A obra, que marca a sua estreia na ficção literária após uma carreira consolidada na música e na literatura infantojuvenil, tem somado elogios pela sua estrutura inovadora e pela profundidade emocional dos personagens. O acolhimento dos leitores a este livro foi mesmo o que mais surpreendeu a autora.
“Sempre que fazemos alguma coisa, fazemos para o público e esperamos que corra bem. Agora, esperar que chegue à sexta edição em dois meses, isso é incrível”, disse.
Numa conversa descontraída, no âmbito da iniciativa “Leituras a Oeste”, uma iniciativa que celebra o livro, durante o mês de abril, e que envolve as bibliotecas da região, Luísa Sobral falou sobre a história do livro, que se centra em duas mulheres, cujas vidas se cruzam através da desilusão e dos 50 anos mais tristes da história da Alemanha. Emmi, nascida pouco antes da ascensão de Hitler ao poder, perde o pai na guerra e enfrenta uma adolescência difícil. Após casar-se com Markus, um homem de Berlim Leste, muda-se para a República Democrática Alemã (RDA), onde a construção do Muro de Berlim e uma carta anónima a afundam numa profunda depressão. M., nascida após a divisão, é educada por uma ama apaixonada por plantas, desconhecendo o mundo ocidental até ouvir o testemunho de uma rapariga que muda a sua vida.
Luísa Sobral revelou que a inspiração para o livro surgiu de uma notícia sobre um casal alemão residente em Portugal, levando-a a compor a canção “Maria Feliz”, que teve a oportunidade de interpretar no dia da apresentação do livro em Óbidos.