A autora e ilustradora do livro “Fantasmas, Bananas e Avestruzes”, Catarina Sobral venceu o Prémio Nacional de Ilustração, cuja entrega teve lugar no dia 12, na galeria Ogiva, no âmbito do FÓLIO.
Catarina Sobral recebeu a distinção durante a cerimónia de inauguração da “PIM! IX Mostra de Ilustração para Imaginar o Mundo”.
Atribuído pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), o prémio distingue o livro publicado pela Assembleia da República no âmbito da coleção infantojuvenil “Missão: Democracia”.
A DGLAB atribuiu ainda duas menções honrosas a outros livros publicados nesta coleção Rachel Caiano, pelas ilustrações do livro “E se fossemos a votos?”, de Luísa Ducla Soares, e Mariana Rio, pela ilustração de “Leva-me ao teu líder”, da autoria de Afonso Cruz.
A Assembleia da República criou esta coleção como forma de comemorar os 50 anos do 25 de Abril e de alcançar os mais novos, explicando através de histórias conceitos como a democracia, as eleições e a República, entre outros.
Em representação da editora, Maria Teresa Paulo referiu que os livros desta coleção são dedicados a temas que consideraram “preocupantes”, acrescentando que pretendem contribuir para o desenvolvimento da literacia democrática.
O diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre de Almeida, explicou que o júri atribuiu o prémio a Catarina Sobral pela “grande segurança na maneira como desenha” e pelo rigor expressivo das figuras.
“A linguagem visual de Catarina Sobral alastra por patamares de cada vez maior exigência, afirmando uma consistente estrutura intelectual”, concluiu.
Catarina Sobral agradeceu o reconhecimento do seu trabalho e toda a coleção “Missão: Democracia”, salientando a necessidade de informar os mais novos “sobre temas menos delicodoces”.
A curadora do FÓLIO Ilustra, Mafalda Milhões, apresentou a edição deste ano da PIM, composta por vários cartazes, panfletos e outros com convocatórias para manifestações, criadas por 67 ilustradores convidados.
A exposição conta ainda com uma intervenção de Mantraste (nome artístico do caldense Bruno Santos), que é o ilustrador residente deste ano. São várias as “palavras de ordem” sugeridas pelos ilustradores representados, algumas reivindicativas, outras mais humorísticas, mas a maior parte pretende causar a reflexão.
Mantraste agradeceu a Óbidos pela realização do FÓLIO, “que para mim é o melhor festival do Oeste” e destacou todo o trabalho que esteve por detrás da montagem daquela exposição, na qual contou com a colaboração dos artistas plásticos Nuno Bettencourt e João Belga. “Foram dois meses muito intensos”, revelou, adiantando que a mensagem “mais sincera” que faz parte da mostra é a que “já estou farto de pintar placas”.
Uma mostra que vale a pena visitar e na qual Mantraste acha que as pessoas se devem “fundir”, mesmo correndo o risco de deitar abaixo algumas das placas.