emissão em direto

Livro de Vítor Ilharco motiva reflexão sobre o sistema prisional português

O livro “Sistema Prisional Português - Toda a Verdade”, de Vítor Ilharco, foi apresentado na tarde do passado dia 12 na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.

O livro “Sistema Prisional Português – Toda a Verdade”, de Vítor Ilharco, foi apresentado na tarde do passado dia 12 na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.

Vítor Ilharco é fundador e primeiro sócio da APAR – Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, com sede na antiga escola da Moita, em Alvorninha, nas Caldas da Rainha. Foi jornalista e autor de vários livros, sendo que o “Sistema Prisional Português – Toda a Verdade” encontra-se na segunda edição.

A primeira edição saiu durante a pandemia da Covid-19, quando foram encerradas as livrarias. No entanto, o livro esgotou na internet em apenas dois meses.

A apresentação desta segunda edição, a cargo do ator José Ramalho, contou com Vitor Marques, presidente da Câmara das Caldas da Rainha, a advogada e política Mónica Quintela e o jornalista Luís Mais como oradores.

O presidente da Câmara indicou esta obra como “uma reflexão sobre o sistema prisional” e destacou a dificuldade para a reintegração das pessoas na sociedade civil pelo estigma que existe.

“Com o Instituto de Emprego e Formação Profissional são feitos contratos anuais com avaliações de três em três anos e podem ser prolongados até 16 anos. Tem apoios do Estado na ordem dos 75% e a autarquia apoia 25%”, revelou. Estes empregos são exercidos em áreas de pintura, jardinagem, limpeza das ruas, educação e área administrativa. As pessoas “são integradas mediante as suas competências e qualidades”.

Mónica Quintela relatou os principais pontos do livro, que vão desde a análise da investigação criminal, ao contacto com a justiça e ao regresso da vida em sociedade, e ainda apresenta propostas que podem tornar o sistema prisional mais justo e eficaz, como a higiene, a ocupação dos tempos livres, as regras das visitas, o transporte dos reclusos e o direito de voto.

“Se nós, sociedade, queremos ressocializar os reclusos, temos de mostrar que podem ter uma vida melhor fora”, referiu Mónica Quintela.

Luís Mais entrevistou vários reclusos e relatou a despersonalização dentro da prisão, onde “as pessoas passam uma vida inteira dentro do sistema prisional e saem de lá a sentir que já não são ninguém”. Falou ainda da dificuldade que é sair do sistema e ingressar no mercado do trabalho.

Vítor Ilharco falou da APAR, uma associação sem fins lucrativos que apoia todos os reclusos das cadeias nacionais, independentemente da sua nacionalidade e todos os portugueses retidos no estrangeiro. Foram apresentadas imagens relativamente às condições das prisões em Portugal e feitas considerações sobre o sistema prisional. Vítor Ilharco terminou a apresentação indicando que o trabalho que a APAR tem pela frente é grande, mas que vai continuar a lutar.

Seguiu-se um debate com algumas intervenções por parte do público relativamente ao livro e ao sistema prisional.

O autor acredita que as pessoas merecem uma segunda oportunidade para recomeçar a sua vida, mas os reclusos podem sair melhor, pior ou igual do que quando entraram, depende de como a reabilitação funcionar.

“O que os sucessivos Governos têm feito ao longo destes anos é fazer com que saiam piores. Por isso é que há 70% de reincidências e por isso é que 50% dos presos são filhos de outros reclusos”, manifestou.

Últimas Notícias

Moisés lança “À Sombra do Amor”

“À Sombra do Amor” é o terceiro álbum de Moisés, músico independente e pintor, entre outras coisas, nascido e residente nas Caldas da Rainha.

Parque Tecnológico é porta de entrada para empresas brasileiras na Europa

O Parque Tecnológico de Óbidos tornou-se oficialmente a base de acolhimento do NextHub em Portugal, reforçando a sua posição como plataforma estratégica para a internacionalização de empresas brasileiras na Europa. Esta parceria insere-se na estratégia do Next Group, holding com sede em São Paulo, que promove no dia 22 de maio a “Jornada de Internacionalização de Negócios”, em São José, na Grande Florianópolis, Brasil.

Diga 33 no Pequeno Auditório do CCC

O próximo Diga 33 – Poesia no Teatro, programa de encontros com vozes poéticas distintas que o Teatro da Rainha vem promovendo desde 2018, terá lugar no dia 27 de Maio, às 21h30, no Pequeno Auditório do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, com a professora Maria José de Lancastre para uma conversa dedicada à obra de Antonio Tabucchi.