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Tradição equestre

Chuva não travou a XII edição do Oeste Lusitano

Nem a persistente chuva conseguiu ofuscar o brilho da XII edição do Oeste Lusitano, que decorreu entre os dias 1 e 4 de maio, no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha. Com o programa cumprido, o evento voltou a afirmar-se como um dos mais importantes encontros dedicados ao universo equestre nacional, reunindo cavaleiros, criadores e entusiastas do Puro Sangue Lusitano – raça que continua a ser símbolo de identidade, tradição e excelência portuguesa.

Ao longo de quatro dias, o parque foi palco de um programa diversificado, de espetáculos equestres, concursos hípicos, exposições de criadores e coudelarias de referência, música, arte e gastronomia tradicional.

De quarta a sábado, o clima não impediu também que decorressem as habituais largadas, livres de participação para qualquer pessoa que tivesse a coragem suficiente. Para além destas largadas, o final de cada noite contou ainda com as “Noites Cabriolas”, no Céu de Vidro, uma festa animada pelo DJ João Filipe, Los Chupitos e Tripartí.

Este ano, o evento prestou homenagem a uma figura lendária do mundo equestre português, José Tanganho, cavaleiro tauromáquico e aventureiro que, há 100 anos, protagonizou a primeira e única Volta a Portugal a Cavalo (1925-2025). Por causa da chuva a homenagem fechou o certame no domingo em vez de sábado à noite como estava programado.

“Não falhámos nenhuma programação”

Em declarações ao Jornal das Caldas, Pedro Columbano, presidente da Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano do Oeste (ACPSLO), sublinhou que, embora “a chuva tenha atrapalhado, a nossa organização já estava oleada e conseguiu cumprir”. Destacou ainda que “não falhámos nenhuma programação”, e que, mesmo sob chuva intensa, todas as provas e inspeções decorreram conforme planeado.

“No sábado de manhã fez-se a Modelo e Andamentos, que é sempre uma prova importante. Toda a inspeção veterinária foi feita debaixo de chuva”, frisou. O responsável salientou também o crescimento do número de participantes em relação ao ano anterior. “Aumentámos em termos de competição e na Modelo e Andamentos. Tivemos cerca de 30 animais, que para as Caldas da Rainha já é agradável. Esperamos no futuro ter mais”, declarou.

O concurso hípico foi outro ponto alto da edição, com uma adesão sem precedentes. “Houve um aumento exponencial, tivemos 300 conjuntos em competição. Normalmente, a prova acaba às 18h00, no sábado eram 21h00 e ainda estava a decorrer. A parada esteve sempre cheia, assim como o campo de obstáculos”, contou o responsável.

Uma das novidades deste ano foi a nova zona de largadas, que representou um grande esforço para a organização. “Fizemos um investimento muito grande, em termos humanos, para conseguir montar aquela nova zona, que funcionou muito bem”, referiu.

Em relação ao público, o impacto da meteorologia foi evidente. “Em termos de visitantes, como é evidente, a chuva atrapalhou muito. No entanto, à noite, nas largadas, estiveram sempre muitas pessoas. Quem gosta de largadas vem e é sempre uma aposta ganha”, salientou.

A programação noturna manteve a animação com o grupo Cabriolas e festas com DJ no espaço “Céu de Vidro”, outro dos sucessos do evento. “Todos os dias tivemos conjuntos musicais, e é engraçado, já se sente que as pessoas sabem que o Oeste Lusitano existe. Sente-se que as pessoas querem estar aqui. Havia um ambiente ligado ao mundo equestre muito digno das Caldas”, disse Pedro Columbano.

O presidente da ACPSLO também destacou o desfile equestre, no último dia. “Aumentou do ano passado para este, apesar da chuva. Ver todos trajados, é sempre uma felicidade. Se começarmos a montar sempre de calça de ganga, um dia ninguém se vai lembrar do traje”, sublinhou.

Outra novidade foi a introdução da “prova da vaca”, uma atividade mais interativa e pensada para o entretenimento do público. “É uma prova muito engraçada, menos técnica do que a equitação de trabalho, mas as pessoas gostam de ver. É quase um jogo de futebol a cavalo, e funcionou porque o público aplaudiu e puxou pelas equipas. Se conseguirmos, vamos voltar a repetir”, revelou.

Quanto à escolha da data para o Oeste Lusitano, sempre no primeiro fim de semana de maio, o responsável explicou que “foi pensada em conjunto com a Câmara”. Segundo este responsável, o 15 de maio “mobiliza muito pessoal camarário, por isso optámos por antecipar. A componente económica também foi considerada. O início do mês é mais desafogado financeiramente para toda a gente. Já tivemos anos em que estava cheio, mas os comerciantes diziam que não fizeram dinheiro. Levámos isso em consideração”.

Apesar da frustração causada pela chuva, a avaliação final é positiva. “O tempo está a embirrar connosco, já o ano passado foi chuvoso, mas não tanto como este ano”, relatou.

“Para o ano estamos cá outra vez, com mais novidades. A nossa associação, apesar de pequena, é feita de gente amiga e dedicada. Somos poucos, mas somos bons”, concluiu.

Esta edição foi pontuada pelo mau tempo, que transformou o chão do Parque D. Carlos I, num piso lamacento e marcado por poças.

Estes fatores levaram a uma menor presença e circulação do público, que muitas vezes se ficou pelo abrigo da tenda, onde a comida, a bebida e a música não faltaram.

Muitos participantes com bancas e negócios queixaram-se da mais fraca exposição este ano, mas Maria Lourenço, de 60 anos, manteve a positividade apesar das condições meteorológicas. “Chuva, trovoada, nada nos move, disse a artesão, que trabalha com “pedras naturais”. “O Oeste Lusitano é do melhor que se faz na região a nível de eventos do género”, declarou. Até hoje, a artesã de Ferreira do Zêzere só faltou a “uma ou duas” edições, marcando quase sempre a sua presença com o Mãos de Fada Atelier, nome dado em memória à sua falecida filha.

 

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