O estudo demonstra que Leiria e Oeste ocupa uma posição estratégica no contexto nacional, funcionando como ponte entre a Área Metropolitana de Lisboa e a Região Centro. “Este território não pode ser visto como um conjunto fragmentado de municípios, mas sim como um ecossistema regional interligado. O sucesso de Leiria e Oeste até 2035 dependerá da capacidade dos seus atores para trabalharem em conjunto”, mencionou Agostinho Silva, pró-presidente do Politécnico de Leiria.
O Cenário I apresentado no estudo, intitulado ‘Continuidade e desafios do modelo atual’, reflete a manutenção das dinâmicas vigentes, com uma evolução ancorada em tendências passadas e sem alterações estruturais significativas, que poderá levar a um cenário de divergência crescente, marcado pela estagnação da produtividade, dificuldade em captar talento e incapacidade de valorização da força de trabalho. Baseado na continuidade do modelo atual, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita crescerá para 25.163 euros em 2035, o que, embora represente um crescimento moderado, manterá a região abaixo da média nacional.
Por sua vez, o Cenário II – ‘Transformação centrada na modernização e captação de talento’ baseia-se na modernização da economia regional e na captação de talento como motores de crescimento e competitividade, com os indicadores a demonstrarem melhorias na produtividade, salários, qualificação da força de trabalho e poder de compra. Neste cenário, o PIB per capita poderá atingir 27.938 euros em 2035, um acréscimo de 11% face ao cenário base, resultado da digitalização dos setores produtivos, da valorização da qualificação e da captação de talento.
Por fim, o Cenário III – ‘Transformação centrada no conhecimento’ propõe que Leiria e Oeste evolua para um verdadeiro ecossistema de inovação, ancorado numa universidade de excelência, que funcione como o motor de uma nova economia regional baseada na ciência, criatividade e colaboração interinstitucional. O PIB per capita poderá atingir 30.100 euros em 2035, representando um aumento de 19,6% em relação ao Cenário I e de 7,7% face ao Cenário II.
No Cenário III, os ganhos estimados anualmente para a região, face ao cenário de continuidade, variam entre 3,18 mil milhões de euros, em contexto de declínio populacional moderado, e 3,52 mil milhões de euros, em situação de crescimento populacional moderado, com um valor intermédio de 3,35 mil milhões de euros sob hipótese de estabilidade demográfica. Com este incremento, Leiria e Oeste aproximar-se-á de 6% do PIB nacional.
Segundo o estudo, este salto competitivo seria ancorado na criação de uma universidade de excelência, articulada com um Instituto Europeu de Inovação e Ciência, capaz de ligar conhecimento, talento e indústria, permitindo acelerar a digitalização das empresas, estimular a formação avançada, atrair investigadores e empreendedores e potenciar a emergência de setores de elevado valor acrescentado.