O caldense Frederico Silva, de 25 anos, foi o grande destaque da emissão do passado domingo do programa concurso de talentos Got Talent Portugal, na RTP, ao receber um “botão dourado”, que dá acesso direto às semifinais e aos espetáculos em direto.
Campeão da Europa e vencedor da Taça do Mundo de ginástica acrobática, o concorrente, que cresceu no concelho de Óbidos, deu nas vistas como acrobata aéreo.
A paixão de Frederico Silva pela ginástica começou em criança e nos trampolins no Acrotramp Clube das Caldas. Mas acabou cedo devido a um problema lombar. Nessa altura, achou que a sua carreira como ginasta tinha terminado.
Foi na adolescência que o seu percurso começou a tomar forma, mas ainda longe de imaginar que alguma vez pudesse voltar à modalidade.
No 10º ano ingressou no curso de comunicação da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, mas a paixão pelas artes falava mais alto.
Segundo a produtora do programa, Frederico contou que, desde sempre, teve o sonho de voar. Gostava tanto de “voar”, que a mãe passava o tempo a levá-lo para o hospital por ele se pendurar e atirar para todo o lado.
Mas a persistência e determinação do Frederico conseguiu levá-lo ainda mais longe e desistir nunca foi uma opção.
Aos 16 anos, entrou para o Chapitô. Foram três anos de formação para se tornar acrobata aéreo. Seguiram-se mais dois anos na Salto International Circus School, na Maia, que lhe deu o nível superior.
E foi aí que tudo começou a mudar. Depois de concluir os estudos, foi passar o verão a Barcelona e, depois, colocou a mochila às costas e partiu para uma viagem à Ásia com amigos, longe de saber que não a concluiria.
Durante a viagem, recebeu uma chamada do selecionador nacional a convidá-lo a integrar a equipa. Apesar de ter algum receio de não corresponder às expetativas, decidiu aceitar e nessa altura tudo mudou e tudo o que sonhava começou a acontecer. A sua carreira como ginasta acrobática deixou de ser um sonho e passou a uma realidade. Os prémios e reconhecimento do seu talento foi algo muito rápido.
Com a chegada da pandemia, Frederico deixou de treinar, voltou para casa da mãe (nas Caldas) e dedicou-se em exclusivo ao trabalho como cabeleireiro para conseguir seguir pagar as contas. “Tive de me fazer à vida e deixar a minha carreira em standby”, confessou. Nessa altura contou com o apoio da amiga Sara, a sua partner em algumas atuações. “Tive uma depressão muito grande e sentia-me completamente perdido. Vi a minha vida toda a andar para trás e a Sara simplesmente não me deixou desistir. Tudo o que eu mais queria era regressar e se hoje estou aqui é por causa dela que me deu a mão e trouxe de volta”, manifestou.
Foi a apresentadora Sílvia Alberto quem carregou no “botão dourado”, depois de Frederico ter recebido grandes elogios do júri, constituído por Cuca Roseta, Sofia Escobar, Manuel Moura dos Santos e Pedro Tochas.