No dia 20 de dezembro, à tarde, distribuiu cabazes de Natal especiais, que incluem, além de alimentos, brinquedos para as 11 crianças apoiadas, adaptados à sua idade. “Estes presentes resultam de doações generosas, o que nos permite trazer alguma alegria às famílias num momento tão especial como o Natal”, explica a voluntária Susana Gonçalves.
Embora o foco principal do grupo seja o apoio alimentar, os voluntários procuram ir além do essencial nesta quadra festiva. Os cabazes de natal estão mais recheados e incluem alimentos típicos desta época, como bacalhau, açúcar e frango.
“Distribuímos um cabaz por mês com alimentos básicos, como arroz, azeite, ovos, iogurtes, atum, bolachas, café, cereais, leguminosas em frasco ou lata, leite, massas, óleo e salsichas. Estes produtos são fundamentais para garantir uma alimentação digna às famílias que assistimos”, refere Susana Gonçalves.
A voluntária destaca que os donativos monetários são cruciais, já que os alimentos doados muitas vezes não são suficientes para preparar os cabazes de forma equitativa. “O Banco Alimentar do Oeste fornece-nos alimentos frescos uma vez por mês, mas, em 2020, pedimos ajuda para outros produtos e, até hoje, continuamos em lista de espera. Assim, dependemos quase exclusivamente das recolhas que fazemos ao longo do ano, dos donativos na paróquia e de parte do dinheiro dos ofertórios das missas, que usamos para comprar os alimentos em falta”, explica.
Uma colaboração com um supermercado local também tem sido importante. “Este supermercado envia-nos diariamente os restos que sobraram e nós distribuímos esses produtos às terças e quintas-feiras, atendendo cerca de 40 pessoas em cada um desses dias”, sublinha.
Entre os beneficiários desta ajuda, incluem-se imigrantes em situações muito precárias. “Embora não consigamos incluir estas pessoas nos cabazes mensais devido à falta de recursos, nunca negamos ajuda quando aparecem nestes dias para levar pão e outros artigos”.
Uma vez por mês os alimentos são entregues às famílias que estão registadas como assistidas. Segundo Susana Gonçalves, estas famílias incluem idosos portugueses com pensões baixas, sobrecarregados com rendas, medicamentos e despesas alimentares, bem como cidadãos oriundos da Guiné-Bissau, Angola e Brasil que, em busca de uma vida melhor, enfrentam sérias dificuldades ao chegarem a Portugal.
O Grupo de Acolhimento está disponível para receber donativos e prestar apoio à comunidade todas as terças e quintas-feiras, entre as 15h00 e as 17h00.
Criado em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o Grupo de Acolhimento Nossa Senhora da Conceição da Paróquia das Caldas nasceu de uma necessidade urgente. “Nessa altura, as pessoas batiam à porta da igreja a pedir ajuda, porque muitas tinham ficado desempregadas ou apenas recebiam parte do ordenado. O aumento do desemprego trouxe uma procura muito grande por ajuda, e, como a paróquia não tinha nenhum grupo organizado para responder a essas situações, os padres que estavam cá na altura juntaram-se a alguns voluntários e formaram este grupo”, recorda Susana Gonçalves.
Mesmo com o fim da pandemia, as necessidades mantiveram-se. “Atualmente, temos uma lista de espera de pessoas que precisam de ajuda, mas os recursos limitados não nos permitem atender todos. Ainda assim, fazemos o possível para não deixar ninguém sem apoio, dentro das nossas possibilidades”, conclui.