A palavra chalaça no dicionário português não tem um significado concreto, mas pelos seus sinónimos conseguimos perceber que é utilizada para definir uma piada ou uma graça. Na família Henriques, quando se fala em chalaças, o pensamento é outro. Remete automaticamente para um doce típico e para a época festiva mais especial do ano: o natal.
É um doce que exige algumas horas de confeção, pois tem várias etapas até estar finalizado. Por essa razão, só o faz nesta época. O mais difícil é esperar 365 dias para o devorar, mas quando está pronto a servir, são poucas horas que sobrevivem. Todos adoram! É aquele doce viciante que nunca enjoa, só querem mais, mais e mais.
Teresa Henriques, que reside nas Caldas da Rainha e é coordenadora pedagógica da Academia Profissional de Cake Design, recebeu esta receita de uma senhora que vivia na zona do Seixal, na Lourinhã, que partilhou com ela. Desde então, todos os anos este doce típico de natal não falta na sua casa.
Grosso modo, a primeira tarefa é preparar a massa e deixá-la descansar. De seguida, a massa tem de ser esticada, várias vezes, de maneira a recortar tiras semelhantes com a mesma espessura. Assim que as tiras são recortadas têm de ser enroladas nos dedos de maneira a formar uma espécie de laço. Com todos os laços formados e o óleo bem quente, está na hora de as fritar, uma de cada vez, calmamente, para não se queimarem.
Por fim, e a etapa mais morosa, a que contém o segredo. É necessário preparar uma calda de açúcar. Esta tem de estar no ponto certo para a chalaça ficar verdadeiramente gostosa. É então altura de colocar os laços, retirá-los e deixar arrefecer até serem degustados.