“As ondas não geram só energia, geram também receita”. Esta a conclusão revelada pelo estudo de impacto sócio-económico da realização de duas provas da Liga Mundial de Surf (WSL) em Portugal em 2024. A etapa de Supertubos, em Peniche, do Campeonato Mundial de Surf movimentou mais de 20 milhões de euros e o evento das ondas grandes na Praia do Norte, na Nazaré, mais de 3 milhões de euros.
A apresentação do estudo autoria de Diogo Melo, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), aconteceu no dia 29 de outubro na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste, e reflete a importância e o impacto do surf no desenvolvimento da região e do país.
Das onze etapas do campeonato do mundo uma foi em Portugal, que também acolheu uma das duas competições mundiais de ondas gigantes. Em Peniche o volume de negócios gerado atinge os 16,5 milhões de euros, a que acrescem mais 3,4 milhões do impacto indireto e induzido. Na Nazaré, o volume de negócios chegou aos 2,5 milhões, a que se juntam mais 520 mil euros do impacto indireto e induzido.
A contribuição da WSL para a economia tem a ver com produtos e serviços contratados para a montagem da estrutura do evento, para além dos consumidos pelos visitantes.
No Meo Rip Curl Pro Portugal, em Peniche, houve 120 mil espetadores ao longo de vários dias, enquanto que o Tudor Nazaré Big Wave Challenge acolheu 25 mil espetadores num só dia. A prova em Peniche realiza-se desde 2009 e desde então foi presenciada ao vivo por aproximadamente 1,4 milhões de pessoas, enquanto na Nazaré realiza-se desde 2017 e teve desde essa altura cerca de 150 mil espetadores. De acordo com o estudo do ISEG, em Peniche, 36,5% são estrangeiros enquanto que na Nazaré são 69,5%.
Para além disso, as plataformas de social media têm permitido uma maior interação dos fãs espalhados por todo o mundo, que acompanham os eventos em tempo real. Estimam-se 17,9 milhões de seguidores da WSL no Facebook, Instagram, Tik Tok, Twitter e YouTube.
A receita fiscal gerada pelo evento de Peniche ronda os 6 milhões e na Nazaré 900 mil euros.
Na apresentação do estudo que revela o impacto positivo destes eventos na economia local e que afirma Portugal como destino de turismo jovem, esteve presente o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, que sublinhou a importância das provas para o crescimento do país.