Cerca de mil alunos, encarregados de educação e professores do Agrupamento de Escolas São Martinho do Porto visitaram a escola sede no âmbito dos Dias Abertos, que decorreram nos dias 20 e 21 de abril.
O estabelecimento de ensino foi visitado com o objetivo de se conhecer a dinâmica da escola e aproveitaram a iniciativa sobretudo os alunos que atualmente frequentam o 4º ano e que vão ingressar na Escola Básica e Secundária de S. Martinho do Porto no próximo ano letivo.
O estabelecimento de ensino foi transformado num infindável campo de descoberta, conhecimento e saber, onde os alunos foram convidados a conhecer, experimentar e explorar, através de divertidas experiências laboratoriais, jogos de matemática, feira dos minerais, robótica, música, concursos, workshops e exposições.
Os alunos que estiveram na escola realizaram dezenas de atividades culturais, desportivas e científicas ou de puro entretenimento que, mais uma vez, mostraram a pujança do projeto educativo.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, Luísa Sardo, diretora do Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto, destacou a grande logística da iniciativa que envolve todos os departamentos curriculares, inclusive a biblioteca. “Todas as estruturas pedagógicas se juntam na dinamização de atividades e são os jovens mais velhos, coordenados pelos professores, que são os anfitriões”, contou a responsável, revelando que são dois dias muitos esperados pelos alunos, que “adoram as atividades dos dias abertos”.
Segundo a diretora, “todos os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer melhor a dinâmica da escola”. “Com todas as iniciativas proporcionámos o conhecimento do ambiente vivido na escola, apresentámos a oferta formativa para o próximo ano letivo, através da realização de atividades práticas, podendo trocar impressões e esclarecer dúvidas com professores”, adiantou.
Cada turma teve um passaporte como recordação e em cada atividade houve um carimbo.

Na quinta-feira de manhã todos os alunos, docentes e não docentes juntaram-se no exterior da escola. Houve canto e dança (coregrafias dinamizadas pelos alunos) e no final os mil estudantes desenharam o logótipo humano do agrupamento. que é o formato da baía de São Martinho (praia em forma de concha).
É ou não perigoso tomar banho durante a digestão?
Destaque para a sala com o tema da “praia”, que alertou para uma série de atividades que se encontram num dia de lazer perto do mar, como a paragem da digestão, a proteção solar, entre outras.
Por exemplo, na paragem da digestão “os alunos puderam perceber o que acontece quando vamos tomar banho após a ingestão de uma refeição”, disse a docente de biologia e geologia, Ana Nunes, responsável pela sala que representava a praia. “Quando a pessoa entra na água do mar frio, o corpo tenta dissipar o calor para “aquecer” as partes do corpo que contactaram com a água fria através dilatação dos vasos sanguíneos na superfície da pele. Este processo pode comprometer o processo digestivo, já que o fluxo sanguíneo que estava na zona abdominal será desviado para as partes do corpo que contactaram com a água fria. As diferenças muito bruscas de temperatura podem provocar um choque térmico”, explicou a docente.
Os alunos aprenderam a observar os efeitos do protetor solar na pele. “Numa folha de papel branca, coloquei uma camada fina de protetor solar fator 50, protetor fator 50 mineral e creme hidratante sem proteção. Quando incidida pela luz ultravioleta, podemos verificar que onde se colocou a amostra com creme com protetor solar, a luz ultravioleta é bloqueada e não consegue chegar ao papel, aparecendo uma mancha preta. Já no sítio onde se colocou a amostra de creme sem proteção solar, continua-se a verificar a fluorescência da folha em papel. Em relação à diferença entre os dois cremes protetores, podemos verificar que o protetor mineral é muito mais eficaz no bloqueio da radiação ultravioleta, uma vez que a mancha negra é mais nítida”, referiu Ana Nunes.
Nesta sala os estudantes também puderam observar no microscópio o plâncton, um conjunto de organismos que vive em suspensão no ambiente aquático.

Houve ainda uma exposição de microalgas, e uma mostra de conchas e corais da coleção da escola e muitas da praia de São Martinho do Porto.
O professor de matemática e ciências, João Costa, sensibilizou os jovens para a importância de separar o lixo. “Nós como somos uma ecoescola temos reparado que os alunos fazem menos separação e muitas vezes têm dúvidas”, contou, exemplificando com os novos sacos do pão que tem uma parte em papel e outro em plástico onde o procedimento correto é “separar o saco e colocar cada parte no seu respetivo local”.
No pavilhão foram dinamizadas atividades desportivas. Segundo o representante do grupo de educação física, Francisco Silva, houve a prática de boccia, enquanto desporto paralímpico, para as pessoas com deficiência/incapacidade, o jogo de matraquilhos humano, entre outros.
Projetos à volta do “Diário de Anne Frank”
As professoras da disciplina de português do 8º ano, Olívia Figueiredo e Susana Traquina, dinamizaram a sala com o tema “Diário de Anne Frank”, uma das obras que fazem parte do programa.
“Como recentemente se comemoraram os 75 anos que o Diário de Anne Frank foi publicado, decidimos dedicar uma sala com um ateliê dedicado à vida real de uma das vítimas, Anne Frank, uma jovem judia que morreu em fevereiro de 1945, no campo de concentração de Bergen-Belsen (Alemanha) e que deixou um forte testemunho no seu diário”, indicaram.

A sala contemplou, entre outras iniciativas, uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos nas aulas de educação visual.
No âmbito deste projeto as docentes organizaram no mês de março uma visita a Amsterdão, onde cerca de 140 alunos do 8º e 9º ano e ainda do ensino secundário visitaram o museu e casa de Anne Frank.
A escola vai realizar entre os dias 8 a 12 de maio uma série de atividades relacionadas com a Semana da Memória das Vítimas do Holocausto. Para além deste projeto, a que chamaram “Anne Frank, Símbolo das Vítimas do Holocausto”, Olívia Figueiredo e Susana Traquina fizeram uma candidatura ao projeto Erasmus, que foi aceite. “Vamos levar 20 alunos ao estrangeiro e dez professores para formação”, contaram. Os dois primeiros grupos de alunos do secundário seguem em maio para Roménia e Itália.