Por falta de apresentação de listas eleitorais em condições de elegibilidade, os sócios aprovaram nessa altura uma proposta para que a direção atual, presidida por Antónia Correia, prolongasse o seu mandato até ao limite de seis meses “sem prejuízo de se encontrar uma solução eleitoral antecipada com vista à marcação de nova Assembleia Eleitoral”.
Segundo Clayton Diniz, até abril essa questão ficará resolvida e poderá então concorrer, para substituir uma direção que entende não ter conseguido gerir bem o clube.
“Falta organização e transparência. A gestão é muito má. Eu sei que é difícil, mas penso que dá para fazer muito melhor”, afirmou em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS.
Os três pilares da candidatura são a “transparência e comunicação aberta”, a “inclusão e o acolhimento” e a “jovialidade e vitalidade”.
A ideia será a de criar canais de comunicação “eficazes que mantenham todos os membros do clube informados sobre as decisões, as finanças e as atividades”.
Quer também que o SCC “seja um espaço onde todos se sintam bem-vindos, independentemente da idade, habilidade ou experiência”. Para isso, propõe promover eventos sociais, atividades em família e programas que incentivem a participação dos pais, adeptos e a comunidade caldense.
Nesse sentido, pretende também revitalizar o SCC, “tornando-o mais dinâmico e direcionado para os jovens”.
A proposta de candidatura apresenta uma série de propostas para conseguir estes objetivos.
“A nossa lista é composta por pais de atletas com perfis diversos, incluindo professores, contabilistas, empresários e empreendedores. Essa diversidade é a nossa força, pois traz consigo uma vasta gama de conhecimentos e experiências”, explicou o candidato, numa carta aos sócios.
Clayton Diniz é natural do Brasil e está a residir nas Caldas da Rainha há cerca de cinco anos. Antes de vir para Portugal, morou em Londres (Inglaterra), para onde se mudou em 2003, quando ainda era jovem.
Em Inglaterra conheceu a sua mulher, que é natural de Peniche e cresceu nas Caldas. O casal, que tem duas filhas, acabou por optar por vir morar para esta cidade, até porque a atividade de Clayton Diniz permite-lhe trabalhar a partir de casa. “Comprei algumas propriedades aqui, antes de virmos, e assim viemos já com a vida estruturada”, explicou.
Ambas as suas filhas, de 10 e 13 anos, têm ligações ao SCC. A mais nova é atleta no Gira-Volei do clube e mais velha já foi praticante de voleibol no SCC, mas devido às suas capacidades, foi convidada a integrar a equipa de voleibol da Madeira Torres.
O candidato começou a sua ligação com o SCC enquanto jogador de voleibol da equipa de veteranos, depois de ter visto um anúncio no Facebook. “Já não jogava vólei há muitos anos, mas decidi passar a praticar um desporto”, contou. Gostou muito do ambiente que encontrou e acabou por levar as suas filhas também para ali praticarem desporto.
Depois de se envolver, acabou por tirar um curso de árbitro nível 1, o que lhe permite apitar alguns jogos. O ano passado, o clube financiou-lhe por inteiro um curso de treinador e está agora a treinar a equipa feminina de juvenis.
No entanto, Clayton Diniz referiu que houve um problema, por parte do clube, com a sua inscrição como treinador. “Aliás, a nossa candidatura surge por estarmos descontentes como a atual direção lida com os processos”, referiu o candidato. Por exemplo, terá havido perdas de documentos entregues pelos pais para a inscrição dos atletas. “Houve pais que tiveram de entregar os documentos três vezes”, salientou.
Outro problema, mais grave, terá sido o processo de marcação de utilização dos pavilhões das escolas secundárias.
Na sua opinião, existe uma grande preocupação em relação à equipa sénior de voleibol e depois descura-se o trabalho que é preciso realizar nos outros escalões e modalidades.
Por outro lado, Clayton Diniz considera que existe necessidade de ter uma abordagem diferente à equipa sénior de voleibol e até defende que se pode conseguir melhores resultados com outra gestão.
Outra crítica que o candidato faz à atual direção é a falta de transparência. Este ano esteve, com a sua família, a ajudar o clube durante as tasquinhas na Expoeste e no final ficou surpreendido porque não foi feita uma apresentação das contas do que foi angariado e gasto.
Nessa altura, começou a perceber que existiam outros sócios e pais de atletas do clube que estavam descontentes com a forma como este estava a ser conduzido.
Quando souberam que se iriam realizar eleições, nas quais a atual direção não iria concorrer, decidiram avançar.
