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Vidais

Festival das Adiafas é um importante veículo de promoção e valorização da agricultura

Apesar da chuva o Festival das Adiafas em Vidais foi um sucesso e segundo a organização, terá recebido cerca de treze mil pessoas nos três dias.Foi um festival molhado que afetou um pouco o concerto de José Cid e adiou a primeira prova de “Tractor Pulling no Oeste”, mas o presidente da Junta, Rui Henriques, afirmou que “esta terceira edição fez história porque foi a mais participada, nomeadamente no sábado, com a chuva a dar tréguas e o recinto encheu com a presença de mais de oito mil pessoas”.   

Vidais

Apesar da chuva o Festival das Adiafas em Vidais foi um sucesso e segundo a organização, terá recebido cerca de treze mil pessoas nos três dias.Foi um festival molhado que afetou um pouco o concerto de José Cid e adiou a primeira prova de “Tractor Pulling no Oeste”, mas o presidente da Junta, Rui Henriques, afirmou que “esta terceira edição fez história porque foi a mais participada, nomeadamente no sábado, com a chuva a dar tréguas e o recinto encheu com a presença de mais de oito mil pessoas”.   

O presidente revelou que devido à chuva José Cid prometeu que iria voltar a Vidais para fazer outro espetáculo sem custos.  

Além da gastronomia e concertos para atrair visitantes à freguesia é “um evento de agricultores para agricultores”, salientou o presidente da Junta, destacando a presença do secretário de Estado da Agricultura, que elogiou o evento por dignificar a “atividade agrícola, nomeadamente a fruticultura desta região do país”.

“Criámos um espaço digno onde os agricultores puderam promover e valorizar aquilo que melhor se produz na freguesia e onde havia maçãs para a população degustar”, contou o autarca.

Rui Henriques destacou a mostra da tecnologia, como drones e sensores que “modernizam as práticas agrícolas e tornam o trabalho mais interessante e menos árduo”.

Drones têm-se tornado ferramenta valiosa na agricultura”

Rui Henriques realçou o sucesso da Agro Summit onde, este ano, a importância da água e os problemas que afetam a produção da Pera Rocha do Oeste estiveram em destaque. “Tivemos mais de cem agricultores oriundos das Caldas, Alcobaça, Rio Maior, Cadaval e Bombarral e ainda um de Mafra numa sala que foi pequena, para as três palestras. Uma das conferências foi sobre o fogo bacteriano e a estenfiliose. Tivemos uma bióloga dos principais centros de investigação de Espanha, que trouxe novidades sobre o futuro do fogo bacteriano, algo que é urgente ser tratado na região Oeste porque se continuar assim sem uma solução a produção da pera rocha estará em risco”, relatou.

Segundo o autarca, a bióloga “trouxe grandes novidades e uma solução para o fogo bacteriano que pode ajudar bastante os agricultores a combater essas doenças no futuro”.

“Um engenheiro espanhol veio falar da importância da água, nomeadamente na forma como podemos rentabilizar ainda mais a agricultura na nossa zona”, adiantou.

Houve ainda uma demonstração de máquinas e drones, que se têm tornado uma “ferramenta valiosa na agricultura, ajudando a modernizar o setor e a torná-lo mais eficiente. Os drones são capazes de realizar pulverização de precisão e podem ser programados para aplicar fertilizantes”.

O presidente da Junta disse que a reação dos agricultores foi positiva, considerando o certame e as palestras muito “pertinentes porque foram abordadas questões importantes para o setor”. “Foi uma tarde dedicada a eles, onde viram no terreno a nova tecnologia que pode tornar as terras mais produtivas e sustentáveis”, apontou.

Rui Henriques sublinhou que logo que o festival termina começam a preparar o seguinte porque “queremos mesmo que este evento seja uma referência nacional na área agrícola”. “O concelho das Caldas é muito rico nas termas, na cerâmica, no artesanato, temos a praia da Foz do Arelho e a Lagoa, mas não podemos esquecer que temos aqui sete freguesias onde a base económica é a agricultura, com destaque para a pera rocha e as maçãs”, declarou.

O presidente da junta considera que deve ser uma preocupação cada vez maior dos autarcas locais lutar pela “agricultura com o objetivo de a dignificar e atrair jovens para revitalizar o setor”. “Em Vidais temos agricultores jovens que estão a honrar todo o património que foi deixado pelos seus avós e seus pais. É importante incentivar a inovação e progresso tecnológico que ajuda a rentabilizar a agricultura e ajuda ao não abandono das terras”, adiantou.

Destacou também “a equipa multifacetada de pessoas e pequenos jovens agricultores que se juntaram à junta de freguesia na organização do festival e que agarraram o evento com muito empenho, dignificando o setor e a freguesia”.

“Desânimo total pelo pouco apoio do Município”

Rui Henriques revelou que a junta de freguesia tem poucos meios financeiros, lamentando que a Câmara tenha contribuído “apenas com uma verba de cinco mil euros para um evento desta dimensão”. “Tivemos de pedir patrocínios e criar uma bilheteira para ajudar a pagar as despesas, quando o intuito era que fosse aberto ao público”, referiu, notando que “para os residentes de Vidais a entrada foi gratuita”.

Por isso, manifestou o seu “desânimo total pelo pouco apoio do Município, que tratou este festival como uma festa qualquer”. “Deixa-me muito triste quando se sabe que o Foz Beats teve o custo de 300 mil euros e a Frutos, que nada dignifica os agricultores, custou milhares de euros”, declarou.

“A população local merece uma festa desta dimensão por tudo o que tem feito pela freguesia”, salientou, acrescentando que tiveram presentes no festival oito associações de Vidais na área dos comes e bebes, que “conseguiram dinheiro para as suas atividades”.

“Estamos a conseguir unir a nossa freguesia, porque é muito dispersa e com este tipo de eventos conseguimos colocar Vidais no mapa”, sublinhou.

Animação musical deliciou o público

O evento juntou gastronomia tradicional, doçaria da região e artesanato popular e contou com espetáculos que foram uma grande atração para os visitantes.

No primeiro dia foi mais dedicado aos adultos, com o cantor José Cid e no sábado uma grande atração para os jovens com Quem é o Bob?, que trouxe versões animadas dos maiores êxitos de Bob Marley e do reggae mundial. Logo depois o rapper Piruka e a noite fechou com o produtor mundial Kevu, que é natural das Caldas.   

Piruka, o rapper do momento, deliciou os muitos fãs que encheram o recinto de Vidais, com o cantor a revisitar muitos dos seus êxitos, num espetáculo que primou pela constante energia do artista. Deixou uma mensagem positiva, pedindo aos adolescentes para “respeitarem os pais porque quando mais precisam são eles que estão lá sempre para ajudar”.

Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS antes do espetáculo, disse que “o mais importante é transmitir uma boa energia com uma viagem por vários picos de emoções”. “A vida já está muito sofrida e é preciso momentos de distração para animar a população”, salientou.

Além das tasquinhas de gastronomia o festival contou com dezasseis expositores ligados à área da agricultura e vinte de artesanato, jóias, clubes desportivos, entre outras atividades.

Para o padre José Samir Benavides, da paróquia e do Centro de Dia de Vidais, é “muito importante participar neste festival e é uma forma de animar a população da freguesia e angariar fundos para as nossas atividades”.

O Tractor Pulling foi adiado devido ao mau tempo e vai decorrer na primavera do próximo ano.

Secretário de Estado da Agricultura inaugurou o festival

O Festival das Adiafas foi inaugurado no dia 4 de outubro, numa visita ao certame presidida pelo secretário de Estado da Agricultura, João Moura.

Em declarações no final da visita, o governante referiu que “é um certame muito interessante, que potencia aquilo que a nós diz muito respeito, que é a atividade agrícola, nomeadamente a fruticultura desta região do país, que tem produtos de excelência”.

O secretário de Estado disse que nos fóruns que tem participado tem dado o exemplo da “Pera Rocha como um ícone importantíssimo”, lamentando que “esteja a sofrer problemas fitossanitários”.

Revelou que o Ministério da Agricultura está a colaborar com as “entidades de fiscalização e de investigação a tentar arranjar soluções”. “Estamos em contato direto com a produção, associações de produtores, cooperativas, e em conjunto estamos a tentar as melhores soluções para um problema que é grave”, salientou.

João Moura relatou que uma das situações que “agudiza muito estes problemas fitossanitários é o abandono de alguns pomares que acabam por potenciar e por contaminar pomares que são vigorosos e que estão em produção”. “Aquilo que temos vindo a fazer é incentivar as associações de produtores, porque muitas destas parcelas não sabemos quem são os proprietários, a criar uma ação mais direta na retirada destas árvores, algumas delas contaminadas”.

O membro do Governo destacou exemplos de tecnologia na agricultura presentes no certame e que é um passo fundamental para atrair jovens e revitalizar o setor.

“Hoje fiz uma visita a uma escola profissional agrária e estive junto dos mais jovens, e aquilo que tem sido o cenário deste ensino profissional é que chegámos a um ponto quase de rutura”, revelou, acrescentando que “não era só a agricultura em Portugal que estava num abandono por parte do Estado, é com muita tristeza que digo que o Ministério da Agricultura nunca tinha reunido com a direção das escolas profissionais desta área”. 

Segundo o governante, estas escolas profissionais estão com “equipamentos muito deteriorados e com índice de degradação e aceitação de inscrição de alunos”. “Os cursos de ensino superior agrário em Portugal este ano muitos deles ficaram desertos, sem alunos e isto é muito triste porque dependemos da agricultura para a nossa subsistência”, revelou.

João Moura assegurou que o executivo tem vindo a incentivar os jovens para que estes tenham orgulho naquilo que é produzido em Portugal e nas boas práticas utilizadas. “A agricultura em Portugal é altamente tecnológica e utiliza com muito rigor a eficiência dos recursos naturais, que é muito respeitadora do meio ambiente. É esta a nova cultura que temos que incentivar até de forma educacional aos portugueses”, adiantou.

Aproveitou ainda a ocasião para anunciar a criação da marca “Made In Portugal”, pelo Ministério da Agricultura, de forma a identificar e certificar a qualidade dos produtos com origem no território português. “Este evento é a prova disso mesmo, de que temos produtos de excelência, que quando os exportamos, encantam o mundo”, sublinhou.

O governante destacou ainda um produtor agrícola que esteve presente no Festival das Adiafas em Vidais que leva os seus produtos ao consumidor. “Gostava de ver replicado o pequeno agricultor a vender diretamente ao consumidor, um serviço extraordinário de Uber Eats de frutas e legumes”, concluiu.

Festival Vidais 1
Inauguração do Festival das Adiafas presidida pelo secretário de Estado da Agricultura
Festival Vidais 5
Tecnologia moderniza as práticas agrícolas