“Todos os vestidos têm nomes de lugares que nos levam aos nossos desafios, uns mais clássicos outros mais imaginários ou criativos”, explicou Susana Agostinho, revelando que todos “vão buscar os estímulos que estão dentro de nós”.
A estilista oferece um serviço muito personalizado onde cada vestido é único e intransmissível. A criadora fica feliz por “confiarem” nela” para romper padrões e estereótipos e “realizar o sonho de muitas noivas onde o vestido deve refletir a “sua personalidade e forma de ser”.
“As propostas adaptam-se a cada noiva e a cada história de amor”, contou, acrescentando que cria uma “forte empatia com as suas clientes durante a fase de desenvolvimento do vestido de noiva onde questiona sobre o desafio pessoal”.
Todos os anos a estilista de vestidos de noiva procura locais de inspiração para a produção fotográfi
ca da imagem nacional e internacional da sua coleção.
“Diversas clientes nossas já casaram na Casa das Gaeiras”, contou, acrescentando que também foi a criadora do vestido da primeira noiva depois do imóvel ser restaurado daí a escolha da Casa das Gaeiras que “é um lugar imaginário que nos leva aos nossos sonhos de criança”. “O nosso passado traz imensas memórias e muitos desafios que vão sofrendo mutações conforme a idade”, adiantou.
Em termos de tendências, Susana Agostinho referiu que existe a expressão “os desafiantes” que é quando brinca com “matérias-primas que em termos técnicos nos levam a irregularidades de mobilidade e de volumetria”. Depois há a frase “senhores superbetos” que é quando “os vestidos que, tendo obrigatoriamente um bom corte e um bom tecido depois têm uma nuance de pintura do criador e esse é o espaço onde eu e as minhas clientes “superbetas” evoluímos para uma circunstância mais serena que sendo só um apontamento leva a noiva a sair da sua zona do conforto”,
Existe ainda a tendência dos “rebeldes” que segundo a estilista, são “provavelmente as miúdas que até nunca pensaram que se iam casar e por isso querem um vestido muito mais escuro com um espírito mais urbano, diferente e que sintam que podem pular e dançar até às seis da manhã quase como uma segunda pele em termos de conforto”.
“Somos um atelier onde fazemos uma peça única onde é importante a linguagem do próprio corpo da noiva e também o seu imaginário, onde depois fundimos tudo e a cliente houve a minha proposta em termos de contornos e aí começa um processo que vai de seis a nove meses”, contou, a estilista.
Não existe um número focado de provas, fazem-se as “necessárias para o chamado triângulo (equipa técnica que executa o vestido, criadora e noiva) estar satisfeito.
A produção do editorial de moda da nova coleção Susana Agostinho é da responsabilidade da Mapa das Fábulas, Lda. A equipa de produção desta campanha incluiu profissionais caldenses. O fotógrafo foi Carlos Barroso, que já foi o responsável pela produção fotográfica de 2019, que se realizou em Lisboa, e do ensaio fotográfico da coleção de 2022 no interior dos Pavilhões do Parque com o tema “Abraça-me”.
Francisca Miguel da L’ Agence foi a modelo que foi penteada e maquilhada por Ana Saramago Cabeleireiros, que é também presença regular nas produções da estilista caldense. “É a paixão por tudo o que desafia os nossos limites que nos faz trabalhar com tantos profissionais e entidades de elevada competência”, disse Susana Agostinho.
A estilista de vestidos de noiva nasceu nas Caldas da Rainha e foi viver para Lisboa aos 16 anos. É no seu atelier na capital que recebe as noivas.
A estilista celebrou 30 anos de carreira em 2019 e já viu muitos dos seus designs distinguidos. Considera-se uma pessoa “inquieta” e anda “sempre à procura de conciliar vários projetos”. Está muito bem posicionada no mercado espanhol.
Quanto aos “desafios” diz que o “céu é o limite e que está sempre aberta a novas propostas”.