A iniciativa é organizada pelo Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, em parceria com a ESAD.CR, a associação Cultural OSSO e o Cineclube CR, com o apoio do Município e do Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA).
Com a ambição de contribuir para uma experiência mais regular com o cinema, e evidenciar e impulsionar a criação, a reflexão, o conhecimento e a socialização, o evento pretende consolidar-se no calendário cultural anual da região.
“Como o próprio nome sugere, esta mostra pretende convocar múltiplas relações possíveis com o cinema, explorando o jogo de encontros e intervalos que se desenham e se estabelecem, a cada edição, seja entre imagens, entre filmes, entre filmes e espetadores, ou entre cineastas e público, em função de uma ideia ou proposta de programação específica”, explicou Mário Branquinho, diretor do CCC.
“Assim, cada mostra constrói-se e transforma-se num lugar de passagens e contaminações entre filmes, cinematografias, cinefilias, debates e reflexões sobre eles”, adiantou.
O espaço de conversas, originado a partir dos filmes exibidos, pretende ser uma extensão da experiência cinematográfica, “permitindo que as obras se prolonguem através da circulação da palavra entre todos os intervenientes e a comunidade que ali se forma”.
De modo a valorizar o movimento associativo, cada edição convidará uma associação do setor com a apresentação de ações concretas que contribuam para o conhecimento de diferentes profissionais, revelando a diversidade do tecido em contexto através das suas publicações, estudos ou outros contributos que cada associação representará.
Assim, a primeira edição terá início na manhã de 10 de abril, com o lançamento público do livro “Um Território Comum. Residências de Investigação Artística do Mestrado em Artes do Som e da Imagem”, nas instalações da associação cultural OSSO, em São Gregório.
Da parte da tarde decorrerá, no CCC, a mostra de trabalhos das residências de investigação artística. A seguir à inauguração, terá lugar uma conversa com os respetivos intervenientes e outros convidados.
Nesta edição, serão apresentadas obras que nascem no território local (a partir do contexto pedagógico e de pesquisa proporcionado pelas residências artísticas), decorrendo dentro do encontro uma sessão reunindo alunos, professores e artistas convidados associados às residências do anterior e do presente ano letivo.
À noite, a partir das 21h, terá lugar a abertura oficial mostra, com a presença de vários convidados. De seguida terá lugar a primeira sessão conjunta de filmes em diálogo, “Rhoma Acans” de Leonor Teles (2013) e “Cama de Gato” de Filipa Reis e João Miller Guerra (2012), seguida de conversa com cineastas, moderada por Susana Duarte.
No dia 11, durante a manhã, está prevista uma visita guiada à cidade e ao espólio de cinema e arquivo cinematográfico de Mário Lino, patente no museu do ciclismo.
De tarde, segue-se a sessão conjunta dos filmes “Maria Sem Pecado” de Mário Macedo (2016) em diálogo com “A Nossa Terra, o Nosso Altar” de André Guiomar (2020), seguida de conversa com cineastas moderada por Lara Tomás.
A sessão da noite conta com a exibição de “Água Mole” de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves (2017) em diálogo com “Para além das Montanhas” de Aya Koretzky (2011), seguida de conversa com cineastas, moderada por Maria Mire.
Na manhã de dia 12, a última sessão conjunta de filmes em diálogo conta com a exibição das curtas-metragens “Razão Entre Dois Volumes”, de Catarina Sobral (2008) em diálogo com “Voa Voa num Prédio de Lisboa” de Joana Toste (2009), que por sua vez estará em diálogo com “Mesa” (2010) de João Fazenda. A sessão conjunta será seguida de conversa moderada por Eva Ângelo com cineastas.
De tarde, haverá uma conversa introdutória conduzida por Paulo Cunha a Manuel Mozos, seguida da projeção de “A Glória de Fazer Cinema em Portugal” de Manuel Mozos (2015).
Pedro Filipe Marques representará a associação APR (Associação Portuguesa de Realizadores) com a apresentação da publicação “Glória de Fazer Cinema em Portugal”, uma publicação sobre a história da associação e, através dela, um olhar sobre o cinema português ou sobre como se fazem filmes em Portugal.
Depois desta apresentação, Paulo Cunha será o moderador de um debate final para uma conversa e discussão pública dos filmes em contexto, assim como reflexão mais alargada de estados gerais.
À noite terá lugar uma conversa introdutória conduzida por Mário Branquinho a Manuel Mozos para o encerramento da Mostra / Encontro, com a exibição do filme “Xavier” (1991-2002).
O evento encerra com uma sessão de Live-Cinema, animada pelos estudantes Lourenço Trindade e Silvestre Vendrell, do Mestrado em Artes do Som e da Imagem da ESAD.CR.