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Mariana Mortágua teme que discussões dos partidos adiem construção do novo hospital

Mariana Mortágua teme que com o aproximar das eleições autárquicas haja uma “tentação dos partidos começarem a discutir diferentes localizações para o novo hospital do Oeste, cada um puxando a brasa à sua sardinha e isso dificulte a construção do equipamento”.

Mariana Mortágua teme que com o aproximar das eleições autárquicas haja uma “tentação dos partidos começarem a discutir diferentes localizações para o novo hospital do Oeste, cada um puxando a brasa à sua sardinha e isso dificulte a construção do equipamento”.

Para a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, que esteve nas Caldas da Rainha no passado domingo, “mais do que discussões sobre cada autarca que quer o hospital no seu município, era muito importante que houvesse um acordo e um consenso para que se construísse um novo hospital muito rapidamente”.

“É urgente haver um consenso. É reconhecido que é preciso um hospital central que concentre valências especializadas e consiga dar resposta a esta região, que depois precisa de ter valências descentralizadas também, como já tem nas Caldas e outras zonas do distrito”, adiantou.

A coordenadora do BE salientou ainda que “depois da construção do hospital temos de garantir que há especialistas médicos e profissionais e isso tem a ver com as condições de quem trabalha”.

Mariana Mortágua falou aos jornalistas no Parque de Merendas no Nadadouro, onde marcou presença na sardinhada junto à Lagoa de Óbidos, organizada pelo BE distrital de Leiria.  

Questionada se tem parecer relativamente à localização do novo equipamento, respondeu que não tem “opinião particular em relação à localização”, mas que “os camaradas da região têm preferência ao que parece ser o Bombarral”.

Ricardo Vicente, dirigente distrital do BE, que também falou com os jornalistas, disse que o Bombarral é “para onde o governo apontou como possibilidade”. “Mais do que continuar a procurar de outras possíveis localizações, estando o Bombarral na localização central precisamos de orçamento para construir esse hospital. Parece que há sempre um lapso nas finanças no que diz respeito à concretização das coisas”, sustentou.

Ricardo Vicente acusou os vários partidos que dominam as autarquias de colocarem “a sua reeleição à frente do interesse das populações quando defendem cada um para o seu concelho um novo hospital. Isso é uma falta de responsabilidade brutal e é sobre isso que é preciso intervir”.

Defende para o edifício do hospital das Caldas o serviço de cuidados continuados.

Já Carlos Ubaldo, dirigente distrital do BE, lamentou as “divisões muito acentuadas das forças políticas, o que mais uma vez indicia que perspetiva mais um adiamento”.

Carlos Ubaldo reconhece que o estudo “técnico é mau e a Câmara das Caldas propôs outro estudo que é melhor, mas o que é facto é que a localização, não oficialmente decidida, mas anunciada, é a que é”. “Pode não ser a melhor, mas é um bom argumento para que se adie novamente a construção do hospital”, sublinhou.

“Na última assembleia municipal foi claro que começam a haver fissuras muito significativas e que, muito provavelmente, o governo agarrará nessa oportunidade para dizer que vocês não se entendem, portanto será adiado. Já há quem queira dois hospitais, como falou o antigo presidente da Câmara. Nem um está fácil de decidir, vejam dois”, referiu o dirigente distrital do BE. 

“Há cerca de 20 hospitais anunciados para construir pelo país e nós no Oeste certamente não teremos um privilégio na decisão em relação a outras regiões. Todos se vão mover no sentido a que o seu seja o primeiro a ser construído”, manifestou.

“Enquanto não houver resposta”, Carlos Ubaldo defende que “as atuais unidades têm de se manter e ser requalificadas porque poderá ser uma década até que seja construído o novo hospital”. 

Mariana Mortágua adiantou que a saúde “há muito tempo que é uma prioridade do Bloco e qtemos vindo a ver uma degradação do Serviço Nacional de Saúde, com o governo do PSD a assumir claramente uma posição de privatização, na entrega de serviços a privados”.

“A construção de novos hospitais e a sua gestão pública será uma prioridade para o BE, nomeadamente o do Oeste”, acrescentou.

Coordenadora do BE defende dragagem pelas autarquias

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda disse que a sua vinda às Caldas da Rainha tem um duplo objetivo. “É um encontro entre militantes e dirigentes do Oeste para tratar e falar especificamente sobre as questões do Oeste, em particular sobre a proteção da Lagoa e sobre questões ambientais, e estou cá por um lado para tomar contacto e conhecimento desses temas, mas também para ter um convívio com camaradas, militantes e simpatizantes do BE”, referiu.

Segundo Mariana Mortágua, a grande proposta do BE para a Lagoa é de ter uma empresa de “dragagens própria das autarquias e das autoridades locais que permitiria uma dragagem permanente, que além das Caldas diz respeito a Óbidos, mas também à Nazaré e Peniche e ainda a outros pontos da região, e que trará uma poupança substancial de fundos”.

“Uma dragagem regular sempre que fosse necessário é fundamental em vez de gastar 14 milhões de euros em dragagens pontuais”, adiantou.  

Mariana Mortágua defendeu ainda para Oeste “uma zona que tem uma enorme produção agrícola, o consumo de proximidade, por exemplo que as escolas sejam de alguma forma obrigadas a comprar produtos locais que estão próximos das suas zonas, criando um mercado de produtores locais que ficariam menos dependentes das grandes infraestruturas de distribuição”.

A visita da coordenadora do BE também teve como intuito começar a “juntar as tropas para próximas eleições autárquicas”.  

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