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Hospitais do Oeste podem converter-se em Unidades de Cuidados Continuados

Os três hospitais do Oeste poderão ser transformados em Unidades de Cuidados Continuados para apoio ao novo hospital, segundo o estudo encomendado pelos municípios que aponta esta como a solução mais consensual entre seis propostas.

Os três hospitais do Oeste poderão ser transformados em Unidades de Cuidados Continuados para apoio ao novo hospital, segundo o estudo encomendado pelos municípios que aponta esta como a solução mais consensual entre seis propostas.

O estudo, divulgado pela agência Lusa, aponta “seis possíveis soluções para os atuais polos do Centro Hospitalar do Oeste (CHO)”, os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, das quais a que “mais consenso e concordância gera é a da criação de Unidades de Cuidados Continuados Integrados para dar apoio ao novo hospital, reduzindo a ocupação de camas, e para prestar acompanhamento a utentes sem enquadramento familiar e de difícil resposta social”.

Outra solução apontada passa pela reestruturação dos hospitais para cuidados de proximidade, podendo acolher serviços de urgência básica em zonas de maior concentração de população ou, em alternativa, atividades de ambulatório.

Os três polos do CHO poderão ainda albergar diferentes valências dependentes ou não da orgânica do novo hospital do Oeste, sendo que as soluções a adotar “poderão ser ajustadas à eventual necessidade de devolver aos seus proprietários os espaços que atualmente são alugados pelo Ministério da Saúde”, refere o estudo, dando como exemplo o Hospital de Torres Vedras.

As soluções constam do estudo sobre o futuro da política pública da saúde no Oeste, encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) à Universidade Nova de Lisboa e apresentado na passada quinta-feira aos doze municípios da região.

“O estudo está finalizado e é um documento importante pelo facto de ter sido feito por uma entidade externa, com o apoio, obviamente, dos consultores e o acompanhamento da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do próprio CHO, que conhecem bem o território e as suas necessidades em termos de saúde”, disse à Lusa o presidente da OesteCim, Pedro Folgado.

Segundo este responsável, o documento reflete “um estudo aprofundado” em relação ao qual “apenas o município das Caldas da Rainha considerou que deveriam ter sido considerados mais alguns aspetos que poderiam ter gerado conclusões diferentes relativamente à localização”.

Numa primeira fase, o estudo centrou-se sobre a potencial localização do futuro hospital, concluindo como localizações mais prováveis os concelhos do Bombarral ou de Torres Vedras, soluções que têm sido contestadas pela autarquia das Caldas da Rainha.

Na segunda fase, agora apresentada, os autores do estudo avançam com recomendações sobre o perfil assistencial do hospital, que poderá vir a ter entre 446 e 625 camas de internamento, 32 especialidades na consulta externa, 15 especialidades no internamento, um hospital de dia e alargar as urgências à especialidade de psiquiatria.

O documento foi já entregue ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que se comprometeu a definir a localização até março de 2023 e o perfil assistencial até setembro do próximo ano.

“Agora cabe ao senhor ministro cumprir o compromisso que assumiu e ao Estado decidir onde e que hospital para o Oeste irá ser construído, com base nas conclusões do estudo que também vamos analisar melhor e continuar a acompanhar este processo”, indicou Pedro Folgado.

O novo hospital do Oeste é há vários anos reclamado pelas populações atualmente servidas pelo CHO, dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Cenários alternativos

O estudo encomendado pela OesteCim aponta quatro cenários alternativos no que respeita à estimativa do número de camas para satisfazer as necessidades de internamento, tendo como horizonte temporal o ano de 2031.

Se o objetivo for abranger os doze municípios da OesteCim e as oito freguesias de Mafra, num total de 421.963 habitantes (com base nos Censos de 2021), o novo hospital deverá ter 537 camas para responder à procura do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou 625 se pretender abranger a transferência potencial dos serviços prestados no privado, refere o documento.

Nos outros dois cenários estudados, excluindo as freguesias de Mafra e vocacionando o novo hospital para os 363.551 habitantes do Oeste, o número de camas estimado será de 446 para responder à procura do SNS e de 517 para abranger a transferência de utentes do privado.

Com base na análise da procura potencial de cuidados de saúde no futuro hospital, os autores do estudo, realizado pela Universidade Nova de Lisboa, recomendam que o mesmo deverá contar com 32 especialidades ou tipologias na consulta externa, incluindo Cirurgia Plástica, Psicologia da Infância e Adolescência, Radioterapia, Consulta da Atendimento não Programado e Consultas de Grupo, entre muitas outras.

No internamento, a recomendação é para que o hospital disponibilize 15 especialidades e tipologias e também hospitalização domiciliária, esta última já existente no CHO.

No serviço de urgências, o estudo defende uma tipologia que inclua as especialidades de Urgência Geral, Urgência Ginecológica, Urgência Pediátrica e Urgência de Psiquiatria.

Os autores do estudo defendem ainda que o novo hospital deve ter Cirurgia Programada (ambulatória e convencional) e Cirurgia Urgente; serviço de partos de todas as tipologias e um Hospital de Dia com as especialidades de Imuno-hemoterapia, Oncologia, Pediatria, Pneumologia, Psiquiatria, Nefrologia para Hemodiálise e Radioterapia.

Poupança de 237 milhões

 O novo hospital do Oeste deverá aliviar outros hospitais de mais de 600 mil consultas e 14 mil internamentos e poupar aos utentes que recorrem ao privado 237 milhões de euros por ano, conclui o estudo encomendado pelos municípios.

Dada a “resposta pública potencialmente deficitária” proporcionada pelo CHO, “o elevado custo suportado anualmente pela população do Oeste é de 530 milhões de euros”, dos quais 237 milhões de euros referentes aos custos nos sistemas de saúde privados, que podem ser reduzidos com a construção do novo hospital do Oeste.

O documento estimou o impacto económico anual suportado pela população com base no tempo despendido, custos de deslocação e serviços suportados pela população nos últimos doze meses.

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