Várias dezenas de pessoas juntaram-se no passado dia 20 numa vigília nas Caldas da Rainha, para assinalarem o Dia Internacional da Memória Trans.
A ação, convocada pelo coletivo Caldas em Marcha, tinha como objetivo “juntar a comunidade num dia de luto e de luta, lembrando as vidas perdidas nas mãos de violência transfóbica”, referiu a organização.
Ao final de tarde, no Céu de Vidro, no parque D. Carlos I, houve uma intervenção musical de Nëss e da poetisa Diana Cobra Luz. Na sala ao lado, foi organizada e esteve aberta para visita uma exposição com obras de vários artistas trans, nomeadamente Ana Batista, Inês Ribeiro, Jade Nunes, Sancha, Tomi Ezra e Venus Narciso. Antes realizou-se uma oficina de cartazes.
A ação terminou com um minuto de silêncio “pelas vidas trans perdidas neste último ano”, e foi deixada a mensagem de sempre: “Continuamos em perigo e os direitos por agarrar são todos. Seguimos em força pela defesa da vida trans”.
Para o coletivo Caldas em Marcha, “é um dia no qual é impossível esquecer que a luta pelas nossas vidas e direitos é vital à nossa existência, ameaçada todos os dias por um sistema que nos quer condenar à precariedade, à violência, à morte e ao esquecimento. Não aceitamos e não esquecemos”.
Citando o “Trans Murder Monitoring” e um estudo que aponta “327 pessoas assassinadas”, quem se manifestou garantiu que as suas mortes “não serão em vão”.
“Saímos às ruas porque não esquecemos as vidas tiradas a tantas pessoas trans. Queremos marcar a sua presença através da nossa presença. Da presença de todos os nossos corpos – em luto, mas vivos, resilientes, desobedientes e unidos”, lê-se num manifesto divulgado pela organização.