Para além do hastear das bandeiras na sede da União de Freguesias de Bombarral e Vale Covo e no edifício dos Paços do Concelho, as comemorações contaram com a habitual sessão solene da Assembleia Municipal.
O dia ficou também marcado pela atribuição de um louvor, por parte da Câmara Municipal do Bombarral, ao comendador Mapril Baptista, que entregou uma nova ambulância à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Bombarral.
Na sessão solene o presidente da Câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes, destacou os avanços do concelho em diversas áreas e reafirmou o compromisso com os valores de abril, com foco no bem-estar da população. “O Bombarral faz, porque a democracia o permite. O Bombarral faz, porque a liberdade assim o exige”, afirmou o autarca, sublinhando que cada medida concretizada é um reflexo das conquistas da Revolução dos Cravos.
Ricardo Fernandes frisou que a missão da autarquia é “melhorar a vida das pessoas com medidas concretas, com respostas visíveis”, salientando o trabalho conjunto dos eleitos, dos colaboradores municipais e da comunidade. “Todas as vozes contam”, reforçou.
Entre os destaques do seu discurso, evidenciou-se o programa “Bombarral + Habitação”, a requalificação das escolas e equipamentos educativos, bem como a criação de uma nova creche em Vale Covo. “Quem é livre deve poder aprender, crescer e sonhar em condições justas”, afirmou.
Na área da saúde, salientou o protocolo com a Santa Casa da Misericórdia que permitiu contratar médicos para o concelho, e o Regulamento de Incentivos à Fixação de Médicos, com apoios como habitação e creche gratuita. “Fomos mais longe”, garantiu o autarca, apontando ainda a cedência do terreno para o futuro Hospital do Oeste, que classificou como “uma promessa há muito devida aos oestinos”. “A saúde também é liberdade”, declarou, avisando que os cidadãos “não irão perdoar” a quem tente adiar este processo por motivos partidários.
Referiu ainda avanços na mobilidade, como o Passe M, e a abertura da nova Loja do Cidadão no centro da vila, iniciativas que, segundo o autarca, aproximam os serviços públicos dos cidadãos.
Na economia e turismo, destacou eventos como o Festival do Vinho Português, a Feira da Pera Rocha e o Jazz & Street Food como símbolos de uma terra com “vida e orgulho”.
“Tudo isto só é possível porque há liberdade. Porque há liberdade para decidir, para gerir recursos, para responder com eficácia, para cuidar das pessoas e, acima de tudo, para fazer”, concluiu Ricardo Fernandes.
O presidente da Assembleia Municipal do Bombarral, Élio Leal, assinalou os 51 anos do 25 de Abril com uma reflexão sobre a importância de manter vivos, todos os dias, os valores da democracia. Recordou que “há exatamente 50 anos, um ano depois da revolução, Portugal consolidava a sua democracia com a realização das primeiras eleições livres, realizadas a 25 de abril de 1975 para a Assembleia Constituinte que continuam a ser o ato eleitoral mais participado de sempre no nosso país, com uma taxa de abstenção de apenas 9%”.
Disse que, num ano marcado por dois atos eleitorais de grande relevância, é essencial olhar para essa taxa como um exemplo a seguir. “Essa participação será o melhor agradecimento e a maior das homenagens que o país pode prestar a todos os que sofreram, lutaram e aos que pagaram até com a própria vida para que hoje possamos viver num país livre e democrático”, afirmou, acrescentando que “cada cidadão deveria sentir que o seu dever em participar é mais importante que o seu direito de não o fazer”.
Destacou também o Serviço Nacional de Saúde como uma das grandes conquistas de Abril. No entanto, lamentou que, 46 anos após a sua criação, a Região Oeste continue a ser vista pelos governantes como “a pior região do país ao nível dos cuidados de saúde prestados à população”. Nesse sentido, voltou a reforçar a urgência na construção do novo Hospital do Oeste, cuja localização está prevista para o concelho do Bombarral. “Não há qualquer razão para que se coloque em causa a localização que já havia sido anunciada”, afirmou, lembrando que esta foi definida com base num estudo independente da Universidade Nova de Lisboa.
Num tom mais reflexivo, afirmou que com o passar dos anos será cada vez menor o número de pessoas com memória do que era Portugal antes de 1974, o que coloca uma responsabilidade acrescida sobre as gerações atuais.