Ordem dos Médicos critica demora na nomeação da direção clínica do hospital

O bastonário da Ordem dos Médicos criticou a “demora incompreensível” na nomeação de direções clínicas que se verifica em vários hospitais, como no Centro Hospitalar do Oeste (CHO), nas Caldas da Rainha, e apelou ao Ministério da Saúde que resolva esta situação com a máxima urgência, já que “prejudica a atividade clínica hospitalar”.

O bastonário da Ordem dos Médicos criticou a “demora incompreensível” na nomeação de direções clínicas que se verifica em vários hospitais, como no Centro Hospitalar do Oeste (CHO), nas Caldas da Rainha, e apelou ao Ministério da Saúde que resolva esta situação com a máxima urgência, já que “prejudica a atividade clínica hospitalar”.

“É inadmissível que de norte a sul do país se continuem a verificar situações como a do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real, Chaves e Lamego) ou do CHO (Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche), que estão sem direção clínica há meses ou na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano que nunca teve direção clínica da área dos cuidados de saúde primários, entre vários outros casos”, afirma Carlos Cortes.

De acordo com o responsável, “estas são situações fortemente penalizadoras para os hospitais, para os médicos e para os doentes, na medida em que a ausência de uma estrutura clínica hierarquizada condiciona e fragiliza o seu funcionamento diário, a atividade médica e os cuidados de saúde prestados aos doentes”. Carlos Cortes acrescentou que “não é admissível um hospital desenvolver a sua atividade sem um diretor clínico nomeado no seu conselho de administração, é uma obrigação legal e é, sobretudo, um fator de estabilidade e segurança clínica para a instituição”.

A diretora clínica do CHO, Filomena Rodrigues, cessou funções nesse cargo a 31 de agosto do ano passado, depois de ter renunciado ao seu mandato, informou a administração hospitalar, que não apresentou os motivos para o pedido de demissão, que deverá estar relacionado com as conclusões da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o atendimento de uma grávida no Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia da unidade hospitalar das Caldas da Rainha, onde entrou em trabalho de parto e cujo desfecho foi a morte do bebé.

O caso, ocorrido na madrugada de 9 de junho do ano passado, fez desencadear um processo de inspeção para avaliar a assistência prestada à grávida, tendo a IGAS concluído que a diretora clínica do CHO, “enquanto responsável pela coordenação da assistência prestada aos doentes e a qualidade, correção e prontidão dos cuidados de saúde, não só não definiu procedimentos de atuação claros, como emitiu orientações contraditórias relativamente à admissão e triagem”. “Além disso, não deu o devido conhecimento destas orientações a todos os trabalhadores afetos ao Serviço de Urgência, designadamente ao ‘chefe de banco’”, acrescentou.

Uma das cinco recomendações da IGAS abrangeu a diretora clínica, ao alertar para a necessidade de “redefinição da estratégia de comunicação interna do CHO, com vista a assegurar a articulação entre as chefias e os trabalhadores e entre os diversos serviços”.

Terão sido estas referências que levaram aos 63 anos à saída de Filomena Rodrigues, que era diretora clínica há quase três anos (iniciou o mandato a 8 de novembro de 2019) e que mereceu do conselho de administração do CHO o agradecimento pela “dedicação, empenho e esforço que demonstrou ao longo do seu mandato”.

Licenciada em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, tem trabalhado nos hospitais de Torres Vedras, Peniche e Caldas da Rainha. Foi médica assistente hospitalar de cirurgia geral, responsável do serviço de cirurgia, do bloco operatório, assistente graduada de cirurgia geral, responsável pela consulta multidisciplinar de pé diabético, chefe de equipa de urgência e perita médica no Tribunal Judicial da Comarca de Mafra, fundadora e provedora da Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro, entre outras funções.

O cargo foi assumido temporariamente pelo vogal executivo do conselho de administração, Hélder Almeida, enquanto a presidente, Elsa Baião, esteve de férias, mas a indicação da direção clínica consta agora em branco no sítio do CHO na internet. Da administração fazem ainda parte a enfermeira diretora, Lurdes Ponciano, e o outro vogal executivo, Carlos Sobral.

Últimas Notícias

“Flash mob” comemorou 30 anos da EB de Santo Onofre

Um “flash mob” com a participação de cerca de uma centena de pessoas para assinalar os 30 anos da Escola Básica de Santo Onofre foi o momento alto do Dia Aberto daquele estabelecimento escolar, que decorreu no passado sábado.

Óbidos Vila Gaming regressa de 4 a 12 de maio

Estava previsto realizar-se de dois em dois anos, mas o sucesso da primeira edição em 2023 fez com que o Óbidos Vila Gaming voltasse a repetir-se já este ano, de 4 a 12 de maio.

PSP intervém em jogo de futebol

O Comando Distrital da Polícia de Leiria da PSP transmitiu que no final de um jogo de futebol do escalão júnior realizado no passado sábado no Campo Luís Duarte, nas Caldas da Rainha, o juiz da partida “comunicou ao comandante do policiamento” ter existido uma “suposta tentativa de agressão ao árbitro” por parte do treinador de uma das equipas.