao comércio local. Inicialmente tínhamos apostado, também, na dinamização de várias atividades dedicadas à infância e suas famílias, contudo, a atual situação pandémica obrigou-nos ao seu cancelamento e exige-nos uma constante reorganização e adaptação ao que nos vai sendo permitido dinamizar.
J,C.: Este ano continuamos com a pandemia a assombrar o Natal, qual a mensagem de esperança do Município à população?
H.B. – Uma mensagem de esperança, com a entreajuda de todos, que nestes momentos de natal está sempre mais patente, vai ser possível ultrapassarmos este tempo de incerteza sobre o futuro para retomarmos as nossas vidas. Uma palavra de solidariedade também às famílias que já foram atingidas pela pandemia e que perderam algum ente querido. Temos de manter a confiança e esperança. Juntos vamos ultrapassar este combate das nossas vidas.
J.C.: O que está a ser feito para ajudar o comércio local neste natal?
H.B. – Estamos a trabalhar em estreita articulação com o movimento de comerciantes locais, desde logo na auscultação das suas necessidades e no investimento municipal possível para a concretização das mesmas. Não obstante a dificuldade ao nível dos recursos técnicos e financeiros destas entidades temos vindo a potenciar as sinergias existentes em torno da promoção do comércio, da animação de ruas, da iluminação de natal, da criação de dinâmicas em espaço público, entre outras.
J.C.: Natal também é sinónimo de várias ações de solidariedade social. O que é que o Município de Peniche está a fazer neste natal em prol das famílias e pessoas mais carenciadas?
H.B. – Os apoios surgiram no início da pandemia e fomos aumentando os programas para ajudar as famílias mais carenciadas e as instituições particulares de solidariedade social, que também têm essa função. Foi um trabalho em rede, para permitir chegar a todos de forma mais célere. Distribuir alimentos e bens de primeira necessidade a quem precisou foi uma das várias medidas. Criámos também um serviço de distribuição dos bens a quem estava impedido de sair à rua. O Programa Lado a Lado foi criado para ajudar as pessoas e simultaneamente o tecido empresarial. Apoiamos também as associações locais que se viram condicionadas nos seus rendimentos por via dos diversos confinamentos.