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Entrevista a Silvia Batalha

Hospitalização em casa

Integrada na rede de Hospitais e Clínicas da CUF, de norte a sul do país, a hospitalização domiciliária leva as equipas multidisciplinares e os cuidados de saúde diferenciados da CUF a casa dos doentes, proporcionando-lhes maior conforto e autonomia. Em entrevista ao Jornal das Caldas, Sílvia Balhana, especialista em Medicina Interna e Coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital CUF Torres Vedras, explica o seu funcionamento e benefícios.

Entrevista a Silvia Batalha

Integrada na rede de Hospitais e Clínicas da CUF, de norte a sul do país, a hospitalização domiciliária leva as equipas multidisciplinares e os cuidados de saúde diferenciados da CUF a casa dos doentes, proporcionando-lhes maior conforto e autonomia. Em entrevista ao Jornal das Caldas, Sílvia Balhana, especialista em Medicina Interna e Coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital CUF Torres Vedras, explica o seu funcionamento e benefícios.

O serviço de Hospitalização Domiciliária CUF é um projeto pioneiro no setor privado em Portugal. Quantas pessoas já usufruíram deste serviço?

Foi em 2020, na região de Lisboa, que a CUF avançou com este projeto, tornando possível aliar o conforto das casas dos doentes à hospitalização. Desde então, estiveram internados, neste regime, mais de 1.300 doentes, correspondendo a cerca de 14 mil dias de internamento. A equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária CUF, em Torres Vedras, em menos de um ano de atividade, conta já com diversos casos de sucesso, muitos dos quais desafiantes e de grande complexidade clínica.

A hospitalização domiciliária é uma alternativa ao internamento convencional. Como funciona este serviço e para que tipo de doentes está pensado?

A hospitalização domiciliária é um modelo de assistência hospitalar que presta cuidados de saúde a doentes com patologia aguda ou doença crónica agudizada, no conforto das suas casas, sempre que a hospitalização seja imprescindível para garantir o seu adequado e eficaz tratamento.

Neste modelo, podemos tratar infeções comuns (respiratórias, urinárias, cutâneas, entre outras), infeções com necessidade de tratamento prolongado com antibióticos (como osteomielites, endocardites e meningites), doenças respiratórias (como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica), cardíacas (como a insuficiência cardíaca), entre outras patologias. O internamento em casa, disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana, também é uma opção para alguns doentes cirúrgicos, que careçam de cuidados agudos no período pós-operatório.

Qualquer pessoa com uma doença aguda estável pode ficar hospitalizada em casa?

É necessário que o diagnóstico esteja bem definido, que os exames complementares sejam maioritariamente realizados antes de o doente ser transferido para o domicílio e que o tratamento seja exequível de ser realizado em casa. Cada caso tem de ser avaliado individualmente. Doentes com situações clínicas instáveis ou que careçam de monitorização intra-hospitalar não cumprem (pelo menos numa fase inicial do internamento) os requisitos necessários para ficarem em hospitalização domiciliária.

Verificados os critérios clínicos, são também requisitos o doente morar numa área geográfica até 30 minutos de um hospital CUF e garantir a presença constante de um cuidador, 24 horas por dia.

Que tipos de cuidados são prestados no domicílio e como são compostas as equipas médicas?

Internar um doente em casa pressupõe a equivalência na qualidade e segurança da prestação de cuidados, comparativamente aos cuidados prestados em ambiente hospitalar. Conseguimos realizar terapêuticas endovenosas (antibióticos, diuréticos, corticoterapia, hemoderivados, ferro, entre outros), oxigénio suplementar, ventilação não-invasiva, terapêutica por via inalatória, cinesiterapia (terapia através do movimento do corpo), fisioterapia, colheita de análises e até alguns procedimentos minimamente invasivos.

As visitas diárias são garantidas pela equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária CUF, formada por médicos internistas e enfermeiros. Contamos ainda com a colaboração de médicos de diversas especialidades, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas, sempre que necessário.

Para os doentes da região Oeste, quais são os benefícios de receberem cuidados em casa, em vez de ficarem internados no hospital?

Na larga maioria dos casos, quando os doentes reúnem todas as condições para ficarem internados em casa, assistimos a internamentos mais curtos e pautados por menos complicações (por exemplo, o risco de infeções provenientes do meio hospitalar é praticamente eliminado). Além disso, as pessoas, quando hospitalizadas em casa, tendem a ter maior autonomia e menor tempo de imobilização, além de um sono de maior qualidade. Tudo isto contribui para uma recuperação mais célere.

Outro ponto muito positivo é a proximidade: conseguimos conhecer o contexto da pessoa e, desta forma, adequar e personalizar os cuidados que lhe prestamos, intervir em comorbidades e promover a literacia em saúde do doente e da família. O feedback dos doentes do Oeste tem sido positivo, têm mostrado grande confiança e satisfação relativamente aos cuidados que prestamos.

“[Os doentes] têm mostrado grande confiança e satisfação relativamente aos cuidados que prestamos”

E quando há um agravamento súbito da situação do doente, o que acontece?

É algo que queremos e fazemos sempre por evitar. Mas se for constatado agravamento da condição clínica, a equipa organiza o retorno do doente ao internamento hospitalar convencional.

Sendo necessário garantir a presença constante de um cuidador, qual é o papel que este desempenha?

Além dos critérios clínicos pelos quais definimos quais são os doentes elegíveis para hospitalização domiciliária, que mencionei anteriormente, o contexto social da pessoa é tão ou mais relevante. A pessoa internada está doente e carece de apoio, quer para as suas atividades básicas, quer para cumprir o seu plano terapêutico. O cuidador, familiar ou acompanhante, é essencial na articulação dos cuidados com a equipa de saúde e na recuperação do doente.

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