Cumpriu-se o primeiro fim de semana do Festival de Ópera de Óbidos, com as três propostas iniciais, a primeira das quais no dia 8, com La Serva Padrona, uma ópera barroca, leve e divertida para abrir o programa.
O festival regressou após um interregno de vários anos, agora com a organização da Associação Banda de Alcobaça (ABA), numa parceria com o Município de Óbidos, que vai comparticipar anualmente com 80 mil euros, para além de prestar todo o apoio logístico.
A ABA, que é também a entidade responsável pela organização dos festivais Cistermúsica e Gravíssimo, apresentou uma candidatura ao programa Apoio Sustentado, da Direção Geral das Artes para o quadriénio 2023–2026, no valor de cerca de um milhão de euros, tendo como um dos objetivos o ressurgimento do Festival de Ópera de Óbidos e sua integração no circuito internacional.
Tendo como cenário a Quinta das Janelas, nas Gaeiras, conjunto patrimonial que data do séc. XVI, onde a Rainha D. Leonor ficava quando se deslocava às Caldas, neste local cheio de encanto foram preparados vários recintos para acolher o público, desde o grande pátio à intimista Sala Verde, sendo que o palco principal é na antiga adega.
O evento pretende celebrar a força, a expressão e a resiliência das mulheres através da ópera.
Na noite da passada sexta-feira foram apresentadas duas récitas de La Serva Padrona, ópera em dois atos (intermezzi) de Giovanni Battista Pergolesi, e libreto de Antonio Federico Gennaro, a partir de uma obra de teatro homónima de Jacopo Angelo Nelli.
Do elenco constaram Carla Caramujo, soprano, Luís Rodrigues, barítono, João Merino, barítono, e José Carlos Araújo, no cravo, com a Orquestra La Nave Va, sob direção musical de António Carrilho.
Segundo o Município de Óbidos, “a primeira noite do Festival de Ópera foi plena de sucesso, com cerca de três centenas de espetadores e lotação praticamente esgotada”. La Serva Padrona “divertiu o público”.
No sábado aconteceu um encontro entre a voz e piano, num espetáculo intimista e repleto de emoção, em A Voz Humana, de Francis Poulenc, e libreto de Jean Cocteau. Do elenco constaram Marília Zangrandi, soprano, e Rodrigo Teixeira, no piano.
No domingo, regressaram A Voz Humana e La Serva Padrona, num double-bill (sessão dupla).
Don Giovanni, ópera em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart e libreto de Lorenzo da Ponte, dá azo a duas récitas, no dia 15, às 21h, e no dia 17, às 17h. Do elenco fazem parte Christian Lujan, barítono, José Corvelo, barítono, a caldense Rita Marques, soprano, Sílvia Sequeira, soprano, João Pedro Cabral, tenor, Bárbara Barradas, soprano, Luís Rendas Pereira, barítono, Jeroboám Tejera, baixo, Pedro Lopes, no cravo, o Coro do Festival de Ópera de Óbidos e a Orquestra Filarmónica Portuguesa.
O programa do dia 16, pelas 21h, apresenta uma gala com uma perspetiva sobre as personagens femininas de três grandes óperas — Carmen de Bizet, La Traviata de Verdi e Rigoletto, também de Verdi. A gala inclui ainda a referência a outra ópera que conta com mais uma grande personagem do panteão feminino da ópera. É Eugen Onegin, de Tchaikovsky, de que se ouvirá a exuberante Polonaise.
Por fim haverá ainda espaço para a idílica canção com coro do Sonho de Uma Noite de Verão, de Felix Mendelssohn, o intermezzo da Cavalleria Rusticana de Mascagni e o brinde de La Traviata.
Do elenco constam Carla Caramujo, soprano, Cátia Moreso, meio-soprano, Luís Gomes, tenor, Luís Rodrigues, barítono, o Coro Infantil do Festival de Ópera de Óbidos e a Orquestra Filarmónica Portuguesa.