Escola de Santa Catarina recorda memórias dolorosas do Holocausto em exposição

A exposição “Holocausto, através do olhar sensível da criança” com trabalhos de alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico da Escola Básica de Santa Catarina, do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, esteve patente nos dias 27 e 28 de janeiro, no Solar de Santa Catarina.

Depois do sucesso que esta exposição teve no ano passado, em que por duas oportunidades esteve aberta ao público na cidade das Caldas, a Comissão de Pais de Santa Catarina fez o convite às docentes Eudora Pereira (História e Biblioteca Escolar) e Susana Silva (Educação Visual/ Educação Tecnológica e Plano Nacional das Artes).

O objetivo foi assinalar o Dia Internacional da Lembrança das Vítimas do Holocausto (27 de janeiro) e apresentar a exposição comunidade local.

As professoras voltaram a montar a exposição, que contou com uma variedade de materiais, incluindo fotografias, o comboio que levava os prisioneiros para os campos de concentração, desenhos com reações espontâneos dos alunos, máscaras (rostos) e documentos históricos. Destaque para o túnel em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, um diplomata português que durante a II Guerra Mundial salvou mais de 30 mil vidas da perseguição nazi.

A exposição, que desta vez decorreu na vila que a “viu nascer”, foi um sucesso e recebeu muitos elogios dos visitantes, que saíram emocionados.

A ideia da exposição surgiu há dois anos quando a escola recebeu um grupo de alunos de vários países europeus em contexto de Erasmus, onde o tema era desenvolver estratégias para contrariar o surgimento de práticas e comportamentos extremistas. As professoras Eudora Pereira e Susana Silva decidiram trabalhar o tema Holocausto e criaram um túnel em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, que tomou a decisão de agir em nome dos seus valores, da liberdade e do direito à vida, evitando que milhares de judeus fossem vítimas.

“No passado ano decidimos alargar esta atividade e a professora Susana Silva trabalhou com os alunos do 2º ciclo (5º e 6º anos) em contexto de aula o tema do Holocausto”, explicou Eudora Pereira, acrescentando que a 27 de janeiro de 2023 os estudantes visitaram o túnel e os trabalhos surgiram depois dessa visita. “O intuito foi também trabalhar o tema das emoções e depois da visita ao túnel eles fizeram desenhos sobre as suas reações espontâneas”, adiantou a docente.

Caras sem rosto é um dos tópicos da exposição onde os jovens escolheram palavras que consideraram que faltavam àquelas pessoas, como por exemplo, “respeito, justiça, liberdade como símbolo daquilo que eles não tinham”, contou Susana Silva.

Na mostra esteve patente ainda o espaço da fuga, “onde muitas vezes com o pânico e angústia deixaram os bens materiais para trás”.  

Há também trabalhos inspirados no filme “O Rapaz do Pijama às Riscas”, que foi visto pelos alunos, e máscaras que representam rostos, olhares e expressões de pânico.

A maioria dos trabalhos expostos na mostra foi feita em contexto de sala pelos alunos do 2º ciclo.

Da mostra fazem parte ainda alguns projetos dos estudantes do 3º ciclo.

As docentes destacaram o espaço do Solar, onde decorreu a exposição, cedido pelo proprietário, Pedro Maurício. “Era uma antiga prisão e adequou-se ao tema”, salientou a professora.

Na inauguração da exposição, que decorreu no dia 27, houve alguns alunos que fizeram uma performance relacionado ao tema.

Segundo as professoras, os “jovens gostaram muito de trabalhar o Holocausto”, por ser “um projeto diferente”. “Eles tiveram muita liberdade para fazer e foram eles que deram as ideias e construíram”, referiu Susana Silva.

O evento contou com o apoio da Junta de Freguesia de Santa Catarina.

No decorrer desta iniciativa as docentes receberam mais um convite para expor no Espaço “AbraçAr-te”, também em Santa Catarina.

Comemoração dos 30 anos da Escola Básica de Santa Catarina

A Escola Básica de Santa Catarina está a assinalar o seu 30º aniversário. No dia 3 de outubro de 2023, a direção da Escola e Comissão de Pais de Santa Catarina deram início às comemorações.

“Pensámos, em conjunto com a direção, não fazer apenas uma comemoração e aproveitando sempre o mote dos 30 anos, pretendemos que a escola recupere os momentos áureos que já viveu e que a própria autarquia e população valorize e saiba o que se tem feito de bom nestes anos”, contaram ao JORNAL DAS CALDAS os elementos da Comissão de Pais de Santa Catarina.

Foi feita uma pequena exposição no átrio da escola, onde inclusive alguns alunos puderam ver fotos dos seus pais quando eles mesmos foram estudantes e onde cantaram os parabéns com um bolo, num evento aberto a toda a comunidade.

Decorreu ainda uma caminhada de São Martinho, em novembro, que teve uma boa afluência de participantes e que percorreu trilhos da freguesia, assim como houve momentos de interpretação histórica por alunos da escola, com a colaboração de alguns docentes.

Este ano foi desafiada a Junta de Freguesia a voltar a realizar o carnaval das crianças na rua, pelo que no dia 9 de fevereiro irão desfilar no centro da vila as escolas básicas de Santa Catarina, Relvas e Carvalhal Benfeito, os jardins de infância de Santa Catarina e Carvalhal Benfeito e o Centro Social e Paroquial de Santa Catarina.

A decorrer no final de fevereiro a Comissão de Pais está a preparar uma tertúlia, com vários convidados, para recordar “como era Santa Catarina, há 30 anos, sem uma escola”. 

Em maio pretendem juntar todos os alunos e ex-alunos da escola para uma grande festa comemorativa. “Pensamos que será um ótimo momento de reencontro entre antigos colegas que, devido ao rumo que as suas vidas tomaram, dificilmente se foram reunindo”, referiram.

Comissão de Pais quer dinamizar escola para atrair alunos

Segundo a Comissão de Pais, a escola “precisa de obras urgentes e de ser modernizada”. “Tem o polo do 1º ciclo que é mais recente e que tem todas as condições necessárias, mas, o pavilhão desportivo precisa de intervenções de fundo, pois tem vindo a ser remendado nos últimos anos, a fim de conseguir manter os mínimos aceitáveis para o seu funcionamento”, apontaram os elementos da comissão.

Contudo, salientam que a escola precisa de alunos. “Somos uma freguesia muito afastada da cidade e estamos na fronteira com outros concelhos e a escola tem perdido alunos, essencialmente porque a linha de transportes não funciona bem, entre outros fatores”.

Os elementos que fazem parte desta comissão sentem que “não há um esforço de quem tem o poder para tomar decisões, para trazer mais alunos a esta escola”. Deram como exemplo, cursos tecnológicos, profissionais, entre outros.

“Estamos inseridos num cluster de cutelaria em que a escola tem infraestruturas para poder acolher desafios nessa área e nada tem sido feito para as aproveitar”, relataram.

A Comissão de Pais resulta da necessidade de aproximação à comunidade escolar por parte dos pais. “Dessa forma, surgiu no passado ano letivo a ideia de nos unirmos e desde então já desenvolvemos algumas atividades para a comunidade”, contaram, acrescentando que “felizmente temos um ‘núcleo duro’ com os objetivos bem definidos, mas temos conseguido que outros pais se unam a nós e que sempre que temos novas ideias, estão dispostos a ajudar”.

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Exposição “Holocausto, através do olhar sensível da criança” no Solar de Santa Catarina
 

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