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Docente aposentada entregou projeto de vermicompostagem a astronauta americano

A professora aposentada de biologia e geologia na Escola Secundária Raul Proença, nas Caldas da Rainha, Mercês Silva e Sousa,entregou no passado dia 5, em Lisboa, o seu projeto de “Vermicompostagem na Escola e no Espaço” ao astronauta americano JeffreyA. Hoffman, com o objetivo de melhorar o solo de Marte.Com este estudo que também foi […]

A professora aposentada de biologia e geologia na Escola Secundária Raul Proença, nas Caldas da Rainha, Mercês Silva e Sousa,
entregou no passado dia 5, em Lisboa, o seu projeto de “Vermicompostagem na Escola e no Espaço” ao astronauta americano Jeffrey
A. Hoffman, com o objetivo de melhorar o solo de Marte.
Com este estudo que também foi enviado à Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos) em 2008, a ex-docente espera que “a
minhoca vermelha da Califórnia possa, um dia, ser usada para ajudar humanos a cultivar no planeta vermelho”.

O astronauta Jeffrey A. Hoffman, famoso por ter ido ao Espaço em 1993 para consertar uma avaria no Telescópio Espacial Hubble,
esteve no Pavilhão do Conhecimento para contar ao vivo essa aventura. Mercês Silva e Sousa, que esteve presente da sessão,
aproveitou a presença do astronauta da Nasa para lhe entregar o projeto que ajuda na construção e colocação de uma estação de
vermicompostagem no espaço, ou em condições simuladoras das existentes numa estação espacial.
“Isto é aplicável em atividades nas escolas e ao mesmo tempo relacionado com o desempenho das minhocas no espaço”, explicou a
responsável.
Segundo a autora do projeto, a minhoca vermelha da Califórnia é um ser aeróbio, necessitando de “oxigénio livre na sua respiração,
que se encontra em terrenos húmidos e que é muito frequente nas zonas rurais portuguesas”. “É a minhoca mais usada na
decomposição de resíduos orgânicos porque facilmente coloniza estes restos reproduzindo-se rapidamente e resiste a elevados teores
de humidade”, contou.
“Se pretendemos preservar a biosfera e, quem sabe a vida do homem para lá do planeta Terra, deveremos procurar estudar as
condições de sobrevivência e o comportamento de animais que, como estes seres decompositores, são tão importantes não só para a
humanidade, como para todos os seres vivos”, acrescentou, a professora.
Segundo explicou, o vermicomposto pode ser “adicionado a solos empobrecidos ou até estéreis a fim de serem enriquecidos e
preparados para receber e alimentar as plantas. Aplica-se na jardinagem e na agricultura. Serve como condicionador do solo e,
eventualmente, como adubo orgânico, dependendo da sua composição química”.
O projeto tem como objetivos sensibilizar para a importância da vermicompostagem como forma alternativa de destino para os
resíduos sólidos orgânicos. O estudo pretende ainda valorizar a intervenção de decompositores no ciclo da matéria em diversos
ecossistemas terrestres e em missões espaciais.

“Vermicompostagem na Escola” surgiu em 2003

“Vermicompostagem na Escola” surgiu em 2003 quando nasceu a Nostrum – Associação de Defesa do Patrimonio Ambiental. A
professora, que esteve na direção da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e da Nostrum, desenvolveu atividades nas escolas
com alunos, onde construíam estações de vermicompostagem que ficavam nos estabelecimentos de ensino. “As minhocas eram
fornecidas por João Batista, que foi o fundador e presidente da associação”, recordou Mercês Silva e Sousa, licenciada em “Biologia –
Ramo de Formação Educacional”, tendo ensinado no ensino superior, onde lecionou Didática e Metodologias do Ensino das Ciências.
Em 2008 recebeu um pedido de um familiar para elaborar o projeto para enviar para a Nasa e aí desenvolveu o “Vermicompostagem
na Escola e no Espaço”, onde acrescentou atividades “já com gravidade e sem gravidade e com a parte científica e ainda a verificação
de que até que ponto as minhocas da Califórnia são afetadas na sua atividade vital quando sujeitas às condições existentes no
espaço”.
Traduzido em inglês, o projeto foi enviado para a Nasa, onde recebeu um e-mail “a dizer que gostaram muito do projeto”.
A docente aposentada realizou ações de Ciência Viva no Verão na zona oeste de Portugal desde 2003, durante quinze anos.
É mentora de vários projetos, destacando-se os passeios guiados no âmbito da Ciência Viva à Lagoa de Óbidos, e ao “Hospital Termal
Mais Antigo do Mundo”.

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