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Capitão de Abril Salgueiro Maia foi homenageado em Alcobaça

Duas obras de homenagem ao capitão Salgueiro Maia, herói da Revolução de 25 de Abril, feitas em pedra, da autoria dos artistas Carlos Oliveira, das Caldas da Rainha, e de Rui Basílio, de Porto de Mós, foram apresentadas, no passado dia 3 de julho, nas instalações da MVC Portuguese Limestones, empresa de extração e transformação […]

Duas obras de homenagem ao capitão Salgueiro Maia, herói da Revolução de 25 de Abril, feitas em pedra, da autoria dos artistas Carlos Oliveira, das Caldas da Rainha, e de Rui Basílio, de Porto de Mós, foram apresentadas, no passado dia 3 de julho, nas instalações da MVC Portuguese Limestones, empresa de extração e transformação de pedra sediada em Ataíja de Cima [Alcobaça].

As obras de arte surgem no âmbito do 80º aniversário do capitão Salgueiro Maia e do compromisso dos artistas plásticos e de Rogério Vigário, CEO da MVC.

“Como a 1 de julho comemoravam-se os 80 anos do capitão Salgueiro Maia se fosse vivo, nós decidimos fazer uma homenagem à sua coragem e ao seu legado, uma vez que foi uma figura importante da revolução de 1974 e que muitas vezes é esquecida”, diz Carlos Oliveira, que juntamente com Rui Basílio, deu início à obra.

Carlos Oliveira contactou, ainda, a esposa do militar de abril, Natércia Maia, que apadrinhou a iniciativa e esteve presente na cerimónia, partilhando momentos “de emoção” com todos os participantes.

“Muito emocionada”, Natércia Maia agradeceu a quem “colaborou no projeto, de uma forma muito empenhada”, e destacou os músicos presentes na cerimónia, como a cantora Joana Rodrigues e o músico Tiago da Neta: “mimaram-me com duas canções que me dizem muito, como Samaritana, que o meu marido gostava muito de cantar”.

Na sessão foi apresentada a obra de Carlos Oliveira, que é um alto-relevo em pedra do capitão Salgueiro Maia. “A obra, que ainda não está finalizada, é realizada em calcário, dos Moleanos. Tem uma escala de dois metros e vinte de altura por dois metros e quarenta de comprimento, um metro de largura e cerca de seis toneladas e meio de peso”.

Rui Basílio recriou uma peça simbólica, maioritariamente pintada de negro, com uma escala de dois metros e sessenta de altura.

“É uma perfuração na pedra, em que me baseio num movimento como se houvesse um disparo e que cria pontos de interação com a peça, e depois com esses pontos recrio a imagem de Salgueiro Maia”.

O artista acredita que ambas as esculturas se tornarão em “grandes monumentos nacionais”, e espera que sejam alvo de admiração, por várias gerações.

“Foi uma figura importante para a nossa liberdade, mostrou muita garra e uma personalidade destemida”, explica Rui Basílio, de 33 anos, que colocou na peça o seu entendimento do momento aos olhos da sua geração.

A MVC existe há 33 anos e dedica a sua atividade à transformação de pedras, como o Vidraço Moleanos, Calcário Candeeiros, Moca Creme, Rosal, entre outras.

“Ultimamente entrámos na área de trabalho mais específico a nível artístico, colaborando com artistas como Carlos Oliveira e Rui Basílio, porque consideramos que é um caminho que enriquece a pedra”, explica Rogério Vigário.

Rogério Vigário, que conviveu com Salgueiro Maia no serviço militar durante um ano, falou do valor simbólico da iniciativa.

“Em Santarém, estava sob orientação dele, a ajudar a inventariar o Museu da Cavalaria. É um orgulho receber aqui esta homenagem a uma pessoa simples e humilde, que tratava todos por igual”.

O escultor Carlos Oliveira adiantou ainda que a sua ligação ao capitão remete ao seu pai, que “tinha uma profunda admiração e um respeito enorme por Salgueiro Maia”.

 “Se a minha peça não for servir este país noutro sítio vou colocá-la em Salir de Matos no meu ateliê e crio no local o Largo Capitão Salgueiro Maia”.

A cerimónia contou com a presença do eurodeputado Teófilo Santos e dos presidentes da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, de Peniche, Henrique Bertino, de Óbidos, Filipe Daniel, e do Corvo, José Silva, do comandante da divisão de Caldas da Rainha da PSP, Hugo Marado, da Associação Salgueiro Maia, através do tenente-coronel Ley Garcia, e do embaixador Luís Lorvão.

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